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10 fatores de risco para o Diabetes tipo 2 e que você talvez desconheça:
De acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, pelo menos 14,67% da população com mais de 40 anos pode ser diabética, totalizando mais de 3 milhões de pessoas por todo o país. E o quadro piora quando observadas as estimativas da Organização Mundial da Saúde de que, nos próximos 25 anos, o número de diabéticos pode duplicar em todo o mundo.
Hoje, no total, são 346 milhões de pacientes por todo o globo, número equivalente à soma estimada das populações da França, Alemanha e Brasil, segundo os números fornecidos pelo FactBook da Agência Central de Inteligência ianque (CIA, na sigla em inglês). Desse total, 80% dos que tem a doença vivem em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Por isso, não custa tomar precauções para evitar essa doença sem cura. Confira 8 fatores que podem diminuir ou aumentar o risco de desenvolver a diabetes:
1 – Testosterona: Em homens, baixos níveis de testosterona estão intimamente ligados a um aumento no risco de desenvolver diabetes tipo 2 (DM2). Em pesquisa feita com camundongos, na Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriu-se que baixos níveis desse hormônio sexual levam a uma resistência à insulina, hormônio que controla o nível de açúcar no sangue. Essa deficiência no nível de testosterona pode, então, aumentar o risco de desenvolver diabetes do tipo 2. Além disso, esses baixos níveis hormonais também estão relacionados à obesidade.
2 – Perda de peso: Estudo da Universidade de Gothenburg, na Suécia, e do Instituto Nacional para Saúde e Bem-estar, na Finlândia, afirma que diminuir cinco unidades do seu índice de massa corporal pode reduzir drasticamente o risco de desenvolver DM2. Os resultados recolhidos em 10 anos mostram que mesmo pacientes obesos com diabetes podem se livrar da doença.
3 – Café da manhã: Estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition descobriu que aqueles que não tomam café da manhã regularmente têm um risco 21% maior de desenvolver DM2, mesmo levando em conta fatores como índice de massa corporal e a qualidade da alimentação. Por isso, embora não possa ser curada, a DM2 pode ser evitada, e ter um bom estilo de vida, aliado à alimentação, parece ser chave.
4 – Pouca ou nenhuma bebida alcóolica: Se você parar de consumir álcool, suas chances de ter DM2 diminuem em até 39%. Essa foi a descoberta de pesquisa conduzida na Universidade da Califórnia, em San Diego, Estados Unidos, e publicada nos Anais de Medicina Interna.
5 – Refrigerante: É amplamente conhecido no mundo acadêmico o fato de que refrigerantes levam à diabetes. Em pesquisa conduzida na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, 40 mil pessoas foram acompanhadas por 10 anos pelos cientistas. Os que consumiam frequente refrigerantes, 7% tinham desenvolvido diabetes.
6 – Chá verde ou vinho (a exceção): Cientistas austríacos descobriram que o vinho tinto é uma poderosa fonte de compostos antidiabéticos. Eles testaram 10 vinhos tintos e dois brancos para descobrir como os vinhos se ligavam a uma proteína chamada PPAR-gama, que regula a absorção de glicose nas células adiposas. Resultado: os tintos se ligavam facilmente à proteína. A tendência visualizada é de que 100 mililitros de vinho tinto se vincule com a PPAR-gama até quatro vezes mais que uma dose diária do remédio Rosiglitazona, utilizado como tratamento para o DM2. O responsável por esse efeito é o flavonóide epicatequina galato, que também está presente no chá verde.
7 – Água mineral: Quem já viveu na Europa sabe que comprar água mineral é mania de americanos. Lá, eles confiam na água que sai da torneira, e parecem estar redondamente certos, de acordo com pesquisa da Escola Bloomberg Johns Hopkins de Saúde Pública, nos Estados Unidos. Por quê? Segundo os cientistas, não é raro encontrar arsênico – um elemento químico venenoso e carcinogênico – na água mineral ou em outras fontes subterrâneas. O pior é que o composto é altamente solúvel e não tem sabor, cor ou odor característico. Sem falar que também pode aumentar as chances de desenvolver cânceres. O arsênico eleva 3,5 vezes sua chance de desenvolver diabetes. No Brasil, até 5 microgramas de arsênico por litro são permitidos na água potável, de acordo com a legislação, como contou o geólogo Eduardo Hinvi, que trabalha no Laboratório de Pesquisas Hidrológicas da Universidade Federal do Paraná. Segundo ele, a água mineral não é necessariamente mais saudável do que a água tratada da sua torneira. A legislação obriga que cada poço tenha um químico responsável que certifique que a água esteja dentro dos níveis seguros para ingestão humana. “O problema é que ninguém faz isso”, disse o geólogo, adicionando que o custo do procedimento pode ultrapassar R$ 2 mil.
8 – Poluição atmosférica: De acordo com artigo do The New York Times, um estudo aponta uma forte ligação entre a diabetes e a poluição atmosférica. A pesquisa, que durou anos, baseou-se em estudos anteriores que ligaram a poluição do ar a um aumento da resistência à insulina, um precursor da diabetes. Os ianques não têm dados sobre a exposição individual de cada participante do estudo, por isso não podem provar a causalidade dessa relação, mas destacam que a poluição surgiu como um fator significativo em todos os modelos adotados pela pesquisa. Os cientistas norte-americanos descobriram que, para cada 10 microgramas por metro cúbico de partículas finas, há um aumento de 1% nas taxas de diabetes. Eles asseguram que existe um fator ambiental na causa da doença.
9 - Baixo peso ao nascimento ou grande peso ao nascimento: Outro fator de risco para o desenvolvimento de DM 2 é o baixo peso ao nascer. Phillips e colaboradores observaram que adultos que nasceram com baixo peso teriam um risco 7 vezes maior de desenvolver intolerância à glicose e DM 2 quando comparados àqueles com peso normal ao nascimento. Ainda não está bem estabelecido se a associação entre o baixo peso ao nascimento e DM 2 é mediada por alterações na sensibilidade à insulina, defeitos na secreção ou uma associação dos dois fatores. Um risco 10 vezes maior de Síndrome Plurimetabólica foi observado nos pacientes com peso de nascimento menor ou igual a 2.500g. Portanto inúmeros estudos sugerem que uma nutrição inadequada intra-útero, aumenta o risco de desenvolvimento de resistência à ação da insulina e consequentemente um futuro DM2. Entre os índios americanos, Pima, tanto o baixo peso quanto o alto peso ao nascimento são fatores de risco para o desenvolvimento de DM 2. A relação com o alto peso é ilustrada pela exposição do feto ao diabetes gestacional. A prevalência maior de DM 2 na prole de mulheres que apresentaram diabetes durante a gestação do que na prole de mulheres que desenvolveram DM 2 após a gestação sugere que o ambiente intra-uterino anormal é o maior responsável pelo número aumentado de diabetes. Fatores associados com o ambiente intra-uterino, como a concentração de glicose, aminoácidos, lipídeos, cetonas, entre outras substâncias, poderiam exercer um efeito direto sobre o feto, aumentando a secreção de insulina e, talvez, levando ao desenvolvimento de resistência insulínica na criança e posteriormente DM2.
10 - Intoxicação crônica por contaminantes ambientais: Bisfenol, Metais tóxicos, Populentes Orgânicos Persistentes - POPs (Dioxinas, PCBs, Organoclorados, Furanos): Inúmeros são os contaminantes ambientais que estão associados ao risco de desenvolvimento de DM2.
Um estudo recentemente publicado na (Nature Reviews Endocrinology) associou o BPA ao risco de Diabetes mellitus tipo 2. A conclusão surgiu após a revisão de mais de 90 estudos que envolvem o BPA e outros componentes químicos tóxicos ao organismo. Roedores alimentados com uma dieta acrescida de BPA desenvolveram resistência à insulina e perderam a capacidade de manter níveis normais de glicose (um sinal de alerta para o desenvolvimento do DM2). Um dos estudos feito em 2010 indicou que ratas prenhas transmitiram esse risco aos filhotes. Pesquisas similares envolvendo seres humanos apresentaram poucos resultados consistentes. Porém, uma análise feita nos EUA entre 2003 e 2004 com quase 1.500 pessoas mostrou que indivíduos com presença de BPA na urina tinham cerca de três vezes mais risco de ter diabetes tipo 2. Embora os autores digam que são necessários estudos epidemiológicos mais amplos para estabelecer a conexão entre o BPA e a doença, eles argumentam que já existe evidência suficiente para recomendar que a substância seja evitada. Para acessar:
http://www.nature.com/nrendo/journal/vaop/ncurrent/full/nrendo.2011.56.html
Metais tóxicos como Arsênico já citado e o Cádmio também estão associados ao desenvolvimento de Diabtes tipo 2.
As bifenilas policlorinadas (PCBs) são hidrocarbonos aromáticos clorinados sintéticos e que possuem como característica a persistência no meio ambiente. É estimado que persistam em torno de 40 anos e eles são capazes de se acumular na cadeia alimentar. Com a preocupação acerca dos riscos potenciais à saúde do homem, sua produção e distribuição foram encerradas nos Estados Unidos em 1977 e no Brasil em 1981.
Diversas ações das PCBs sobre o sistema endócrino vêm sendo relatadas: redução dos níveis de hormônios tireoidianos em humanos e animais, interferência na síntese de esteroides gonadais e adrenais. Estudos demonstram que o PCB-126 (um tipo de PCB) reduz a síntese de andrógeno, de modo dose-dependente, nas células H295R adrenocorticais e gonadais humanas e, em altas concentrações, estimulam a síntese de cortisol e aldosterona por ativação de enzimas do citrocomo P450 CYP11B1 e CYP11B2. Essas enzimas catalisam as etapas finais das vias de síntese desses esteróides, essas alterações nos níveis de hormônios esteróides, particularmente os níveis de cortisol e aldosterona, podem estar associadas com a alta incidência de DM2 e mortalidade cardiovascular observada em pessoas altamente expostas às PCBs.
Fontes: