domingo, 3 de outubro de 2010

Médicos solidários levam saúde a favelas

Serviços odontológicos também são oferecidos a comunidades pacificadas
POR RENATA MONTI - JORNAL O DIA

Rio - Depois da paz, saúde. Comunidades pacificadas já começaram a receber a ajuda dos ‘Médicos solidários’, ONG criada a partir de um desmembramento da ‘Médicos sem Fronteiras’. O Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, é o primeiro a receber o projeto SorriGente — de atendimento clínico, odontológico e social em creches. A próxima parada será no abrigo Tereza de Jesus, no Maracanã. A meta é realizar 8.500 atendimentos gratuitos este ano e 10 mil em 2011.

Cerca de 180 crianças da creche Solar Meninos de Luz, na Ladeira Saint Roman, que dá acesso ao Pavão-Pavãozinho, são as primeiras a contar com exames de saúde gerais e oftalmológicos, além de restauração dentária e acompanhamento de uma assistente social.

“O trabalho interdisciplinar nos dá um panorama global da criança. Um problema de saúde pode estar atrelado a condições específicas daquela família”, explica o médico Henrique Peixoto, coordenador de Saúde do projeto.

Alívio

A chegada dos doutores trouxe tranquilidade para a auxiliar de Educação, Maria Lídia Costa, 40 anos. O filho, Christian, de 1 ano, passou por crises convulsivas e ela estava à procura de tratamento alternativo. “Agora vou conseguir tratá-lo com florais. Eles também vão acompanhá-lo”, comemorava, aliviada. “Precisava de oftalmologista e consegui consulta rápida e de qualidade”, contou o auxiliar de serviços gerais, Erivelton da Silva, 25 anos.

“Por mais que haja informação, aprendemos que a realidade é muito diferente nas áreas mais carentes. Consigo ter uma visão mais abrangente aqui”, conta o estudante do 8º período de Odontologia da UFF, Felipe Leal, 23, voluntário que atua no grupo.

Cadastro

Embora não seja exclusivo para as UPPs, a coordenadora do SorriGente, Eliane Vallim, explica que o trabalho dos profissionais é facilitado em regiões pacificadas. “Já atuamos em muitos locais sem UPPs, mas elas nos trazem uma série de fatores que auxiliam nossas atividades”, justifica. Somente as 40 instituições cadastradas, entre creches e ONGs, podem solicitar o serviço.

Atendimento grátis em 130 consultórios

O atendimento, iniciado mês passado, passa por diversas etapas. Primeiro, os profissionais coletam dados dos pacientes, como condições físicas e psicológicas. Em uma segunda fase, agendam exames clínicos e entrevistas com os responsáveis pelas crianças.

“Em casos que necessitam de acompanhamento a longo prazo, encaminhamos as famílias para um dos 130 profissionais da nossa rede de voluntários, em consultórios particulares”, esclarece a assistente social, Rachel de Oliveira.

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