RNPI participa do I Encontro Nacional Cultura e Infância, organizado pela Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura: "
O Rio de Janeiro recebeu, nos dias 12, 13 e 14 de julho, o I Encontro Nacional Cultura e Infância, organizado pela Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura. Durante os três dias foram discutidas questões relacionadas a essa interrelação, com o objetivo de apontar diretrizes para a formulação de uma política cultural para a infância em no Brasil.
A abertura foi feita por Renata Monteiro, Diretora de Acesso à Cultura da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, por uma fala de contextualização, de Wellington Nogueira, criador dos Doutores da Alegria e por Marta Pavese Porto, Secretária de Cidadania Cultural.
Cerca de meia centena de pessoas participou intensamente dos dois módulos que compunham o Encontro:
O primeiro, no dia 12 de julho, abordou A Construção de uma Política Cultural para a infância, a partir de Experiências Artísticas e Culturais. Elas foram relatadas por Ivo Krugli, do Teatro Vento Forte (A importância da linguagem cênica na formação do imaginário infantil); por Beth Carmona, Diretora do Midiativa (A produção de conteúdos audiovisuais para a Infância); por José Maria Braga, Diretor da Escola Villa Lobos, (A importância da Linguagem Musical no desenvolvimento Infantil); e por Evandro Salles, Artista Plástico (A experiênciade curadoria voltada especificamente para o público infantil).
A abertura do segundo dia foi feita por Guti Fraga, do Grupo Nós do Morro e por uma fala do cartunista e escritor Ziraldo Pinto, que ele chamou de “um mantra a favor da leitura”.
O segundo módulo abordou A Construção de uma Política Cultural para a Infância a partir de Práticas Metodológicas. Realizado no dia 13 de julho, teve Carlos Barmak, da Fundação Bienal de São Paulo (As potencialidades de um projeto educativo permanente: pesquisa e formulação); Luciana Chen, do CCBB de São Paulo (A construção de programas educativos para públicos específicos, a partir de curadorias preestabelecidas); Angela Mascelani, Diretora do Museu de Arte Popular Casa do Pontal (O uso de novas linguagens na construção de possibilidades de mediação); Laura Dalla Zen, da Fundação Iberê Camargo (A extensão do projeto educativo para além da instituição: possibilidades de ação no espaço escolar); e Claudius Ceccon, Diretor do Cecip, Centro de Criação de Imagem Popular, nesta ocasião representando a RNPI (O Centro Cultural da Criança, no Morro dos Macacos, Rio de Janeiro: O Castelo das Crianças Cidadãs).
Em cada um dos dois dias, mais de duas horas de discussão em grupos seguiram-se às apresentações, durante as quais buscou-se definir Diretrizes, Ações e Atividades de uma Política Cultural para a Infância.
Toda a produção que resultou desse esforço coletivo foi sistematizada em itens indicativos de diretrizes orientadoras à formulação dessa Política.
Como o conceito de Infância foi abrangente, a maioria das recomendações foi bem além do que se define como Primeira Infância. Mesmo assim, algumas interessam diretamente, como a de reconhecer a infância como período da vida humana que deve ser prioritário, um investimento na construção de um adulto bem formado, capaz de exigir e exercer seus plenos direitos de cidadania em benefício de todos. Nessa construção, o reconhecimento da Arte como elemento fundamental para o desenvolvimento pleno da sociedade.
Também foram feitas propostas de investimento em formação e qualificação de produtores e educadores que trabalham com crianças. Questões que exigem uma tomada de consciência e um trabalho intenso de sensibilização da cidadania, como, por exemplo, o acesso universal à banda larga, a produção e disponibilização de produtos audiovisuais de qualidade destinados a crianças, de produtos que combatam todo tipo de preconceitos, que valorizem a cultura afro-brasileira e indígena – todos fazem parte dessa política mais ampla.
Muitas recomendações necessariamente se endereçam ao sistema de educação pública, que, sempre é bom lembrar, começa na creche. É natural que se considere a escola como o centro estratégico de mudança no Brasil. Nesse sentido, é expressão de um amplo desejo de todos que os campos da cultura e da educação interajam cada vez mais freqüente e intensamente.
Há muito que fazer, dado esse primeiro e importante passo. Seu desenvolvimento, a decisão sobre a direção que tomará, dependem muito de uma tomada de consciência sobre o papel da arte na construção de um novo país mais inclusive. Um país mais desenvolvido segundo os novos valores que se expressam em índices de solidariedade, participação, compartilhamento de informações e conhecimentos para alcançar a felicidade de todos.
Por: Claudius Ceccon (CECIP)
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