Refletindo sobre um velho dilema: como impor limites às crianças? #Filhos #Educação:
“Como pais, nós estamos aprendendo muito sobre nós mesmos quando estamos criando nossos filhos e é importante reconhecer como identificar os erros e como acertar sendo consistentes. Porque tudo que fazemos quando somos consistentes nos levam ao sucesso e resultados – seja quando você está colocando limites, regras ou implementando uma promessa. Isso permite construirmos confiança entre os membros da família”.
(Jo Frost, a estrela de Supernanny)
Como impor limites às crianças é uma pergunta que me faço com certa frequência. Aliás, qual pai ou mãe não se questiona a respeito disso? A luta para ver nossos filhos disciplinados (mas não cerceados da liberdade criativa ou de espontaneidade), apenas capazes de conviver plenamente em sociedade, interagindo bem com seus pares é um dos sonhos de qualquer provedor/educador/responsável.
Aos pais cabe a busca de ferramentas diversas para estabelecer diálogo e cumplicidade com os pequenos (e/ou, tardiamente, só quando adolescentes) na expectativa de criar laços e garantir que a liberdade de um realmente acabe quando começa a do outro e mais, na ânsia de incutir na cabeça dos filhos o fato de que para tudo há limites e o ideal é que se aprenda com amor, com atos e gestos moderados, sem traumas e sem dramas. Ah, quem dera, todo filho pudesse aprender sem àquelas longas sessões dramáticas e cheias de retórica quando, de fato, os pais percebem que seus filhos tem (ou inventam) muitos argumentos para defender seus interesses. Sonho.
“Mesmo estabelecendo regras, rotinas e desenvolvendo um vínculo saudável com a criança, ela vai testar os limites impostos. Nessa hora, entender o papel da birra* e saber como reagir serão armas essenciais…” Lembrando sempre que crianças fazem coisas de crianças*
Em tempo, quando a nossa reflexão como pais é esta, um dos nomes mais referenciados hoje é a da educadora carioca Tania Zagury, sobre quem, com frequência, falo aqui no blog. Tânia costuma enunciar nas entrevistas a respeito do tema “limites” frases típicas como “Você está passando do limite!” e por aí discorre sobre o tema que aflige inúmeras casas mundo afora.
No programa conduzido por Chris Nicklas, o “Quebra- Cabeça” via GNT, a educadora sugeriu formas de agir na hora de impor regras aos pequenos. Um vídeo na home do programa (aqui) dá maior dimensão a isso… Mas antes que alguém creia no impossível, vamos reforçar…
Ledo engano achar que os filhos obedecerão aos pais única e exclusivamente porque desejam agradá-los. Crianças não funcionam assim e a coerência dos atos dos filhos vai ao encontro das atitudes e intenções dos pais ao orientá-los.
Deste modo, as melhores alternativas são a verdade, o amor, o respeito e a compreensão. De pequeninos, costumo simpatizar com o olho no olho, pais abaixados fisicamente na altura dos filhos. Já maiores, a proximidade de amigos com a certeza de que um ainda é o pai, a autoridade cuja vivência sempre estará a frente e, o outro sempre será o filho cujo papel de ouvir e tentar assimilar conselhos e lições, sempre será o de protagonista.
Outra personalidade do mundo educacional e cujas ferramentas de apoio familiar muito agradam a mim e ao público materno dum modo geral é a querida Jo Frost, cuja foto, acima, usei para ilustrar o post. Em entrevista à revista Crescer, para divulgar seu novo programa “Extreme Parental Guidance”, ela defende a tônica de que “somos muito duros com nós mesmos como pais” e divaga sobre os erros e acertos em busca do sucesso familiar. Na verdade, a Supernanny nunca apontou, em seus episódios ao longo de 7 anos, a existência de uma fórmula para a “família feliz”, tão pouco a falta de responsabilidade de cada membro da família sobre seus atos e as consequências deles na vida do outro, seja filho, pai ou mãe, mas faz ressalvas, observações e tem ajudado as famílias a enxergarem soluções particulares.
“Ser pai e mãe é uma jornada, uma viagem, e eu acredito que nós estaremos sempre aprendendo. Por isso, se reconhecermos que podemos crescer emocionalmente e aproveitar as experiências, dando bons exemplos aos filhos, a importância dos nossos valores e moral, nós certamente vamos criar bons adultos para a sociedade”.
Penso muito na Supernanny quando meu filho, surpreendido por uma bronca ou uma negativa nossa, escolhe se fechar em seu quarto buscando privacidade e sossego (por vezes até, reflexão). Avisamos que ele não pode bater a porta – o que seria sinal de retaliação ou afronta e muito menos trancar a porta, o que é perigoso já que uma criança pequena poderia não saber abri-la na urgência – mas entendemos, com os muitos exemplos de programas da Supernanny que sim, a criança, mesmo pequena, tem direito à sua privacidade, ao seu tempo sozinho e os pais precisam entender e aceitar. Então acho valoroso compartilhar. É aquela máxima de se compartir o que nos fez bem.
Mas o que poderiam fazer os pais para, dentro do possível, buscar ampliar os laços de harmonia e felicidade, evitando desavenças e coexistindo melhor com sua cria? Ainda citando a Jo Frost, ela diria que se cada pai/mãe conseguisse acordar diariamente dizendo: “hoje eu vou aproveitar a parentalidade e ser o melhor que eu puder ser, capaz de responder em vez de reagir a tudo; assim estaríamos na direção certa”.
Tarefa fácil não é, mas a gente segue tentando!
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