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Censo 2010: boa notícia para a educação: Os dados do Censo 2010 divulgados na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam a participação crescente, e cada vez mais determinante, das mulheres no dia a dia dos domicílios. Em dez anos, por exemplo, dobrou o número de mulheres que são responsáveis pelas casas em que vivem, de 11 milhões há uma década para cerca de 22 milhões agora. Com isso, 38,7% dos domicílios do país são comandados por mulheres, segundo o IBGE. Trata-se de uma tendência que surgiu há mais de 40 anos e que só tem se aprofundado.
Independentemente do impacto sobre o perfil dos arranjos familiares e das relações conjugais, essa mudança pode trazer boas novas para a educação. A relação das mulheres com o ensino, delas e dos filhos, é muito diferente da dos homens, e isso tem trazido consequências diagnosticadas por estudos e estatísticas.
Uma pesquisa do professor Naércio Menezes, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), que já se tornou referência, mostra que a escolaridade da mãe é um dos fatores de maior influência positiva sobre as notas dos alunos. Filhos de mães com ensino superior, por exemplo, conseguem até nove pontos a mais no resultado da Prova Brasil, que avalia os estudantes do ensino fundamental e do ensino médio. A simples observação indica que geralmente são as mães que pegam no pé dos filhos para eles pegarem firme nos livros. Mas há outras explicações.
As mulheres valorizam mais a educação e estão dispostas a gastar uma parcela maior de sua renda para pagar a faculdade, por exemplo. O IBGE mostra que as brasileiras possuem, na média, pelo menos um ano a mais de estudo que os homens (cerca de nove, ante oito anos da população masculina). E de cada cem brasileiros com 12 ou mais anos de estudo, 56,7% são mulheres.
Some-se a todos esses dados a constatação de que pais geralmente trabalham para que os filhos tenham um nível de escolaridade pelo menos equivalente ao seu, e fica mais fácil de entender o alcance das mudanças reveladas pelo IBGE. Ninguém está sugerindo aqui que as mulheres criem seus filhos sozinhas. É claro que não. Mas é inegável que o aumento do número de lares comandados por elas pode trazer benefícios para o desempenho das crianças na escola.
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