segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Meu filho está de recuperação, o que fazer?

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Meu filho está de recuperação, o que fazer?:


Terminou o ano letivo. Enquanto alguns alunos iniciam as férias há tantos outros que começam a recuperação. E em que consiste, basicamente falando a recuperação? Para que serve? Como deve o aluno atuar dentro deste período? De que modo os pais podem ajudar seus filhos nesta reta de chegada do ano escolar?


Inicialmente é preciso pensar além da ideia de que a recuperação é um período em que os alunos que não conseguiram atingir as médias anuais necessárias para fechar o ano escolar e que, por conta disso, terão uma chance adicional para conseguir atingir tais resultados. Também é isso, mas vai além, pois os alunos que ficam de recuperação têm a espinhosa tarefa de conseguir recompor em aproximadamente 2 semanas os conteúdos trabalhados ao longo do ano e que não foram devidamente assimilados, compreendidos e fixados. Esta é, sem dúvida alguma, a grande meta da recuperação.


E é possível que isso aconteça já que os prazos da recuperação são tão exíguos? Certamente que é muito mais complicado e que sobressai aos olhos da família e dos alunos principalmente o objetivo quanto as notas a serem atingidas, o que tira um pouco (ou muito) o foco quanto a principal motivação destas aulas extras no final do ano, ou seja, a fixação dos conteúdos das disciplinas nas quais os alunos ficaram de recuperação.


Ainda assim, é momento em que os alunos devem ter foco redobrado ou triplicado. O que não foi bem feito ao longo do ano deve ser realizado com grande esforço neste momento de trabalho escolar. Ir as aulas da recuperação é fundamental, não devem acontecer faltas em hipótese alguma (a não ser realmente por motivos de força maior). Estar presente é uma demanda importante, mas é preciso estar na sala de aula tanto de corpo quanto de alma, ou seja, pronto para prestar o máximo de atenção, fazer as atividades propostas, tirar dúvidas...


Os alunos precisam, portanto, ao final do período letivo regular, verificar os calendários específicos da recuperação para que tenham real ciência dos dias das aulas em que estão de recuperação, das datas nas quais foram agendadas as avaliações deste ciclo final de trabalho escolar e para que, de posse destas informações, organizem uma agenda de estudos intensiva, de preferência com apoio e supervisão dos pais.


Outro aspecto importante diz respeito ao conteúdo que irá ser cobrado na recuperação. Os alunos precisam buscar juntamente aos professores e/ou a coordenação pedagógica os conteúdos que irão ser trabalhados na recuperação. Esta informação é de essencial importância. Em muitas escolas a tendência ou meta é a de que todos os conteúdos, ou pelo menos a maioria (os mais importantes), sejam cobrados neste período. Ainda assim, é preciso compreender que, tecnicamente falando, não é possível cobrar todos estes saberes nas atividades propostas para a recuperação e que os mais importantes serão os temas de exercícios e trabalhos e, certamente, também da avaliação final.


Para o aluno é, então, importantíssimo, que o aluno preste muita atenção nas aulas, principal fonte para que saiba ao certo o que realmente irá ser cobrado na avaliação final. Fazer todos os exercícios e trabalhos, que podem ser também elementos de avaliação é outro quesito fundamental. Interesse, participação e consciência quanto a importância da recuperação também são fatores de peso para a avaliação geral da recuperação. Os professores valorizam muito o esforço dos alunos e eles precisam demonstrar que estão realmente muito dispostos a superar as dificuldades do ano letivo.


O apoio das famílias deve igualmente ser um ponto de apoio para a recuperação. Durante a recuperação as famílias devem estar atentos a todas as informações relativas a este período. Primeiramente informando-se quanto as recuperações de seus filhos, sabendo se ficou e em quais disciplinas. Depois verificando e acompanhando os calendários especiais deste período e também sabendo quais conteúdos irão ser cobrados.


Ajudar o filho a organizar uma agenda de estudos especial e intensiva para a recuperação é também iniciativa necessária e louvável. Se o aluno puder contar com o pai ou a mãe no estudo de alguma disciplina específica e assim o demandar, sendo possível, esteja disponível. Há pais que são bons de matemática ou ciências, mães que tem bom conhecimento em inglês ou ainda que sabem como estudar para matérias como história e isso pode ajudar e fazer a diferença para seus filhos. Muitas vezes um dos principais problemas dos alunos é a organização e a presença e direcionamento, buscando foco e comprometimento dos alunos é um elemento diferencial de suma importância.


A recuperação é uma oportunidade e não um castigo. Trata-se de uma possibilidade de estudos adicionais para quem não conseguiu chegar lá ao longo de todo o ano letivo. Os professores e demais profissionais da escola desejam, com sinceridade, que nenhum aluno fique de recuperação, mas há a consciência de que alguns alunos têm dificuldades ou que lhes faltam pré-requisitos, assim como que para outros falta maturidade e maior poder de concentração. Erros no processo de ensino e aprendizagem também podem ter acontecido, mas no todo dificilmente podem causar um prejuízo tão grande. É certo também que não há por conta dos professores, como profissionais que são, nenhum tipo de preferência ou perseguição que ocasione uma recuperação.


O desejo de todos os que atuam na escola para a formação de um aluno é a de que ele tenha êxito, que consiga aprender, crescer e amadurecer com todo o trabalho e ensinamentos trazidos ao longo do ano. Na recuperação a intenção e o trabalho são realizados com o mesmo intuito, visando igual propósito. Se o aluno estiver disposto, com apoio da família e a dedicação dos professores, ele irá conseguir. Então, mãos a obra!


Por João Luís de Almeida Machado
Doutor em Educação pela PUC-SP
Coordenador Pedagógico da Escola Moppe


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