sexta-feira, 30 de março de 2012

Diferentes todos são, mas e de igual, o que temos? #Bullying

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 Leiam, são bem interessantes as colocações da autora.
Diferentes todos são, mas e de igual, o que temos? #Bullying:
Hoje cedo eu assistia aos telejornais entretida pelas negativas notícias que tem afetado nosso cotidiano como as falhas no transporte público e corrupção em todos os níveis das administrações públicas, quando a divulgação de que nova polêmica sobre o Bullying se faz presente na sociedade americana (EUA), com reflexos mundiais, desta vez incitada por um vídeo documentário intitulado Bully (o que numa tradução literal quer dizer valentão, briguento).
O documentário produzido pela Weinstein Company e que estréia nesta sexta, 30 de março, nos Estados Unidos tem a intenção de desmistificar o tema e apontar o alarmante crescimento dos casos de agressão, coação, pressão psicológica, entre outras formas de violência e humilhação que atingem centenas de milhares de crianças e jovens norte-americanos todos os anos. Nos Estados Unidos os casos de bullying são chocantes e muitos atentados a escolas e universidades registrados e noticiados nos últimos anos estão relacionados diretamente ao reflexo do “estrago emocional”, das síndromes pós-traumáticas de alunos que – embora não se justifique – foram vítimas desta grave doença social por anos e tornaram-se sociopatas e/ou vítimas com transtornos emocionais que sucumbiram aos esteriótipos pré-estabelecidos pela mídia e pelos grupos de destaque dos bancos acadêmicos.
“13 milhões de crianças serão vítimas de Bullying em 2012, nos Estados Unidos”
De acordo com a médica pediatra Evelyn Eisentein, especialista em adolescentes e que fora ouvida pela reportagem que menciono acima, o bullying é quando existe o que chamamos de poder impróprio de um adolescente contra outro, uma violência desmedida. “Isso acontece porque já existe uma desestruturação familiar em casa, ele já aprendeu essa violência em casa, aprendeu a reagir assim e passa a expressar essa violência aos colegas”, afirma.
Todos nós pais e educadores já ouvimos falar sobre a sucessão de acontecimentos negativos quando tratamos nossas crianças na base da agressão física e verbal. Tanto sabemos e falamos que, numa breve observação é possível constatar reflexos comportamentais negativos em crianças que recebem menos ou nenhuma atenção dos pais e/ou responsáveis, sinais de apatia, depressão, ansiedade, entre outros casos que envolvem desde pequenas mentiras até fugas de casa, furtos, evasão escolar e delinquência juvenil.
Mas isso parece tão distante, não é?! Uau, delinquência juvenil… não na minha casa. Não na escola do meu filho. Ok. Dá medo pensar que a violência urbana já não é mais o principal inimigo, certo?! O colega do seu filho pode sê-lo, mas isso soa cinematográfico demais num primeiro momento, certo?! Mas o agressor que coage seu colega de sala pela internet, através dos sites de relacionamento e agenda a data para “pegá-lo na saída”, contando com platéia e muitas vezes registro de imagens do espetáculo previamente premeditado… bom, este jovem seria o quê senão um delinquente juvenil?
A Dra. Evelyn Eisenten, em sua participação ao debate da Globo News, ressalta que na adolescência, todos estão incertos, estão vulneráveis, inseguros e deste modo precisa-se olhar para o outro pensando não em suas diferenças, mas sim na igualdade entre eles.  Ela destaca que muito se fala em diferenças quando o tema é bullying, instigando a criança e o adolescente a aceitarem que cada um tem seu jeito, seu corpo, que podem ser de raças, altura e classes sociais diferentes, mas o fundamental é mostrar que todos temos o direito de sermos iguais, apesar dessas diferenças. Isso é fato! E a expressão da pediatra me recorda a especialista em educação Rosely Sayão, falando em entrevista de rádio dias atrás sobre o quão natural deveria ser que houvesse uma criança com síndrome de down ou com qualquer problema físico de locomoção sem que para isso fosse chamada de uma “criança especial”, já que especial todas as crianças são, com suas idiossincrasias, traumas, curiosidades e necessidades de aprendizado.
Crianças desde muito pequenas precisam de referências, exemplos e orientações para a formação de suas identidades, de sua personalidade e caráter. Estas referências serão fundamentais para seu julgamento de valores, a base para o inter-relacionamento pessoal. E na adolescência estes exemplos e apoio educacional são mais importantes ainda, por isso o papel dos pais e professores é fundamental.
A Escola não pode se eximir da responsabilidade de orientar, esclarecer e até punir – com bom senso, claro – as denúncias e agressões que efetivamente estão relacionadas aos bancos escolares, na expectativa de que a Família tome todas as providências, pois a Escola sabe mais sobre a falta de estrutura familiar e riscos iminentes aos quais os alunos estão submetidos do que o próprio governo, por exemplo, de quem devemos cobrar campanhas efetivas, divulgação e aplicação de punições severas quando os casos de Bullying ganham destaque e se mostram uma doença social.
Eu acompanho inúmeros casos de Bullying há anos e tiro lições sobre pessoas ligadas a minha família e círculo social a cada conversa, a cada reflexão sobre o tema. Já contei aqui no blog, mas não custa lembrar que #aos11 eu contei, inocentemente, a uma professora sobre alunos mais velhos (provavelmente com 14, 15 anos) que fumavam na escadaria da escola sentido terraço. A falta de habilidade daquela professora que tomou minha narrativa como “denúncia” – eu eu ganhei fama de dedo-duro – foi tão grande que além de expor meu nome e minha pessoa, ela e a direção da escola não puniram devidamente os alunos, mas instigaram neles a vontade do revide, da agressão e por meses eu, que morava há 3 quadras da escola, precisei ir e voltar acompanhada de um adulto da família, pois tinha medo de apanhar na rua, assim, gratuitamente. Honestamente, pessoas, eu com onze anos eu sabia que cigarros faziam mal para a saúde, pois tinha pai fumante, mas não imaginava as consequências do que “fumar escondido na escola” poderia significar e aprendi no sacrifício. Por essas e outras nunca coloquei um cigarro na boca, nunca fui muito próxima de adolescentes que já fumavam às escondidas ou sob o consentimento dos pais e mais, na ocasião precisei mudar de escola tendo muita dificuldade para me adaptar à qualquer outra, pós trauma. As experiências com o Bullying me ensinaram que realmente muitos pais tem dificuldade para dimensionar o drama relatado pelos filhos, outros nem sequer acreditam e, a partir das piadas e ameaças a criança pode se tornar muito mais introspectiva, desconfiada e insegura. E não falo apenas por mim.
Por isso, quando vejo desde pequenos “acidentes de percurso” até grandes agressões; desde crianças oprimidas pelo grupo do Bully (o valentão) “pagas” para agredir uma nova vítima na turma escolar a fim de serem aceitas no grupo; mães de alunos que marcam brigas – que convenhamos lembram rinhas de galo – entre si, demonstrando o menor respeito por seus filhos ou pelo título sagrado de mãe ou pior; mães e pais que se não sabem orientar senão para a prática da violência e se juntam aos filhos para agredir colegas de escola, só posso rogar que alguém se lembre de que as crianças aprendem em casa os valores éticos, morais e civis, que lhe garantirão ser cidadãos de bem. Se a criança não conhece agressão, não agride. Se ela só conhece agressão e já o pratica, precisa ser tratada psicologicamente e precisa de apoio constante. Ela e a família.
Fica um trecho do documentário, a partir do youtube.

E para quem conseguiu chegar ao fim da leitura, uma sugestão de inúmeros títulos do cinema que retratam justamente esse que é o maior dano educacional americano, a prática do Bulyying. Para falar com as crianças, são ótimas referências.
Never been kissed, com Drew Barrymore

Garotas Malvadas, com Lindsay Lohan

Karatê Kid (original), com Ralph George Macchio

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