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Expectativas, ansiedade e ciúmes: cegonha à vista #vidademãe:
Li um artigo da Crescer que apontava ferramentas simples e objetivas a serem utilizadas pelos pais quando necessitarem introduzir o assunto “segundo filho / irmãozinho” na vida do primogênito e me encantei pela simplicidade das dicas. Quero dizer, simples deveria ser a reação de pais a apresentarem a notícia ao filho único até então ou filhos mais velhos, quando já houverem irmãos, e mais simples ainda deveria ser a reação das crianças, mas tudo se torna tão delicado quando falamos em sentimentos e crianças que o simples fica complicado e muito se sofre a partir da notícia mal dada.
Ou seja, todos temos nossos planos para a chegada no novo filho e apreensões sobre como sua presença afetará nossa rotina, o dia a dia, a organização da casa, o futuro… inclusive o irmão mais velho. Assim, quando me deparo com inúmeras reportagens sobre a segunda experiência da maternidade e o ciúme entre irmãos, fico a pensar no quão grande é este novo universo não apenas para os pais que, a partir dum susto ou de uma gravidez planejada, se vêem novamente diante da “cegonha” e precisam aprender a doarem-se (mais ainda, pois o amor incondicional a gente já conhecia), mas para os primogênitos que de repente perderão o posto de exclusividade para ganharem títulos de hierarquia e poder, como “primeiro filho”, “mais velho”, super herói do irmãozinho”, “rapaz da casa”, “ajudante da mamãe” e assim por diante e junto disso, àquele mix de sensações, de altos e baixos diante das conquistas diárias dum bebê em desenvolvimento.
Já li em posts de mães de segunda e terceira viagem e creio que já devo ter comentado em textos meus sobre “as expressões de frustração e ressentimento” de irmãos mais velhos quando uma visita chega e festeja a graciosidade do bebê da casa, tecendo poucos ou nenhum elogio à criança mais velha, de repente menos atraente do que o bebê cheiroso, sorridente e cheio de dobras. A criança que já fora a sensação das festas promovidas pelos pais ou até da própria família perde a atenção exclusiva e se chateia, naturalmente, pela falta de dedicação dos adultos a ela, mirando muitas vezes a sua frustração na direção do irmão menor, sendo agressiva, hostil, birrenta e/ou competitiva, e pior, sendo mal compreendida por isso. Sentimentos ruins que seriam evitados ou melhor canalizados se houvesse mais sensibilidade por parte dos adultos próximos dela. Esse “cuidado”, digamos assim, é um dos pontos que mais observo nas famílias com mais de um filho e sobre o qual desejo trabalhar da melhor maneira possível.
Ademais, sentimentos sofrem altos e baixos, elevam-se a picos e afetam a vida das pessoas de uma maneira ou de outra, por isso quem seríamos nós se pudéssemos evitar oscilações ou prever cada reação de bebês, crianças e adultos?! Resta-nos saber agir com bom senso, ternura e boas intenções sempre, especialmente quando for a nossa hora de contar aos pequenos que novos “anjos” chegarão para aprender e compartilhar conosco sua serenidade e suas descobertas, em vida. Que sejamos sábios ao contar às meninas e meninos, o quanto especial eles foram como bebês, como nos transformaram em pessoas melhores enquanto pais e mães e claro, o quanto podem fazer ao receber bem seus irmãozinhos.
Mas, claro, de um modo prático, sem esquecer que ciúme e frustrações podem ser combatidos e minimizados através de conversas francas e objetivas, como é a dica do artigo que li e citei lá no início…
Mas, claro, de um modo prático, sem esquecer que ciúme e frustrações podem ser combatidos e minimizados através de conversas francas e objetivas, como é a dica do artigo que li e citei lá no início…
“A criança cria uma expectativa e se frustra, claro, porque o bebê só chora e dá muito trabalho para os pais. Por isso, é importante falar dessa fase, de como o novo irmão nasce bem pequeno e precisa de atenção e cuidados o tempo todo. Mas que depois ele vai crescer, e, aí, sim, brincar com ele”, diz Maria de Fátima Pupo, diretora pedagógica da Escola Girassol (Jaú-SP)
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