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Discussões interessantes!
Morar Carioca discute relação entre favela e asfalto:
A sede do IAB-RJ, no Flamengo, recebeu no dia 8 de março a sétima edição do Painel Morar Carioca, uma iniciativa que objetiva discutir a relação entre a cidade e seus habitantes.
O painel sempre conta com a presença de pessoas que podem oferecer uma perspectiva diferente sobre a cidade. Segundo Pedro da Luz Moreira, Vice-Presidente de Administração do IAB-RJ, a finalidade dos encontros é lançar novos olhares e abrir novas perspectivas sobre a questão urbana no Rio.
Nesta edição, o Painel se dedicou a discutir a relação entre favela e asfalto no Rio de Janeiro, e de que maneira essa relação pode vir a mudar com a urbanização das favelas cariocas, que a Prefeitura se comprometeu a completar até 2020.
O jornalista Sidney Rezende foi o moderador do debate, que contou com a participação da cineasta e atriz Carla Camurati, que desde 2007 preside a Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, do renomado músico Hermínio Bello de Carvalho e do arquiteto Luiz Fernando Janot, ex-presidente do IAB-RJ.
Em meio a recordações de infância e ‘causos’ dos mais variados, os participantes falaram da importância de se integrar esses dois mundos e de tornar a favela verdadeiramente parte da cidade.
Segundo Carla Camurati, esse é um processo que passa necessariamente pela criação e revitalização das áreas comuns de lazer das favelas.
“Tem que se criar o espaço comum, senão você mantém o apartheid,” disse Camurati, salientando que as várias incursões do Theatro Municipal nas comunidades pacificadas, que incluem concertos e balés, ajudam a diminuir as barreiras culturais entre favela e asfalto.
Hermínio, um habitual frequentador da Mangueira na época dos grandes baluartes da escola, como Cartola e Carlos Cachaça, lembrou que é necessário que haja uma verdadeira ocupação dos espaços culturais.
“Cultura tem que circular. Se não circular, ela não existe,” disse ele. “Conhecer a cidade e habitá-la com propriedade é sempre uma grande conquista.”
Por fim, Luiz Fernando Janot enfatizou que essa integração favela-asfalto não pode ser só física, mas também existencial. É necessário, disse ele, que haja uma integração não apenas dos espaços, mas também das pessoas.
“A cidade só pode acontecer de fato quando nós tivermos uma integração com a favela, quando a favela não for mais vista com os preconceitos com que foi vista por várias gerações”, lembrou ele.
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