Entenda os riscos da gripe para cada grupo prioritário:
A vacina protege aqueles que são mais vulneráveis. O tratamento com antiviral é disponível à toda a população e gratuito por meio do SUS.
A prevenção envolve hábitos de higiene de cada indivíduo e a vacinação do grupo prioritário recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A escolha dos grupos a serem vacinados é definida com base em estudos epidemiológicos e na observação do comportamento das infecções respiratórias. Integram este grupo pessoas com mais de 60 anos, gestantes, crianças com no mínimo seis meses e menores de dois anos, trabalhadores de saúde, indígenas e a população carcerária. Este ano a meta de vacinar 80% do público alvo foi atingida, inclusive superada em 5,5%, ou seja, mais de 25 milhões de pessoas vacinadas em todo o território nacional.
De acordo com o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, é importante priorizar quem tem mais facilidade em desenvolver complicações por causa da gripe. “O objetivo da vacina de Influenza é proteger aquelas pessoas que são mais vulneráveis para a complicação”, explica. Idade, redução da imunidade e condição de habitação são alguns dos fatores característicos detectados nestes estudos.
Riscos da gripe para cada grupo
GESTANTES – Durante a gestação, a gripe costuma ser mais grave e pode levar a uma série de eventos maternos adversos, podendo, inclusive, a culminar em óbito. O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, destaca que a vacina não traz riscos em nenhum período da gravidez. “É absolutamente segura, tanto para mulheres que acabaram de descobrir que estão grávidas, logo no início da gestação, ou às mulheres que estão no final da gestação. A vacina não traz qualquer risco para a gestante e nem para o feto”, explica Barbosa.
IDOSOS – Após os 60 anos, o risco de se contrair infecções respiratórias é maior. O vírus influenza é responsável por 75% dessas infecções. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, explica a necessidade de vacinação para este grupo. “À medida que você vai envelhecendo, o organismo tem menos resistência e menos capacidade de criar anticorpos naturais para reagir contra as doenças”.
CRIANÇAS – Assim como nos idosos, as infecções respiratórias constituem um conjunto de doenças comumente relacionadas às crianças menores de dois anos, sendo o vírus da influenza responsável por 75% dos casos. Segundo Carla Domingues, estas infecções podem estar relacionadas à baixa imunidade da criança. “A criança ainda não tem uma imunidade madura, ou seja, ela não tem capacidade de produzir anticorpos”, explica a coordenadora.
INDÍGENAS – A população indígena que vive em aldeias é sempre considerada grupo prioritário na prevenção de qualquer doença respiratória, seguindo recomendação da OMS. Isso decorre da maior vulnerabilidade biológica deles a essas doenças e à dificuldade de acesso às unidades de saúde. A coordenadora do PNI explica que os índios são mais vulneráveis as complicações da gripe porque vivem isolados. “Por viver isolado, ao ter contato com um novo vírus e, ao desenvolver a doença, aumenta a chance de mortalidade. O sistema imunológico deles é deficiente”, detalha.
TRABALHADORES DE SAÚDE – Em razão das suas funções, este público está sob potencial risco de se infectar com os vírus causadores da influenza. São aqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde atuando na recepção, atendimento e investigação de casos de infecção respiratória nos serviços públicos e privados. Por isso, a vacinação desse grupo garante o funcionamento dos serviços de saúde e atendimento a população.
POPULAÇÃO CARCERÁRIA – As condições de habitação e confinamento deste público colaboram para uma maior vulnerabilidade a algumas doenças. A vacinação da população privada de liberdade protege também os familiares que visitam os presos, os trabalhadores do sistema prisional e a família desses trabalhadores, o que acaba bloqueando uma importante cadeia de transmissão da influenza. O direito à saúde é assegurado pela Constituição Brasileira, no artigo 196, à qualquer cidadão, independente das condições em que se encontra. “Essa população, que está sob a guarda do Estado, cumpre a pena de privação da liberdade, e não de privação da saúde”, assegurou o secretário Jarbas Barbosa.
Tratamento – O Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento para a gripe em todos os estados brasileiros. Só neste ano, o Ministério da Saúde distribuiu, às secretarias estaduais de saúde, 418,8 mil caixas do antiviral oseltamivir, medicamente que pode reduzir as formas graves da doença conhecido como tamiflu. Cada caixa contém 10 comprimidos, suficientes para um tratamento completo.
O antiviral deve ser introduzido o mais rápido possível, após os primeiros sintomas, sem aguardar resultados de laboratório ou sinais de agravamento. A prescrição do Oseltamivir é indicada, independente da situação vacinal, para todos os casos de síndrome gripal. Todos os brasileiros têm acesso a este tratamento pelo SUS.
Esta medicação teve o acesso facilitado recentemente com a sua retirada da “lista de substâncias sujeitas a controle especial”. Agora, o oseltamivir é comercializado nas farmácias de todo o país como os demais medicamentos com receita médica simples, sem a necessidade de controle especial em duas vias (original e cópia).
Jéssica Macêdo / Blog da Saúde com informações da Web Rádio e Portal da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário