Ministério da Saúde reforça calendário de vacinação da criança:
O Brasil já começou o plano de ação para erradicar a pólio no mundo. O destaque maior foi para a ampliação do Calendário Básico de Vacinação da Criança, com a introdução da vacina injetável contra pólio, feita com vírus inativado. A nova vacina agora faz parte do no calendário de rotina, em paralelo com a campanha nacional de imunização, essa realizada com as duas gotinhas da vacina oral. A injetável começou a ser aplicada em agosto deste ano, nas crianças que estão começando o calendário de vacinação.
Também foi introduzida no calendário básico a vacina pentavalente, que reúne em uma só dose a proteção contra cinco doenças (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo b e hepatite B). Antes a imunização para essas doenças era oferecida em duas vacinas separadas.
A introdução da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), com vírus inativado, vem ocorrendo em países que já eliminaram a doença. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no entanto, recomenda que os países das Américas continuem utilizando a vacina oral, com vírus atenuado, até a erradicação mundial da poliomielite, o que garante uma proteção de grupo. O vírus ainda circula em 25 países. O Brasil utilizará um esquema sequencial, com as duas vacinas, aproveitando as vantagens de cada uma, mantendo, assim, o país livre da poliomielite. A VIP será aplicada aos dois e aos quatro meses de idade e a vacina oral será utilizada nos reforços, aos seis e aos 15 meses de idade.
Agenda – A VIP foi introduzida no calendário básico a partir do segundo semestre deste ano. As campanhas anuais contra poliomielite também foram modificadas. Na primeira etapa de vacinação todas as crianças menores de cinco anos receberam uma dose da Vacina Oral Poliomielite ( VOP), independente de terem sido vacinadas anteriormente. Na segunda etapa – que aconteceu em agosto – deve-se levar ao posto de vacinação todas as crianças menores de cinco anos, junto com a Caderneta de Vacinação. O documento será avalizado para, caso necessário, aplicar as vacinas que estiverem em atraso. A segunda etapa ficou conhecida como Campanha Nacional de Multivacinação, possibilitando que o país aumente as coberturas vacinais, atingindo as crianças de forma homogênea, em todos os municípios brasileiros.
Esquema sequencial da vacinação contra poliomielite
Idade | Vacina |
2 meses | Vacina Inativada poliomielite – VIP |
4 meses | VIP |
6 meses | Vacina oral poliomielite (atenuada) – VOP |
15 meses | VOP |
Com o novo esquema, além da pentavalente, a criança mantém os dois reforços com a vacina DTP (difteria, tétano, coqueluche). O primeiro a partir dos 12 meses e, o segundo reforço, entre 4 e 6 anos. Além disso, os recém-nascidos continuam a receber a primeira dose da vacina hepatibe B nas primeiras 12 horas de vida para prevenir a transmissão vertical.
Heptavalente – No prazo de quatro anos, o Ministério da Saúde deverá transformar a pentavalente em heptavalente, com a inclusão das vacinas inativada poliomielite e meningite C conjugada. “As vacinas combinadas possuem vários benefícios, entre eles o fato de reunir, em apenas uma injeção, vários componentes imunobiológicos. Além disso, os pais ou responsáveis precisarão ir menos aos postos de vacinação, o que poderá resultar em uma maior cobertura vacinal”, observa o ministro Alexandre Padilha.
A vacina heptavalente será desenvolvida em parceria com laboratórios o Ministério da Saúde, a Fiocruz/Bio-Manguinhos, o Instituto Butantan, e Fundação Ezequiel Dias. A tecnologia envolvida é resultado de um acordo de transferência entre o Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz, e o laboratório Sanofi.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explica que essas mudanças integram a política de aperfeiçoamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e estão em consonância com a meta de inovação e de produção nacional do Complexo Econômico e Industrial de Saúde. “Queremos estimular o desenvolvimento tecnológico e diminuir a dependência do mercado externo”, afirma Padilha.
O secretário de Vigilância em Saúde (SVS), Jarbas Barbosa, destaca outras vantagens das vacinas combinadas, como a economia de custos dos imunobiológicos e de logística operacional. “São produtos que reúnem um número maior de antígenos capazes de estimular a resposta imunológica contra mais de um agente infeccioso, vírus ou bactéria. Tudo isso em única apresentação”, observa o secretário.
Investimento – Com a implantação da pentavalente haverá uma economia de R$ 700 mil ao ano, devido à redução no preço da vacina, além da diminuição do custo de operacionalização (transporte, armazenamento, seringas e agulhas). No decorrer desse ano, o Ministério da Saúde vai adquirir oito milhões e oitocentas mil doses da pentavalente, a um custo de R$ 91 milhões. Também serão adquiridas outras oito milhões de doses da Vacina Inativada Poliomielite, ao custo de R$ 40 milhões. Para a manutenção de estoque estratégico, já foram compradas, em dezembro do ano passado, três milhões de doses da VIP, por R$ 15 milhões.
Aniversário do Blog da Saúde - Em comemoração ao aniversário de um ano, o Blog da Saúde está republicando as matérias com maior número de visualizações neste período. Este post foi ao ar em janeiro deste ano. Durante a nova campanha de atualização da caderneta de vacinação, foram aplicadas 2.259.916 milhões de doses de vacinas em crianças menores de cinco anos. A vacina tríplice bacteriana (DTP) foi a mais administrada, com 456.385mil doses. Também foram aplicadas 381.177mil doses da vacina oral poliomielite; 374.724doses da tríplice viral; e 280.576doses da vacina pneumocócica conjugada 10 valente.
Para a operacionalização desta estratégia, o Ministério da Saúde repassou R$ 18,6 milhões do Fundo Nacional de Saúde (FNS) aos fundos estaduais e municipais. Em todo o país, a campanha contou com 34 mil postos de vacinação, 350 mil profissionais de saúde e 42 mil veículos.
A campanha de atualização da caderneta de vacinação também ofereceu megadoses de vitamina A para 56.125 crianças (18,7%). Com relação ao número de crianças que receberam vitamina A em 2012 (rotina e campanha), os dados chegam a mais de 1,8 milhão de crianças (62% da meta). Ao todo foram distribuídas, em 2012, 1.954.309 cápsulas de vitamina A nos estados das regiões Norte e Nordeste, e as cidades das regiões do Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Fonte: Ministério da Saúde
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