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Som alto nos fones de ouvido pode causar perda irreversível da audição:
Os avanços tecnológicos da última década permitiram o surgimento de uma numerosa série de aparelhos eletrônicos. É cada vez mais comum ver pessoas andando nas ruas, se locomovendo no transporte público ou em veículos próprios e no ambiente de trabalho com fones de ouvido. O som em um volume alto, no entanto, pode causar danos irreparáveis à audição.
Rafael Milanez Greco, otorrino do Hospital Conceição, vinculado ao Ministério da Saúde, explica que o uso constante dos fones de ouvido pode causar uma lesão crônica e insidiosa no órgão auditivo. “As pessoas que usam, diariamente, poderão apresentar problemas irreversíveis no futuro. O maior problema é que elas não sabem a intensidade em que está o volume. Muitas vezes é muito elevada. O ouvido já está sendo lesado e o indivíduo nem sabe”, explica o médico.
O especialista usa números para mostrar como o nível do som é preocupante. “Quem trabalha em um ambiente com ruído em torno de 85 decibéis, como o barulho feito por um cortador de grama potente, pode ficar lá por oito horas diárias, com proteção. Se aumentar o volume para 90 decibéis, o período permitido já cai para quatro horas. Aumenta um pouco o som e reduz pela metade o tempo de exposição”, analisa o otorrino, que considera os fones de inserção, aqueles que ficam dentro da orelha, como ‘um pouco piores’ do que os demais. “Ele faz uma pressão direta no ouvido, sem escape”.
O profissional alerta que os problemas causados pelo uso dos fones de ouvidos são evitáveis e atingem principalmente os jovens. Também lembra que em alguns casos, as lesões não são perceptíveis. “Muitas vezes, o primeiro sintoma não é uma perda auditiva, pois a frequência afetada é alta e não aquela que utilizamos diariamente para conversar, por exemplo. As pessoas acabam apresentando sintomas como o zumbido, já com perda auditiva”, esclarece.
Mas não é apenas o uso dos fones com o som alto que pode causar problemas nos ouvidos. Existe uma série de doenças, congênitas e adquiridas, que causam a perda auditiva. “Temos inúmeras formas de problemas congênitos, como as malformações nas orelhas. A pessoa nasce sem a cartilagem. Também há casos mais sutis, em que o órgão auditivo não está formado. As causas adquiridas estão ligadas a doenças como câncer (exposição à quimioterapia e radioterapia), diabetes, sífilis, na tireoide e aids. E também a casos ocorridos no dia a dia, como um trauma acústico na exposição a volumes de grande intensidade (um estampido de um tiro ou uma explosão) ou causado pelo trabalho em locais com grande ruído”, avalia.
Poucas lesões são reversíveis - Não há tratamento medicamentoso nos casos de perda de audição. “Em graus graves e dependendo do estado da audição e do convívio social do paciente, o mais recomendado será o uso de próteses auditivas”, informa o médico. Em alguns poucos casos, porém, as lesões são reversíveis. “Acontecem quando ficamos expostos a volumes altos em um concerto musical, por exemplo. Percebemos pouco depois um chiado no ouvido. Esse transtorno é um estresse vascular que ocorre na orelha interna e reverte. A audição volta ao normal”.
O especialista aponta mais uma dificuldade: a falta de hábito dos brasileiros em realizarem exames auditivos periódicos. “Sempre que houver algum sintoma, como chiado, dor, secreção, que pode ser causada por alguma infecção, nós recomendamos uma avaliação. A partir dos 55 anos de idade, entre 20% e 25% da população pode apresentar um grau significativo de perda auditiva. Entre 75 e 84 anos, esse número pode aumentar para mais de 40%. A partir dos 50 anos, vale a pena uma avaliação dentro do check-up”.
Por outro lado, Rafael Milanez Greco expõe avanços na busca pela solução dos problemas. Segundo ele, os cuidados são cada vez mais precoces. “A triagem auditiva hoje é neonatal. A preocupação com a audição começa na infância. O Governo tomou uma série de medidas que ajudaram a conter causas importantes de surdez, como a campanha de vacinação contra a rubéola e a criação do teste da orelhinha, que é muito importante”, afirma.
Fonte: Inca
Fonte: Marcos Moura – Comunicação Interna e Conteúdo Web do Ministério da Saúde
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