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Trabalho, estudo, buscar filhos na escola, frequentar academias. No final de semana, churrasco em casas de amigos, festas, atividades de lazer. Para aguentar tantas atividades, milhares de pessoas consomem bebidas energéticas ou produtos naturais, como o guaraná em pó. Porém, se forem consumidos em excessos, podem trazer danos à saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite a venda de bebidas energéticas no país desde 1998, depois de analisar a segurança desses produtos. Atualmente, as bebidas energéticas são dispensadas da obrigatoriedade de registro junto a Anvisa e regulamentadas como alimentos pela Resolução RDC 273/2005.
A nutricionista Leilane Fernandes, da Gerência de Alimentos da agência, afirma que as embalagens devem conter obrigatoriamente as seguintes advertências, em destaque e em negrito: “Crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades: consultar o médico antes de consumir o produto” e “Não é recomendado o consumo com bebida alcoólica”.
Ela esclarece que ainda há o suplemento de cafeína para atletas e o suplemento energético para atletas que são regulamentados pela Resolução RDC n. 18/2010. O suplemento de cafeína para atletas é o produto destinado a aumentar a resistência aeróbia em exercícios físicos de longa duração, enquanto suplemento energético para atletas é o produto destinado a complementar as necessidades energéticas em virtude do gasto calórico aumentado.
Em relação ao guaraná em pó, Leilane explica que o produto é classificado como novo alimento e não possui e não tem comprovação de efeitos energéticos. A quantidade de cafeína no guaraná em pó varia de acordo com a matéria-prima utilizada dependendo do estágio de maturação do fruto, condições de cultivo, processo de obtenção. A regulamentação sobre o tema não exige uma padronização dos componentes ativos desse produto, visto que não há necessidade de ter um limite mínimo para que se alegue algum efeito, nem limite máximo considerando que quantidades de cafeína naturalmente presentes no guaraná são consideradas seguras.
Por determinação de Anvisa, os rótulos das bebidas consideradas energéticas devem trazer orientações sobre o consumo e advertências para grupos específicos. Isto porque qualquer alimento usado em excesso pode trazer danos à saúde. O cardiologista Stephan Lachtermacher, do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), vinculado ao Ministério da Saúde, os energéticos são ricos em cafeína, que é um estimulante do sistema nervoso.
Segundo ele, as pessoas não costumam ler os rótulos e, se não tivesse qualquer tipo de perigo, não teriam advertências nas embalagens dos produtos. O risco maior está na dose, principalmente para quem tem sensibilidade à cafeína ou predisposição às arritmias ou faz parte do grupo citado nas embalagens (crianças, idosos, nutrizes, grávidas, com problemas de saúde). Ele alerta: “A cafeína pode estimular o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos”. Por isso, pacientes cardíacos, hipertensos e renais não devem usar estas substâncias.
O médico acrescenta que também é arriscado o consumo da bebida com álcool. “Essa associação pode aumentar os efeitos excitatórios e reduzir os depressores no sistema nervoso e também precipitar ou predispor arritmias cardíacas”, diz o cardiologista.
Fonte: Maria Vitória / Agência Saúde
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