Prática de esportes ajuda a aumentar concentração no dia a dia...:
Teste
da Unicamp mostra que depois de um mês de treinos físicos maioria dos
participantes consegue melhores notas em exames de raciocínio.
Se você ainda está procurando um bom motivo para começar a se exercitar,
a coluna Você Não Sabia, Mas Já Existe, vai te dar um: exercício faz bem para o
cérebro.
Que o esporte faz bem para a saúde, todo mundo sabe. Mas o que você vai
descobrir na reportagem é que esses benefícios podem ir muito além da parte
física, de deixar o corpo mais bonito.
O que normalmente a gente aprende é que, quanto mais cedo a gente começa
um esporte e quanto mais a gente treina , melhor fica. Pois a ciência agora
quer mostrar mais claramente que o exercício feito ao longo da vida traz
benefícios não apenas a parte física, mas também a mental.
No interior de São Paulo, pesquisadores querem fazer suar para pensarmos
mais e melhor. Foi há cerca de um ano que a Faculdade de Educação Física da
Unicamp começou a desenvolver uma pesquisa sobre o cérebro humano. E se isso já
surpreende você - uma faculdade de Educação Física pesquisar o cérebro da gente
- vai se surpreender ainda mais com o esporte que foi escolhido pra fazer essa
pesquisa: o badminton.
Ele exige rapidez, reflexo, estratégia. E não é fácil. Foram escolhidos
12 alunos sedentários, sequer conheciam badminton. Primeiro, passaram por
testes de raciocínio e concentração. Depois, treinaram por um mês, jogadas do
esporte. E repetiram os testes. O resultado: dos 12, 11 obtiveram melhores
notas.
Rosária de Digangi, aluna de doutorado, foi uma delas. “Pode-se comparar
o meu cérebro sem o exercício e após um tempo fazendo o exercício. Antes eu era
nota 6, depois 8,5. Tudo graças ao badminton, eu acredito”, conta.
“Se ela melhora a atenção e concentração no jogo, consequentemente ela
vai melhorar a atenção e concentração. Quando ela estiver dirigindo, executando
qualquer atividade outra, fazendo um problema, qualquer tipo de situação essa
atenção e concentração também é melhorada”, explica Paula Teixeira Fernandes,
professora de Educação física da Unicamp.
O que pode estar por trás desses resultados é o estímulo aos neurônios.
Na grande estrutura cerebral, eles são responsáveis por transmitir informações
para o corpo todo. Para que essa comunicação flua melhor, é preciso estimular o
cérebro com diferentes trabalhos. A leitura, a música, palavras cruzadas - isso
é bem conhecido. Com o exercício físico, acontece algo semelhante. O esporte
seria uma forma de também melhorar as conexões entre os neurônios.
No laboratório de Neuroimagem da Unicamp é possível enxergar como o
cérebro é influenciado, como o cérebro é ativado, durante um exercício físico.
Pela primeira vez - e o pessoal da Unicamp foi pioneiro nisso - colocou-se em
uma máquina de ressonância magnética um equipamento que permita um exercício,
um esforço físico.
O Bom Dia Brasil fez o teste, acompanhado da equipe do professor Li Li
Min. Com metade do corpo dentro de uma máquina de ressonância magnética, a
medida que o repórter mexe as mãos ou as pernas, como se estivesse pedalando
uma bicicleta, é possível enxergar o cérebro. E ver como o exercício físico
está fazendo o cérebro reagir.
O exame revela imagens que mostram as áreas do cérebro que vão sendo
ativadas. Com uma carga leve de exercícios e uma mais pesada: quanto o maior o
esforço, maior a concentração em uma área específica do cérebro.
Para o professor Li Li Min, essa ginástica cerebral deve começar desde
cedo. “Se a criança começa a investir na sua saúde corporal como um todo, mas
que também tem hoje repercussão no cérebro, ele vai ter uma reserva, uma
poupança cerebral, muito mais alta do que aquela pessoa que começa mais tarde”,
explica.
Pequenos judocas são treinados pelo medalhista Flávio Canto. Sempre que
pode, Flávio participa das aulas e mostra que a força física não é a única que
precisa ser trabalhada.
“O judô é um esporte individual, você entra sozinho em uma luta. Você
tem que se programar para vencer. E você lá dentro está o tempo inteiro
precisando improvisar. E isso te obriga a estar toda hora pensando. É um xadrez
do corpo”, diz.
Para o esporte fazer bem para o cérebro, é preciso ter rotina e sempre
buscar um melhor desempenho. A remadora Fabiana Beltrame, medalhista de ouro,
conta o que passa pela cabeça dela na hora de uma competição: “Eu estou sempre
concentrada em fazer o barco andar mais. Então, concentrada na técnica, olhando
também como eu estou em relação aos meus adversários, vendo como estão as
condições da lagoa, da raia em que eu estou competindo”.
Ela garante que o esforço e a concentração também ajudam fora do
esporte. “Sou muito mais focado no que estou fazendo. Não importa se eu estou
lendo um livro, na internet ou vendo um filme. Eu estou muito mais focada, mais
concentrada, em tudo o que eu estou fazendo”, diz.
Fonte: globo.com
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