quarta-feira, 27 de março de 2013

FIQUE SABENDO - Não é mais ficção científica: partes do corpo humano já são criadas em laboratório

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Não é mais ficção científica: partes do corpo humano já são criadas em laboratório:
Crédito: Gareth Phillips / The Wall Street Journal
Crédito: Gareth Phillips / The Wall Street Journal
A ficção científica retratada em diversos filmes parece ser realidade nos dias de hoje: os cientistas vêm desenvolvendo órgãos humanos – bexiga, orelha, traqueia e até coração – em laboratório. É o que revela uma reportagem do jornal Valor Econômico.
A criação de órgãos humanos em laboratório está sendo estimulada por uma escassez de doadores de órgãos e a crescente demanda por transplantes. Além disso, ao contrário dos pacientes de transplantes, os que receberão os órgãos de laboratório não precisarão tomar fortes medicamentos contra rejeição pelo resto da vida porque os órgãos são criados pela bioengenharia a partir de células do próprio paciente.
Imagem: as orelhas que estão nos potes não são de borracha. Acredite, elas são “humanas” e foram cultivadas em laboratório.

Cultivando em laboratório

Os cientistas começaram a cultivar órgãos simples. Em 1999, no Estado americano da Carolina do Norte, um laboratório fez o primeiro de uma série de transplantes de bexigas cultivadas em laboratório para crianças com sérios problemas no órgão. Hoje, o laboratório está tentando cultivar vários órgãos por meio da bioengenharia, desde vasos sanguíneos simples até um fígado humano.
Alguns dos trabalhos mais complexos estão em andamento no laboratório de Alex Seifalian, no Royal Free Hospital, em Londres. Em 2011, o pesquisador criou uma traqueia a partir das células de um paciente, órgão que lhe salvou a vida. Ele já transplantou uma artéria e dutos lacrimais cultivados em laboratório e também já criou um nariz artificial, que espera poder implantar no fim deste ano em um homem que perdeu o nariz devido a um câncer de pele.

Como é feito

A maioria dos órgãos humanos adquire a sua forma a partir de uma armação interna básica (daí o nome “andaime”) feita de colágeno e outras proteínas. Os cientistas lutaram por anos para encontrar um material forte e flexível que pudesse substituir essa estrutura sem ser rejeitado pelo organismo. Por fim, optaram por dois materiais de alta tecnologia feitos de fibras vegetais, resinas e outras substâncias.
A base para todos os órgãos criados em laboratório são as células-tronco, encontradas na medula óssea, na gordura e em outras partes do corpo humano. Como as células-tronco podem se transformar em outros tecidos do corpo, elas são a base para se criar qualquer órgão.
No caso de um dos narizes feitos no laboratório, as células-tronco extraídas do tecido gorduroso do paciente foram colocadas num molde, juntamente com substâncias químicas que controlam o desenvolvimento das células. As células-tronco foram deixadas dentro dos poros do órgão cultivado no laboratório e, aos poucos, se diferenciando e se transformando em células que formam cartilagens.
Contudo, faltava ao nariz uma parte crucial: a pele. Para isso, o nariz feito por bioengenharia foi implantado sob o antebraço do paciente. Se o enxerto de pele der certo, os cirurgiões vão retirar o nariz do braço e suturá-lo no rosto do paciente. (Este procedimento já foi realizado em um reimplante de orelha, confira no post 10 Fascinantes cirurgias de reimplante).
O grande sonho dos cientistas é cultivar um coração em laboratório. Mas, por enquanto, essa parte fica só na ficção.

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