terça-feira, 26 de março de 2013

Políticas públicas para fomentar a alimentação saudável nas escolas

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Políticas públicas para fomentar a alimentação saudável nas escolas:
“Dados da Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares, (2008/09), das duas últimas décadas, indicam que a prevalência da obesidade em crianças, de 5 a 9 anos, saltou de 4,1% para 16,6% entre os meninos e de 2,4% para 11,8% entre as meninas. Nos adolescentes, o excesso de peso passou de 3,7% para 21,7% nas últimas quatro décadas.”
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Obesidade e outros problemas da má alimentação infantil: tema importante do qual já tratamos várias vezes no @avidaquer e que volta ao blog com um viés mais positivo, em busca de soluções reais que já estão sendo adotadas em escolas brasileiras na campanha do Ministério da Saúde que conhecemos na visita do dia 07/03/2013. Nesta Segunda de Saúde contaremos detalhes das políticas públicas para fomentar a alimentação saudável nas escolas, com cartilhas de orientação para as escolas particulares, evitando problemas articulares, diabetes e hipertensão. Na semana em que o governo lançou uma campanha de saúde nas escolas, o Fantástico explicou como os pais podem prevenir a obesidade infantil, perguntando: será que nossas crianças sabem reconhecer os bons alimentos?
Acredito que até têm noção (quando meus filhos eram pequenos até gravaram comigo um vídeo sobre a pirâmide alimentar), mas se confundem muito quando a teoria (das aulas) se contrapõe à prática (do lanche na escola e da comida em casa!). Por ver isso no cotidiano eu noto que um trabalho conjunto da escola e da família, com orientação de profissionais de saúde, pode ser o diferencial.
Em agosto de 2012 meus filhos foram os representantes brasileiros do blog Never Seconds, iniciativa de uma menina escocesa que, aos 9 anos, começou a postar fotos da comida da sua escola reclamando da pouca qualidade nutricional do que era servido e também do fato de não poderem repetir (daí o never seconds, sem o segundo prato). Na época eles começavam um projeto interessante no SESC chamado Curumim, que oferece atividades de contraturno escolar em dois dias da semana, estimulando-os a fazerem atividades físicas e a cuidarem da saúde, com grande ênfase na alimentação saudável e consciente. Foi muito interessante acompanhar os updates dos meninos no blog (em inglês) porque mostravam como eles entendiam suas escolhas, às quais davam notas.
Eu gostaria que a escola oferecesse este mesmo acompanhamento e neste ano espero poder conversar a sério com a escola deles (que é particular e nisso sai perdendo, pois não tem o mesmo acompanhamento intersetorial que as públicas). Pretendo apresentar para eles o material com o qual tivemos contato graças ao encontro em Brasília e que traz explicações para diferentes faixas etárias, além de um convite para que a escola faça parte do programa, aderindo à Semana de Saúde na Escola.
E é importante divulgarmos porque, vejam só, estas iniciativas nem são novas. O Programa Saúde na Escola (PSE), parte da política intersetorial dos Ministérios da Saúde e da Educação, foi instituído em 2007. As políticas de saúde e educação voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira se unem para promover o desenvolvimento pleno desse público, aproveitando o espaço privilegiado da escola para práticas de promoção, prevenção da saúde e construção de uma cultura de paz. A articulação entre Escola e Rede Básica de Saúde é, portanto, fundamental para o Programa Saúde na Escola.
Quando eu era criança, morando no interior e estudando em escola pública, era comum a gente parar na cozinha da escola assim que chegava para levar uma contribuição para o lanche. A merendeira da escola era prima da minha avó e às vezes eu parava para puxar papo e via as crianças trazendo legumes e verduras das hortas de casa. Como tínhamos uma condição um pouco melhor do que a média das famílias de lá, lembro que meus pais mandavam coisas mais caras, como carnes, para ajudar. Sim, carne. A gente comia sopa, polenta com carne moída e coisas assim no intervalo da manhã e da tarde. Nada de bolo recheado, hamburguer, salgadinhos industrializados. E para beber, água!
Era interessante conviver com tanta diversidade e acho que falta isso para quem, como meus meninos, estuda só em escola particular e em cidade muito grande e industrializada. Afinal, a escola como um espaço de relações é ideal para o desenvolvimento do pensamento crítico e político, na medida em que contribui na construção de valores pessoais, crenças, conceitos e maneiras de conhecer o mundo e interfere diretamente na produção social da saúde.
E o que podemos fazer? Sugerir que a escola encare de frente o tema e alunos, pais e a escola façam um pacto pela saúde.
ministro padilha e aline kelly do blog avidaquer
Aline Kelly, do blog Sustentável 2.0, foi nossa representante no Encontro de blogueiras com o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, contou que naquele mesmo dia sua filha estava sendo atendida no programa. Segundo disse, já na primeira reunião de pais assinou a autorização para que as filhas Julia e Clara a participarem novamente do Saúde na Escola. As duas já tinham sido atendidas pelo programa no ano passado e sabiam como funcionava – e na época a Clara até fez um vídeo contando como foi. Fiquei curiosa e pedi para ela nos contar do processo, claro.
“No dia da avaliação, as crianças precisam levar a Carteira de Vacinação, para que seja verificado se as vacinas estão em dia e o número do Cartão SUS, que será necessário caso seja preciso encaminhar a criança para a UBS. Em data agendada, a equipe de saúde visita a escola é feito orientação odontológica, medição da pressão, pesagem e um teste inicial de visão. Caso a equipe identifique a necessidade de um acompanhamento, a família já recebe o encaminhamento médico e em alguns casos a consulta é marcada pela própria escola (e olha que marcar consulta na UBS principalmente com o dentista nem sempre é simples). O programa faz também um acompanhamento dos encaminhamentos médicos e quando a consulta é marcada pela escola, os pais já recebem o aviso que caso a criança não compareça a consulta sem uma justificativa,  o Conselho Tutelar será comunicado e se for beneficiário de programas de transferência de renda, o benefício poderá ser cortado. Sei que parece radical, mas é um jeito de levar o assunto a sério. Faz parte do programa também a avaliação de acuidade visual, que hoje é uma das principais causas de evasão escolar e da dificuldade de aprendizagem. O enfrentamento a esta questão já acontece aqui em Guarulhos há muitos anos pelo Programa Meninas dos Olhos que além dos testes, fornece os óculos para as crianças com perda visual, recordo que o Gabriel (hoje com 13), chegou a fazer os testes.  Além do atendimento médico, o qual muitas famílias acabam tendo dificuldades de agendar diretamente na UBS, o Saúde na Escola realiza outras atividades focado em valorizar a alimentação saudável e atividades físicas, assim como orientações de higiene pessoal. Tudo muito lúdico, voltado para as crianças. Há também um dia dedicado a família quando os pais são convidados a visitar a escola e participar de atividades, geralmente palestras de orientação voltado para o bem estar da família.”
Entenderam porque eu falei que as escolas particulares saem perdendo?
Mas, nós, pais, junto com os professores e os alunos, podemos mudar isso em atividades direcionadas e num trabalho contínuo.
As práticas em educação e saúde devem considerar os diversos contextos com o objetivo de realizar construções compartilhadas de saberes sustentados pelas histórias individuais e coletivas, com papéis sociais distintos – professores, educandos, merendeiras, porteiros, pais, mães, avós, entre outros sujeitos –, produzindo aprendizagens significativas e ratificando uma ética inclusiva. Desse modo, dimensionando a participação ativa de diversos interlocutores/sujeitos em práticas cotidianas, é possível vislumbrar uma escola que forma cidadãos críticos e informados com habilidades para agir em defesa da vida e de sua qualidade e que devem ser compreendidos pelas equipes de Saúde da Família (eSF) em suas estratégias de cuidado.
O Programa Saúde na Escola (PSE) promete contribuir para o fortalecimento de ações na perspectiva do desenvolvimento integral e proporcionar à comunidade escolar a participação em programas e projetos que articulem saúde e educação, para o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Essa iniciativa reconhece e acolhe as ações de integração entre saúde e educação já existentes e que têm impactado positivamente na qualidade de vida dos educandos.
Neste ano acontece a segunda edição da Semana de Mobilização Saúde na Escola. Além dos alunos do ensino fundamental e médio, também participarão da triagem os estudantes das creches e pré-escolas. Na edição de 2013, deverão participar cerca 30 mil escolas, 13 mil Equipes de Saúde da Família e 2.300 municípios. Os temas tratados serão o crescimento da obesidade na infância e na adolescência e a saúde ocular.
Para auxiliar as escolas na organização das atividades, os Ministérios da Saúde e da Educação elaboraram um guia com sugestões para todos os temas a serem abordados, não apenas durante a Semana Saúde na Escola, mas também ao longo do ano letivo com Almanaque para crianças de 10 a 14 anos e Gibi para crianças de 5 a 9 anos

;-)
E vale relembrar um papo que já tivemos, em vídeo, sobre o papel da família na alimentação infantil no videocast Pais, filhos e alimentação – como fazer esta equação dar certo?
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