Foto: ONU/Kibae Park
Os perigos causados pela poluição do ar são muito mais abrangentes do que se acreditava, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao pedir novamente por uma ação global eficiente para reduzir o que foi descrito como um dos “maiores perigos à saúde humana”.
O alerta foi dado durante a mais recente reunião da Coalizão para o Clima e o Ar Limpo (CCAC, na sigla em inglês) — promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) — realizada em Paris, na França, durante o final de semana.
Profissionais da saúde afirmaram que a poluição do ar em ambientes fechados se tornou o maior fator de risco para o “fardo das doenças” — um cálculo baseado em anos de vidas perdidas combinado com anos vividos sem a saúde plena — no sul da Ásia, o segundo maior fator na África Subsaariana e o terceiro maior fator no sudeste asiático.
“Estima-se que existam 3,5 milhões de mortes prematuras causadas todo ano pela poluição do ar doméstico, e 3,3 milhões de mortes todo ano causadas pela poluição atmosférica”, disse Maria Neira, Diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, na reunião.
Segundo estimativas da OMS, a poluição da camada de ozônio causa adicionalmente 200 mil mortes prematuras todo ano. “A poluição do ar está se tornando um dos maiores problemas de saúde que estamos enfrentando no momento”, disse Neira.
Os poluentes climáticos de curta duração — ou PCCD — são apontados como os principais responsáveis por danos à saúde, pela perda de colheitas e pelas mudanças climáticas. Os PCCDs que são nocivos à saúde são liberados através de diversas fontes, desde a combustão do diesel, fumaça e fuligem proveniente de fogões ineficientes, a vazamentos e queimas do óleo e produção do gás natural proveniente da eliminação de resíduos sólidos.
Em um comunicado à imprensa, o PNUMA reforçou que uma ação eficiente em relação aos PCCDs poderia reduzir consideravelmente o número de mortes pela poluição do ar. Esforços para diminuir a emissão de carbono negro feita por veículos de grande porte e motores receberam muita atenção do CCAC.
A CCAC já realiza esforços para reduzir a emissão do carbono negro e outros poluentes, desde a sua fabricação até a adoção de tecnologias mais modernas que podem diminuir a emissão de poluentes de 10 a 50%, enquanto esforços para distribuir fogões mais eficientes já estão em andamento em Bangladesh.
No Brasil, projeto da ONU impulsiona uso de fogão ecológico Guarani-Kaiowá
A partir de oficinas de construção de fogões geoagroecológicos realizadas em 2012 na Aldeia Panambizinho, da etnia Guarani-Kaiowá, localizada no município de Dourados (MS), a ONU — por meio do Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas no Brasil (PCSAN) — buscou melhorar a qualidade de vida das populações indígenas, a partir de ações estruturantes relacionadas à segurança alimentar e à segurança energética.
O fogão geoagroecológico é uma tecnologia social cuja intenção é substituir os fogões convencionais, pouco eficientes energeticamente e prejudiciais à saúde das mulheres e crianças que inalam diariamente uma grande quantidade de fumaça.
Entre seus maiores benefícios está a drástica diminuição da quantidade de lenha utilizada para o cozimento, recurso extremamente escasso na maioria das aldeias do Mato Grosso do Sul.
A nova tecnologia, adaptada à realidade local, além de eliminar a dependência e os gastos com a compra do botijão de gás e seu reabastecimento, reduz a emissão de gases de efeito estufa que provocam o aquecimento global.
Veja no vídeo abaixo:
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