Programa utilizado em escolas dos Estados Unidos, Inglaterra, Israel e Cingapura apresenta alternativas para o ensino de ciências nas escolas. O objetivo: desenvolver habilidades e tornar o aluno um agente ativo nas salas de aula e – por que não? – na sociedade.
Publicado em 03/02/2011
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Atualizado em 03/02/2011
Alunos em laboratório. De acordo com o programa LSS,
atividades colaborativas e interatividade são fundamentais para que o
ensino de ciências dê certo. O método foi tema de encontro em São Paulo.
(foto: Universidade de Navarra/ CC BY-NC 2.0)
O ensino de ciência para alunos de nível pré-universitário é
indispensável para a formação do estudante, mas a atualização e inovação
nas aulas ainda são tímidas dentro das escolas brasileiras. Novas
metodologias têm sido testadas e utilizadas por todo o mundo, com
diferentes graus de sucesso e popularidade.
Entre elas destaca-se o programa LSS, do inglês, Learning Skills for Science (Habilidades e Competências para o Ensino de Ciências, em português), tema central do workshop homônimo realizado nos dias 26 e 27 de janeiro, no colégio judaico Renascença, em São Paulo. O objetivo do encontro era capacitar professores da escola para um ensino de ciência mais eficiente.
O LSS é baseado no desenvolvimento de habilidades nos estudantes para a formação de alunos que efetivamente entendam a ciência como um aliado ao aprendizado e não como um complicador desse processo. Segundo Zahava Scherz, PhD em ensino de ciências e diretora do Instituto Davidson, de Israel, essas habilidades não se desenvolvem espontaneamente e esse método pode melhorar o desempenho dos alunos e o entendimento mais amplo do ambiente que o cerca.
Mas o ponto forte do LSS reside em “Sistematizar os métodos para esse processo”, como afirmou o professor de biologia do colégio Renascença, Marcelo Enrique Crivelari.
Para o sucesso do programa é essencial que haja instruções claramente estruturadas, para que o aluno saiba o que é esperado e entenda como poderá atingir o objetivo de maneira satisfatória. Essas instruções somadas às tarefas com avaliação de desempenho se mostraram muito eficientes.
O Learning Skills for Science trabalha em cima de quatro grandes habilidades: perguntar, investigar, aprender e resolver problemas – que podem ser desenvolvidas com diversas ferramentas. De acordo com a idade dos alunos – o LSS pode ser usado a partir dos doze anos de idade –, novas atividades são introduzidas na educação da criança e a diversão deve ser valorizada e facilitada já que pode compensar o fracasso.
Segundo Marcos David Muhlpointner, professor de biologia, o workshop foi muito útil e trouxe a importância do erro como parte do aprendizado. Muitas vezes é motivo de bronca, desconto na nota ou até ridicularização, mas a reação deve ser: “Por que ele errou?”. A partir dessa pergunta, novas soluções podem ser forjadas. O programa propõe tarefas desafiadoras e que estejam na fronteira entre o sucesso e a frustração, que carece de ser seguida por experiências positivas.
De acordo com o professor de matemática, José Roberto Corrêa, o empecilho para uma utilização mais profunda do LSS é a falta de tempo dos professores nas salas de aula e a iminência dos vestibulares para os estudantes do ensino médio. Por isso, para que seja mais efetivo, o programa deve ser implantado desde idades mais baixas, de uma forma que o método de aprendizado do aluno esteja afinado com o do educador.
É importante perceber que o LSS não propõe uma revolução, mas uma evolução na maneira de ensinar. Muitas das técnicas mostradas no workshop já eram utilizadas por diversos professores do colégio, mas a intenção é incentivá-los a introduzir algumas dessas ferramentas nas aulas. Segundo o coordenador de matemática do Colégio Renascença, David Mauro Degenszajn, “adaptar” é a palavra-chave e cada professor deve procurar as suas formas para desenvolver seus alunos.
Alternativas para o ensino de ciência são necessárias e, possivelmente, o melhor método seja a combinação de várias técnicas. Mas talvez o mais importante seja tentar – o que pode ensinar muito ao professor e ao aluno.
Rafael FoltramCiência Hoje On-line / SP
Entre elas destaca-se o programa LSS, do inglês, Learning Skills for Science (Habilidades e Competências para o Ensino de Ciências, em português), tema central do workshop homônimo realizado nos dias 26 e 27 de janeiro, no colégio judaico Renascença, em São Paulo. O objetivo do encontro era capacitar professores da escola para um ensino de ciência mais eficiente.
O LSS é baseado no desenvolvimento de habilidades nos estudantes para a formação de alunos que efetivamente entendam a ciência como um aliado ao aprendizado e não como um complicador desse processo. Segundo Zahava Scherz, PhD em ensino de ciências e diretora do Instituto Davidson, de Israel, essas habilidades não se desenvolvem espontaneamente e esse método pode melhorar o desempenho dos alunos e o entendimento mais amplo do ambiente que o cerca.
O programa propõe uma maior participação do aluno no processo de aprendizado
Na prática, o que o programa propõe é uma maior participação dos alunos
no processo de aprendizagem, ou seja, transformá-los em elementos ativos
no ensino – tese já defendida por estudiosos desse campo, como o
educador e filósofo brasileiro Paulo Freire.Mas o ponto forte do LSS reside em “Sistematizar os métodos para esse processo”, como afirmou o professor de biologia do colégio Renascença, Marcelo Enrique Crivelari.
Para o sucesso do programa é essencial que haja instruções claramente estruturadas, para que o aluno saiba o que é esperado e entenda como poderá atingir o objetivo de maneira satisfatória. Essas instruções somadas às tarefas com avaliação de desempenho se mostraram muito eficientes.
O Learning Skills for Science trabalha em cima de quatro grandes habilidades: perguntar, investigar, aprender e resolver problemas – que podem ser desenvolvidas com diversas ferramentas. De acordo com a idade dos alunos – o LSS pode ser usado a partir dos doze anos de idade –, novas atividades são introduzidas na educação da criança e a diversão deve ser valorizada e facilitada já que pode compensar o fracasso.
Segundo Marcos David Muhlpointner, professor de biologia, o workshop foi muito útil e trouxe a importância do erro como parte do aprendizado. Muitas vezes é motivo de bronca, desconto na nota ou até ridicularização, mas a reação deve ser: “Por que ele errou?”. A partir dessa pergunta, novas soluções podem ser forjadas. O programa propõe tarefas desafiadoras e que estejam na fronteira entre o sucesso e a frustração, que carece de ser seguida por experiências positivas.
Atividade coletiva
A atividade em grupo deve ser comum, assim como avaliações cruzadas (entre os próprios alunos) e trabalhos envolvendo a sala toda. Artifícios como teatro e colocar a mão na massa são importantes para trazer a percepção de interação com o ambiente e com a ciência. Assim, as crianças se sentem mais integradas às disciplinas e percebem que podem efetivamente interpretar e mudar o status quo.
Exercícios competitivos e jogos são indicados como boas alternativas
para aumentar a concentração dos alunos
Exercícios competitivos e jogos são indicados como boas alternativas
para aumentar a concentração dos alunos e podem ser opção para os que
possuem maiores dificuldades. Aulas práticas são consideradas
essenciais e devem ser encorajadas e frequentes, tanto em laboratórios
quanto em locais externos, aproveitando e promovendo excursões
educativas.De acordo com o professor de matemática, José Roberto Corrêa, o empecilho para uma utilização mais profunda do LSS é a falta de tempo dos professores nas salas de aula e a iminência dos vestibulares para os estudantes do ensino médio. Por isso, para que seja mais efetivo, o programa deve ser implantado desde idades mais baixas, de uma forma que o método de aprendizado do aluno esteja afinado com o do educador.
É importante perceber que o LSS não propõe uma revolução, mas uma evolução na maneira de ensinar. Muitas das técnicas mostradas no workshop já eram utilizadas por diversos professores do colégio, mas a intenção é incentivá-los a introduzir algumas dessas ferramentas nas aulas. Segundo o coordenador de matemática do Colégio Renascença, David Mauro Degenszajn, “adaptar” é a palavra-chave e cada professor deve procurar as suas formas para desenvolver seus alunos.
Alternativas para o ensino de ciência são necessárias e, possivelmente, o melhor método seja a combinação de várias técnicas. Mas talvez o mais importante seja tentar – o que pode ensinar muito ao professor e ao aluno.
Rafael FoltramCiência Hoje On-line / SP
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