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Cuidado com os dentes de leite é determinante para a saúde bucal das crianças:
Quando as crianças ainda têm os decíduos, popularmente conhecidos como dentes de leite, muitas vezes a saúde bucal é negligenciada. Há uma falsa ideia de que esses dentes, por serem temporários, não precisam de tratamento. Mas o descuido nessa fase pode causar danos inclusive na dentição permanente e infecções que comprometem a saúde bucal. A atenção deve começar bem cedo, ainda na barriga da mãe.
“A gestante já recebe orientações sobre alimentação e cuidados para prevenir certos problemas dentários no futuro do bebê. Não precisa ter dentes na boca, o cuidado já começa antes”, explica Silvio Brandão, coordenador do serviço de odontologia do Hospital Federal Cardoso Fontes, vinculado ao Ministério da Saúde. Antes dos primeiros dentinhos nascerem, Silvio recomenda a limpeza da gengiva e da língua do bebê, retirando restos de alimentos que formam a saburra, evitando infecções e preservara região onde o dente vai nascer.
Os dentes de leite tem por finalidade auxiliar na alimentação da criança e estimular o crescimento ósseo, guardando o lugar dos dentes que virão depois. O cuidado deles pode determinar a aparência dos dentes permanentes. “Os dentes de leite podem sofrer determinadas lesões que os comprometem permanente. Logo abaixo desse osso, tem um germe do dente permanente, ainda não se formou a coroa e a raiz e esse alicerce pode comprometer a formação do esmalte. Então ele nasce com deformidades, manchas, tudo isso proveniente de problemas com os decíduos”, esclarece o odontologista.
O dente permanente já nasce do tamanho que será pelo resto da vida e sua formação depende dos decíduos. Por isso, tirar à força os dentes de leite não é recomendado. “O ideal é que ele saia naturalmente. O dente só fica mole porque perde a sua raiz, e ela vai ser absorvida na presença do dente permanente. Ás vezes esse dente nasce na posição errada porque o dente de leite não tem a sua raiz absorvida”, explica Silvio Brandão.
Porém, o dente de leite que não cai na época certa, pode comprometer o espaço do dente permanente e desalinhar a arcada dentária. Por isso, Sílvio Brandão lembra a importância de um acompanhamento profissional. “Nessas situações tem que retirar o dente mesmo com raiz, que continua fixo, se estiver na época de sua retirada. O permanente nasce numa posição fora da arcada, mas depois a língua e os lábios vão levando-o para seu lugar. O dentista tem que ver se já existe a presença do permanente e fazer sua extração.”
A troca dos dentes se inicia por volta dos cinco anos. Os primeiros a caírem são os incisivos inferiores, depois os superiores. O cuidado nessa fase é determinante para a saúde bucal da criança. “Aos seis anos, atrás de todos os dentes de leite, nasce o primeiro molar do ser humano, ele é o dente que vai orientar a altura de toda a arcada. E como não precisa cair nenhum dente pra ele nascer, as pessoas o confundem um dente de leite e negligenciam seu cuidado”, alerta Sílvio Brandão.
Programa Brasil Sorridente – O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o cuidado com a saúde bucal das crianças através do programa Brasil Sorridente. “A família se cadastra junto à uma equipe de saúde bucal da estratégia Saúde da Família, localizada nos municípios. Um integrante dessa equipe, que é agente comunitário de saúde, faz visitas domiciliares e identifica quem necessita de tratamento. Ele informa à equipe de saúde bucal, que agenda seu atendimento”, esclarece Patrícia Diemi, consultora técnica da Coordenação Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde.
Cada equipe municipal é responsável por um território com um determinado número de família. A conscientização da higiene bucal das crianças engloba também o ambiente escolar. Os agentes fazem visitas e atividades com o programa Saúde nas Escolas.
Fonte: Fabiana Conte / Agência Saúde
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