segunda-feira, 4 de abril de 2011

Adolescentes


FONTE - UNISEF

Adolescentes participam de projeto em Salvador, BA
© UNICEF/BRZ/Claudio Versiani
Os cerca de 21 milhões de adolescentes brasileiros representam para o País uma grande oportunidade de transformação nas relações, nas atitudes, na cultura, na educação, na vida e nas dinâmicas sociais. Mesmo sendo a adolescência um período curto, pois do ponto de vista jurídico dura apenas seis anos (12 a 18 anos incompletos), é uma fase de mudanças profundas e rápidas no ciclo de vida. Isso se revela nas mudanças biológicas, comportamentais, de aprendizagem, de socialização, de descobertas, de interação e de inúmeros processos que nos permitem valorizar a adolescência como um potencial imprescindível para a sociedade.
Ao mergulhar nesse imenso universo de adolescentes com um olhar mais atento e despretensioso, constata-se com clareza que a expressão adolescência, no modo singular, é insuficiente. Nesse caso, talvez a melhor forma de se expressar seja mesmo no plural: adolescentes e adolescências. Mais do que uma preocupação lingüística, trata-se de um olhar que considera a pluralidade da sociedade brasileira, suas contradições, sua cultura, suas disparidades, seus valores e suas regiões.
Entender esse complexo universo de adolescências ajudará a perceber que a adolescência é acima de tudo uma grande oportunidade. Oportunidade para o próprio adolescente que vive a fase de construção da autonomia, da identidade e aprendizagens que se aceleram e abrem múltiplas perspectivas e descobertas.
© UNICEF/BRZ/Versiani
A adolescência é também uma importante oportunidade para a família do adolescente. Enquanto na infância, os pais protegem as crianças, organizam suas vidas, determinam suas rotinas, na adolescência, inicia-se uma interlocução diferenciada. Se a família consegue abrir-se para um diálogo progressivo e um processo de permitir a participação dos filhos na vida e nas decisões da família, a adolescência consolida esse processo participativo e vai trazer para o contexto familiar novas relações, novas culturas e linguagens que vão ajudar os pais a revisarem suas próprias convicções e valores.
Para as políticas públicas, a adolescência também representa uma grande oportunidade. Seja em simples iniciativas de educação de pares para prevenir doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo, ou em movimentos culturais de contestação das injustiças e disparidades. Por certo, a percepção da adolescência como uma oportunidade não pode negligenciar as tensões e conflitos que surgem nesse processo. Entretanto, é preciso admitir que essas mesmas tensões não são produzidas exclusivamente pelos adolescentes e sim pelas contradições, injustiças, disparidades e decisões da própria sociedade. O que os adolescentes fazem é expressá-las de forma mais contundente e enfrentá-las sem o temor e o fatalismo que por vezes os adultos se impõem.
Pensar a adolescência como uma oportunidade implica tratar os adolescentes como sujeitos de sua própria história e não como objeto das expectativas dos adultos. Essa mudança de olhar que supera a visão de adolescente como objeto ou problema e se firma na visão de adolescente como sujeito e oportunidade é uma perspectiva importante para a ação do UNICEF no País. Não se trata de iludir-se com a idéia de que a voz do adolescente trará as soluções, mas sem dúvida o diálogo com a nova geração vai enriquecer o debate, diferenciar os olhares e produzir novas possibilidades de pensar a sociedade.
O UNICEF no Brasil trabalha com os adolescentes para:
• Promover a participação dos adolescentes nas decisões em suas família, comunidades e, inclusive, nos governos; 
• Ajudar na criação de redes de adolescentes para estimular a troca de experiências, o diálogo e a participação social;
• Mostrar à sociedade o grande potencial de transformação presente nos adolescentes brasileiros;
• Promover o advocacy para a participação e a inclusão da adolescência no centro do debate político-social, considerando as disparidades regionais e étnico-raciais e com ênfase no Semiárido brasileiro, na Amazônia Legal e nas comunidades populares dos grandes centros urbanos.


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