quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sobre Ritalina, Prozac e outros remédios: Psicólogo, levanta-te e anda!

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Sobre Ritalina, Prozac e outros remédios: Psicólogo, levanta-te e anda!:


O periódico do Conselho Federal de Psicologia (CFP) número 102, publicado em outubro de 2011, aborda a questão da crescente medicalização como um fenômeno que preocupa a Psicologia. Segundo dados do IMS Health Brasil, 23,2 milhões de cápsulas de fluoxetina (antidepressivo também conhecido pelo nome comercial Prozac) foram vendidas em 2007, e entre janeiro e junho de 2011 esse número saltou para 34,6 milhões. O IMS-PMB – Pharmaceutical Market publicou um levantamento sobre as vendas de metilfenidato (conhecido pelo nome comercial Ritalina, usado para o tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade): 71 mil caixas vendidas em 2000 e 1,14 milhão vendidas em 2008.


Talvez os psicólogos devam fazer a sua mea culpa nessa estatística, pois muitas vezes cedem à expectativa social de oferecer respostas imediatas. O espetáculo midiático em torno dessas medicações exerce uma pressão enorme sobre os psicólogos, que não receitam a medicação mas fazem sua parte encaminhando muita gente aos psiquiatras e neurologistas. Existe aí uma grande oportunidade para o psicólogo investigar as causas desses transtornos, sobretudo mediante a psicologia profunda, através da qual o paciente pode alcançar respostas duradouras e esclarecedoras a respeito do seu mal-estar.


Não sou contra o uso da medicação, porém não há dúvida acerca da banalização dessa forma de tratamento. Infelizmente, encontro livros de psicologia e matérias de jornais e revistas em que a participação do psicólogo nem de perto acrescenta o que deveria. Em geral, ele lamentavelmente se coloca como coadjuvante do tratamento psiquiátrico, que por sua vez promove a ideia de que a “cura” depende dos avanços da indústria farmacêutica. O que de fato ocorre é o contrário: se o paciente não se entregar ao tratamento psicológico, de baixo custo a longo prazo, a perspectiva será permanecer refém da medicação a vida inteira.



Filed under: Psicologia, Saúde Mental, TDAH Tagged: cfp, medicalização, prozac, ritalina

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