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Daltonismo: sem cura, doença é quase sempre diagnosticada durante idade escolar:
É comum que as pessoas se refiram aos portadores de daltonismo como aqueles que não conseguem diferenciar as cores. A afirmação é parcialmente correta, como explica Mizael Pinto, chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Federal da Lagoa, vinculado ao Ministério da Saúde. “O daltonismo é uma denominação genérica para as pessoas que têm alterações nas visões das cores. O nome certo é discromatopsia, que é uma doença hereditária, genética e está ligada pela transmissão do cromossoma x, ou seja, a mulher transmite, mas raramente tem”, explica.
Segundo Mizael Pinto, existem vários tipos de discromatopsias, que estão ligadas às três cores básicas, vermelho, verde e azul. “Existem três sensações fundamentais para receptores na retina: o azul, que é o tritan; o verde, que é o deuteran, e o vermelho, que é o protan. Quando há falta de um desses pigmentos, a pessoa tem alteração para aquela cor. Se você não tiver o vermelho, não vai ver a cor vermelha; se não tiver o verde, não verá a cor verde, o mesmo acontecendo com o azul. Se você não tiver os três, vai ver tudo branco ou cinza”, afirma. Somente quando há uma discromatopsia completa é um caso de daltonismo. “O daltônico clássico é aquele que tem o problema nos três pigmentos”, informa o profissional de saúde.
O médico, no entanto, assegura que os casos de discromatopsia completa são raríssimos. “O daltonismo acomete apenas 8% das pessoas, um número muito pequeno. A tricromatopsia, o problema nos três pigmentos, atinge 0,0001% da população. É muito baixo”.
Hereditário e transmitido pela mulher, o daltonismo não tem cura nem tratamento e é geralmente descoberto quando na idade escolar. “É muito difícil diagnosticar a doença em crianças muito novas. A disfunção só será diagnosticada na escola, quando se aprende as cores. A professora vai perceber e vai avisar aos pais que o filho deles não está conseguindo distinguir as cores. A criança vai ao oftalmologista e serão feitos alguns testes para comprovar a disfunção. O cidadão nasce e morre daltônico”, afirma.
O chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Federal da Lagoa exemplifica um dos poucos casos em que o daltonismo pode efetivamente causar riscos a vida de um homem. “É preciso cuidado com quem tem problemas com verde e vermelho. Ele vai ter uma grande dificuldade para distinguir os sinais de trânsito”, alerta.
É importante ressaltar que o daltonismo não tem nenhuma relação com outras doenças oftalmológicas e não evolui.
Fonte: Marcos Moura / Agência Saúde
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