Além de coibir o uso, sociedade de cardiologia quer capacitar médicos para o atendimento do usuário que infarta por uso de droga
O estresse e o estilo de vida não saudável têm mais uma companhia para impulsionar os casos de infarto em jovens com menos de 30 anos. Segundo os números apresentados no Congresso Brasileiro de Cardiologia de Belo Horizonte, três em cada dez pessoas que infartam antes de completar trigésimo aniversário usaram drogas no dia da pane cardíaca.
“Não conseguimos contabilizar quantas acabam com danos no coração, mas não vão ao médico. Pelos dados internacionais, o que sabemos é que 15% dos usuários de cocaína convivem com seqüela cardíaca”, afirmou o cardiologista Rui Ramos.
“Quando eles chegam ao hospital estão em um quadro muito grave e é preciso conhecimento de quem atende estes pacientes no pronto-socorro porque a conduta é diferenciada e nem todos os medicamentos podem ser aplicados”, completou o especialista ao ressaltar que este tipo de infartado quase nunca admite que usou droga. “É um uso envergonhado. Eu, em minha carreira, cansei de atender pacientes com quadro clássico de overdose, mas só três admitiram o uso.”
O médico da Sociedade Brasileira de Cardiologia Dikran Armaganijan afirmou que a cardiologia de todo o País precisa estar atenta a este fenômeno. Fizemos um levantamento com estudantes de 14 a 16 anos e 17% deles afirmaram já ter usado. Hoje, temos uma variação de drogas letais ao coração. Além da cocaína, há o ecstasy, o crack e as dorgas para emagrecer. Relatório divulgado este ano pelo Observatório de Drogas da União Europeia chamou ainda atenção para outros comprimidos entorpecentes, sintéticos, produzidos em laboratório e vendidos pela internet que são ainda mais nocivos para o músculo cardíaco e aparelho circulatório.
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