domingo, 3 de outubro de 2010

ELEIÇÕES

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e o candidato do PSDB, José Serra, vão disputar o segundo turno das eleições. Pouco depois de 21h, com 96% das urnas apuradas, Dilma tinha 46,41% dos votos válidos e Serra, 32,86%. Para vencer no primeiro turno, a petista precisaria obter 50% dos votos válidos (excluídos brancos e nulos ) mais um voto.
Governador - Sérgio Cabral foi eleito com o total de 5.214.123 votos - 66,08%, no 1º turno.
Senador: Lindberg (PT) e Marcelo Crivella
Deputados Estaduais e Federais posto amanhã pois ainda não está definido os percentuais.

Catedral Metropolitana recebe nova iluminação




Genta olha como ficou bacana!!!
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, inauguraram sexta-feira, a nova iluminação monumental em LED da Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, na Avenida Chile, no Centro. Este é o primeiro projeto de iluminação em LED desenvolvido e instalado pela Prefeitura em um monumento da cidade.

Para brasileiros, educação é a chave para desenvolvimento - Educação - Notícia - VEJA.com

Reportagem da Revista VEJA de 20/08/2010, vale a pena dar uma lida para quem ainda não leu e quem já leu vale reler.

Para brasileiros, educação é a chave para desenvolvimento - Educação - Notícia - VEJA.com

Despertar das crianças para o sexo desafia escolas

Antecipação da puberdade leva instituições a introduzir aulas de educação sexual para alunos cada vez mais novos
Nathalia Goulart - REVISTA VEJA

Certo dia, a professora Ana Maria de Sousa se deparou com uma troca inusitada de olhares entre alunos de sexta série da Escola Waldorf, em São Paulo. Não foi a primeira manifestação a chamar a atenção dela. A proximidade dos estudantes nos corredores, os rumores de festinhas no fim de semana e as conversas sobre sexo alimentaram ainda mais a preocupação. A transformação precoce das crianças muitas vezes pega pais e professores desprevenidos: "Eles não são muito jovens para isso?", perguntam-se. Ao invés de reprimir os alunos, a escola decidiu convidar um especialista e apresentá-lo à turma. Esse profissional passou a debater o assunto com alunos, docentes e pais.

Crianças e pré-adolescentes às voltas com a descoberta da sexualidade não são exclusividade da Waldorf, que fique bem claro. Cada vez mais cedo, eles dão os primeiros passos rumo à puberdade, período em que um turbilhão de hormônios desperta novos desejos e curiosidades e altera o comportamento dos infantes. As novidades assustam os pais e também os professores, que precisam se desdobrar diante da nova situação.
Cláudia Bonfim, doutora em educação sexual pela Universidade Estadual da Campinas (Unicamp), diz que é possível identificar comportamentos precoces desde o jardim da infância. "Esses casos acontecem de forma isolada, mas é certo que as transformações se apresentam cada vez mais cedo", diz a especialista. Birgit Mobus, psicopedagoga do Colégio Suíço-Brasileiro, confirma o fenômeno: "Quando analisamos a última década, essa precocidade é constatada. Se antes, alguns alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental trocavam 'selinhos', hoje estudantes do fim do primeiro cliclo já 'ficam', saem e até namoram".

De olho na questão, algumas escolas seguem os passos da Waldorf, incluindo em seus currículos aulas de educação sexual, dirigidas a alunos cada vez mais novos. Afinal, se o corpo muda mais cedo e os interessem surgem, a orientação precisa acompanhar a mudança. "Antes, educação sexual era assunto para o ensino médio. Hoje, tratamos do tema com crianças de 10 anos e já sentimos a demanda dos professores para que a conversa seja estendida aos de 8 e até 7 anos de idade", diz Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan de sexualidade, consultora do tradicional Colégio Bandeirantes, de São Paulo, e coordenadora do projeto-piloto Quebra Tabu, que está implementando aulas de educação sexual em trinta escolas da rede pública de Alagoas.

O Colégio Magnum, de Belo Horizonte, também instituiu as aulas. Na escola mineira, elas acontecem a partir da quarta série. "Sentimos a mudança de comportamento dos alunos e acreditamos que hoje o tema deve ser abordado nesse momento", afirma Anselmo Sampaio, coordenador de formação humana e cristã do Magnum. "Antes, falávamos apenas com os alunos do ensino médio, por volta dos 15 anos."

Divergência entre pais - A escolha dos mestres pode não agradar a todos os pais. Alguns deles ficam assustados com a proposta de tratar de tema tão espinhoso em tão tenra idade. A contadora Maria Aparecida Carasco, mãe de Amanda, de 12 anos, conta que se sentiu incomodada ao saber das aulas de educação sexual da filha na quarta série do Colégio Haya, em São Paulo. "Acho importante falar sobre o assunto, mas a idade deve ser levada em conta. Se isso for feito antes da hora, estimula desejos e curiosidades e pode atrapalhar o desenvolvimento da criança", opina Maria Aparecida. Já Amanda diz que se sentiu "confortável" com as aulas e que os ensinamentos esclareceram algumas dúvidas. "O assunto já existia entre algumas amigas. Tem gente que não sabia nada e passou a se conhecer e entender melhor", conta a menina.

Giovanna, de 12 anos, também teve aulas de educação sexual na quarta série do Colégio Porto Seguro. A mãe, a pedagoga Ana Paola Augusto, não se opôs. "É importante abordar o tema. Percebo que a minha filha amadureceu de uma forma rápida e a infância foi mais curta para ela. O comportamento dela mudou em muitos aspectos e isso exige uma nova postura da escola", explica. Entre as mudanças sentidas pela mãe estão novos temas nas conversas e até uma nova maneira de se vestir. "Desde muito cedo, a Giovanna queria fazer a unha e se maquiar para parecer mais velha, mas optei por não incentivar esse comportamento."

O diálogo com os pais no processo é fundamental, pregam os especialistas. Eles precisam entender o ritmo das transformações para que possam contribuir da melhor maneira possível para o desenvolvimento saudável dos filhos. "O número de pais que se opõem a educação sexual nas escolas é pequeno. Alguns, inclusive, optam por instituições que ofereçam esse tipo de assistência", diz Maria Helena, da Kaplan. A maior aceitação se dá, em grande medida, porque muitos compreendem que a orientação oferecida pode esclarecer dúvidas e acalmar os hormônios à flor da pele.

Em casa, os pais também se sentem desajeitados com as mudanças. Por isso, a ponte escola-casa pode ser fundamental para atravessar o período das transformações. "Na escola, as palestras e encontros não devem acontecer somente com os alunos, mas também com os responsáveis", diz Silvana Martani, psicóloga e autora do livro Manual Teen.

As aulas - De forma geral, a conversa com os alunos se inicia pelas transformações que eles já experimentam. Nessa etapa, o orientador fala sobre a puberdade, as mudanças no organismo e os cuidados que a nova etapa exige, principalmente os ligados à higiene. Em seguida, são apresentadas informações sobre a reprodução humana, já que nesse período pode se iniciar o período mais intenso de investigação do próprio corpo. Um item não pode faltar, dizem os especialistas: mostrar às crianças que é necessário crescer com responsabilidade. Por fim, o assunto chega ao relacionamento sexual humano. Os professores procuram diferenciar mitos e verdades. Dúvidas sobre os métodos contraceptivos e também as doenças sexualmente transmissíveis são outros tópicos pertinentes.

No Colégio Waldorf, a professora Ana Maria encontrou a solução para lidar com eventuais situações embaraçosas. Depois de promover uma conversa inicial entre um especialista e os estudantes, ela programa outros encontros. Desta vez, as perguntas serão escritas e anônimas. "Assim, ninguém corre o risco de ser identificado, o que causaria constrangimento, e pode tirar suas dúvidas tranquilamente. Afinal, esse é o objetivo: ajudar o aluno a lidar com sua própria realidade."

Médicos solidários levam saúde a favelas

Serviços odontológicos também são oferecidos a comunidades pacificadas
POR RENATA MONTI - JORNAL O DIA

Rio - Depois da paz, saúde. Comunidades pacificadas já começaram a receber a ajuda dos ‘Médicos solidários’, ONG criada a partir de um desmembramento da ‘Médicos sem Fronteiras’. O Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, é o primeiro a receber o projeto SorriGente — de atendimento clínico, odontológico e social em creches. A próxima parada será no abrigo Tereza de Jesus, no Maracanã. A meta é realizar 8.500 atendimentos gratuitos este ano e 10 mil em 2011.

Cerca de 180 crianças da creche Solar Meninos de Luz, na Ladeira Saint Roman, que dá acesso ao Pavão-Pavãozinho, são as primeiras a contar com exames de saúde gerais e oftalmológicos, além de restauração dentária e acompanhamento de uma assistente social.

“O trabalho interdisciplinar nos dá um panorama global da criança. Um problema de saúde pode estar atrelado a condições específicas daquela família”, explica o médico Henrique Peixoto, coordenador de Saúde do projeto.

Alívio

A chegada dos doutores trouxe tranquilidade para a auxiliar de Educação, Maria Lídia Costa, 40 anos. O filho, Christian, de 1 ano, passou por crises convulsivas e ela estava à procura de tratamento alternativo. “Agora vou conseguir tratá-lo com florais. Eles também vão acompanhá-lo”, comemorava, aliviada. “Precisava de oftalmologista e consegui consulta rápida e de qualidade”, contou o auxiliar de serviços gerais, Erivelton da Silva, 25 anos.

“Por mais que haja informação, aprendemos que a realidade é muito diferente nas áreas mais carentes. Consigo ter uma visão mais abrangente aqui”, conta o estudante do 8º período de Odontologia da UFF, Felipe Leal, 23, voluntário que atua no grupo.

Cadastro

Embora não seja exclusivo para as UPPs, a coordenadora do SorriGente, Eliane Vallim, explica que o trabalho dos profissionais é facilitado em regiões pacificadas. “Já atuamos em muitos locais sem UPPs, mas elas nos trazem uma série de fatores que auxiliam nossas atividades”, justifica. Somente as 40 instituições cadastradas, entre creches e ONGs, podem solicitar o serviço.

Atendimento grátis em 130 consultórios

O atendimento, iniciado mês passado, passa por diversas etapas. Primeiro, os profissionais coletam dados dos pacientes, como condições físicas e psicológicas. Em uma segunda fase, agendam exames clínicos e entrevistas com os responsáveis pelas crianças.

“Em casos que necessitam de acompanhamento a longo prazo, encaminhamos as famílias para um dos 130 profissionais da nossa rede de voluntários, em consultórios particulares”, esclarece a assistente social, Rachel de Oliveira.

Como o mestre deve lidar com despertar sexual do aluno

Segundo especialista, em geral, professores não estão preparados para orientar seus estudantes
Nathalia Goulart

O despertar precoce das crianças para o sexo desafia professores. Nas escolas, os mestres devem evitar a repressão e, ao mesmo tempo, conduzir um processo educativo que aborde valores, diferenças individuais e crenças. Isso é fundamental tanto na infância como na adolescência, quando a questão ressurge a todo vapor.

Para tratar do assunto delicado, os professores precisam de sensibilidade e principalmente preparo, defende Cláudia Bonfim, doutora em educação sexual pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "O professor deve se reeducar e entender que, nos dias de hoje, tudo acontece mais cedo com as crianças. Não é mais como nos tempos dele", afirma Cláudia. "Se isso não estiver claro para o mestre, a primeira reação dele diante de uma situação nova será de negação ou repressão: nenhuma dessas atitudes é eficiente para o desenvolvimento sadio do aluno."

Birgit Mobus, psicopedagoga do Colégio Suíço-Brasileiro, reitera: "Não basta dizer a uma menina que senta no colo de um aluno mais velho que aquele comportamento é inapropriado. É preciso ajudá-la entender as dimensões daquele gesto".

As dificuldades para lidar com as situações reais não são pequenas. Na razão do problema, estaria a falta de preparo. "Os professores precisam saber como transformar sua fala em uma ação educativa. Para isso, em geral, eles não estão capacitados", lamenta Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan de sexualidade, consultora do Colégio Bandeirantes, de São Paulo, e coordenadora do projeto-piloto Quebra Tabu, que implementa a educação sexual em quarenta escolas da rede pública de Alagoas.

Em sua pesquisa de doutorado, Claudia Bonfim descobriu que a questão é urgente. Segundo ela, 90% dos professores entrevistados não estavam preparados para lidar com questões relativas a crescimento e sexualidade dos estudantes, embora identificassem tais fenômenos.
Revista - Veja

Cresce número de casos de violência e negligência contra filhos por parte de pais viciados em crack

Publicada em 02/10/2010 às 20h04m - O Globo


RIO - Enquanto os pais já consumidos pelo crack se autodestroem, o vício também faz seus filhos sofrerem. No Rio, segundo conselheiros tutelares e profissionais que trabalham com os direitos da criança e do adolescente, cresce o número de casos de violência familiar em que a droga tem papel de destaque, como mostra reportagem de Waleska Borges, publicada na edição deste domingo do GLOBO . Menores são negligenciados e abandonados por seus responsáveis, que pensam apenas na próxima pedra. São histórias dramáticas, ocorridas não só nas classes baixas, como também entre pessoas com boa situação econômica, e que mostram o efeito devastador do vício que se espalha pela cidade.

O crack tirou da adolescente Y., de 16 anos, o seu primeiro filho: aos 14, ela abandonou o bebê para ficar na rua. Usuária da droga desde os 9 anos, Y. - que cumpre medida socioeducativa num abrigo da prefeitura - teme agora pela saúde da filha, que tem menos de 1 mês de vida. A criança nasceu com problema de visão e a mãe acredita que seja resultado do seu vício. Até o sétimo mês de gravidez, a adolescente, que se prostituía para conseguir crack e não sabe quem é o pai da sua filha, viveu nas ruas:

- Antes, não pensava em nada. Só queria saber de crack. Odiava estar grávida. Batia com a minha barriga na parede e dava socos nela.

Jovem costumava se prostituir por R$ 5
X., de 17 anos, também internada num abrigo da prefeitura, conta que satisfazia o vício furtando e se prostituindo, até por R$ 5, mesmo grávida:

- Perdi meu primeiro filho, que na época tinha 1 mês, para a adoção.

Agora, ela, que é mãe de outro bebê, de 2 meses, tenta se afastar do vício, mas teme uma recaída.

- Quero que minha filha seja meu único vício - diz a adolescente.

Conselheiro tutelar do Centro, Juarez Marçal diz que, hoje, metade dos seus atendimentos em casos de negligência e abandono de crianças se deve ao uso do crack pelos pais:

- A situação é complexa e não atinge apenas os menos favorecidos.

De acordo com o quinto censo da população infanto-juvenil abrigada no estado, divulgado em junho pelo Ministério Público, 144 crianças e adolescentes estão acolhidos porque têm pais ou responsáveis dependentes químicos ou de álcool. Desse total, há 60 ações de destituição do poder familiar. Segundo o promotor de Justiça da Coordenadoria do Centro de Apoio às Promotorias da Infância e Juventude do Estado do Rio, Rodrigo Medina, o crack é a droga mais usadas por esses pais. Os casos de responsáveis dependentes químicos são a sexta causa de acolhimentos de menores no estado. Em 2008, eram a oitava.

Crianças são acolhidas por outras famílias
Com os olhos verdes e brilhantes, R., de 5 anos, responde rápido quando é perguntado do que mais gosta na casa nova: a comida. O menino e a irmã, V., de 7 anos, estão numa nova residência, dentro do programa Família Acolhedora, da Secretaria municipal de Assistência Social. O objetivo do projeto é atender crianças e adolescentes em situação de risco, que ficam com outra família por um determinado período. No caso de R. e V., os dois foram retirados de casa, numa favela na Zona Norte, porque os pais são viciados em crack.

A funcionária pública Maria Aparecida Horácio de Faria, de 49 anos, "mãe acolhedora" das crianças, diz que elas chegaram sem limites. Hoje, já aprenderam algumas regras, como lavar as mãos antes das refeições. Maria é casada e tem filhos já adultos

Segundo Raquel Aguiar, coordenadora do Família Acolhedora, atualmente dez crianças estão no programa porque os pais são usuários de crack.

- Os filhos dos usuários de crack que estão no programa têm comportamento agressivo e hábitos estranhos. Uma das crianças só andava para trás. Dizia que era assim que o pai fazia quando estava doidão - conta Raquel.

De acordo com o secretário de Assistência Social, Fernando William, os resultados do Família Acolhedora têm sido positivos. Um levantamento da secretaria mostra que, em 82% dos casos, há reintegração familiar.