quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Criança aos 3 anos

A Criança aos 3 anos: "



A CRIANÇA AOS 03 ANOS


Desenvolvimento físico e motor:
- Continua aprendendo a coordenar o músculos maiores, por meio de atividades repetitivas;
- Sente prazer em correr e pular;
- No desenho, encontra-se na fase da rabiscação celular (começam a aparecer as primeiras formas circulares, ainda sem intenção definida);
- Geralmente tem controle esfincteriano;
- Pode agarrar bolas com as duas mãos;
- Pode construir uma torre de 09 a 10 blocos;
- Pode abotoar, mas não desabotoar;


Desenvolvimento Cognitivo:
- Começa a formar sentenças mais longas com três ou quatro palavras;
- Gosta de perguntar e repete constantemente as mesmas perguntas não só para confirmar as informações recebidas, como pelo prazer do diálogo;
- Só ouve e compreende de fato o que lhe é dito diretamente;
- Gosta de inventar nomes para as pessoas e objetos;
- Gosta de inventar histórias, que conta como verdadeiras, sem intenção de mentir;
- Pode comparar tamanhos;
- Começa a usar números com significados;
- Começa a aprender cores e figuras;
- A duração da atenção depende do interesse na atividade;
- Pode aprender semelhanças e diferenças;
- Pode lembrar e seguir ordens de dois passos (duas etapas);
- Começa a entender direções (embaixo e em cima);
- Interessa-se pelo funcionamento das coisas e como elas são usadas;
- Começa a interessar-se por usar palavras que definem tempo (merenda, recreio, parquinho);
- Pode falar até dez, embora só possa contar dois objetos;
- Começa a entender o significado de “mais”.


Desenvolvimento de Linguagem Oral:
- Gosta de falar, usa palavras corretamente e relaciona palavras com ações;
- O vocabulário é geralmente de 750 palavras;
- Entende e usa palavras abstratas como: em cima, embaixo, agora, depois;
- Expressão comum: “eu não sei”;
- Ri muito;
- Gosta de cantar;
- Conversa com adultos, mas sempre está interessada em suas respostas;
- Responde corretamente quando lhe perguntam sobre o que faz uma criança com fome, frio ou cansada;


Desenvolvimento Emocional
- Pode algumas vezes usar palavras para dizer sentimentos;
- As vezes faz birra;
- Pode ter ciúmes duradouro;
- Mostra crescer em independência, ressentindo interferências;
- Pode expressar raiva por meio de uma atividade física;
- Está mais aberta a falar palavras;
- Gosta de elogios e aprovação;
- Busca mais amizades, com adultos e crianças, mas ainda gosta de brincar sozinha;
- Torna-se perceptiva e reage a expressões de outros;
- Começa a entender o significado de certo e errado;
- Gosta de agir e fazer atividades de adultos (jogos dramáticos);
- Mostra confiança e amor com palavras e ações;
- Pode ter um companheiro de brincadeira imaginário – coisas imaginarias parecem ser bem reais;
- Aparecem sentimentos de medo: cachorro, escuro, etc;
- Não aceita alterações em suas rotinas, o que ocasiona conflito com outras crianças ou adultos;
- Fala sozinha, praticando a linguagem e dando forma a imaginação;
- Aparecem as dificuldades para a alimentação e o sono;

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A Criança aos 2 anos

A Criança aos 2 anos: "


A CRIANÇA AOS 02 ANOS


Aos dois anos a criança mostra certa independência, é capaz de realizar atividades mãos complexas e relacionar-se mais facilmente com adultos ou com crianças.



Desenvolvimento físico-motor:

- Abre e fecha portas (com trinco somente);

- Sobe e desce a cama sozinha;

- Sobe as escadas colocando os pés em cada degrau;

- Corre relativamente bem;

- Participa despir-se e descalçar-se;

- Rabisca numa folha grande de papel;

- Encaixa os cubos em diferentes dimensões.



Desenvolvimento mental:

- Identifica algumas cores, embora não cite seus nomes;

- Conhece seu próprio nome;

- Repete palavras, com alguma correção;

- Conta até 3 (por repetição e memorização, sem que isso signifique que compreenda);

- Reconhece objetos de pessoas vistas cerca de dois meses antes;

- Forma frases com duas ou três palavras, apresentando aumento de vocabulário;

- Começa a formar frases negativas e interrogativas;

- Inicia o emprego do “quem”.



Desenvolvimento sócio emocional:

- Reconhece expressões fisionômicas;

- Reconhece a mãe em fotografias;

- Compreende ordens negativas e proibições;

- Necessitar estar sempre ocupada;

- Necessita muito da assistência da mãe ou substituta;

- É negativista (gosta de ser do contra, ou recusar, protestar);

- Começa a procurar um companheiro para brincar ( a convivência com estranhos é útil para brincar (a convivência com estranhos é útil para o seu desenvolvimento socioemocional);



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Orientação para pais e professores

Orientação para pais e professores: "
Olá, depois de um tempinho sem postar estou de volta a ativa, aos poucos estarei postando novas atividades para inicio das aulas.
Encontrei em meus arquivos estes textos sobre o desenvovimento da criança, quando fazia meu curso de pedagogia amava falar sobre isso! As crianças!
Tenho certeza de que quando um professor ou educador conhece a criança e suas fases fica muito mais fácil aplicar as atividades adequadas para cada idade. Saber disso é importante tambem aos pais, que por vezes, devido a vida corrida e pouco espaço em casa acabam não sabendo mais brincar com seus filhos.
Digo sempre... juntando tres ingrediente você pode fazer a diferença em tudo na vida:


O querer fazer + poder fazer + saber fazer = DAR O MELHOR DE SI


ORIENTAÇÃO PARA PAIS E PROFESSORES


- Dê tempo e espaço para a criança fazer coisas para si mesma;

- De-lhe jogos para que ela use as habilidades motoras que envolvam pular, jogar bola, etc;

- Deixe-a colocar líquidos de uma jarra para um copo;

- Providencia uma variedade de materiais e atividades para usar enquanto você a acompanha;

- Responda a todas a questões sobre para que as coisas são e como elas funcionam;

- Providencia experiências inéditas para a aprendizagem;

- Repita experiências frequentemente. Criança não aprende fazendo uma coisa só uma vez, elas precisam de repetição;

- Reforce idéias acuradas da criança e percepções com palavras: “Você está certo, precisamos de mais uma colher na nossa mesa”;

- Comece a ler livros e história com enredo simples e ensine-lhes cantigas com letras mais simples;

- Inclua mais objetivos em jogos dramáticos;

- Mostre-lhe que você ama e confia nela;

- Responda a suas ofertas de amizade. Mostre constantemente que você gosta dela;

- Deixe-a ajudar em atividades reais, como limpar, passar panos em objetos, guardar brinquedos;

- Agradeça-lhes e elogie a sua ajuda;

- Aceite os fortes sentimentos de companheiros imaginários ou medo de coisas imaginárias ou reais. Não brinque com esses sentimentos. Ore com a criança para que ela se sinta segura.





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ENTREVISTA DE DOUG LEMOV

Professor precisa de técnica, diz educador ANTÔNIO GOIS
DO RIO
Para o americano Doug Lemov, 42, não é só conhecimento teórico que forma bons professores. O diretor da rede de escolas Uncommon Schools, nos EUA, defende a importância de os educadores usarem técnicas a fim de transmitir conhecimentos e inspirar os alunos.
Atrás de práticas empregadas pelos melhores professores, Lemov filmou, por seis anos, aulas de profissionais que conseguiam fazer seus alunos aprenderem mesmo em condições adversas. O resultado é o livro "Aula Nota 10", que sairá em outubro.
O pesquisador diz porém não desprezar a teoria. "Se você vai ensinar matemática, tem que ter uma boa formação em matemática."
ENTREVISTA DA 2ª DOUG LEMOV

Só conhecimento teórico não forma bom professor


DOCENTES TAMBÉM PRECISAM DE TÉCNICAS PARA TRANSMITIR CONHECIMENTO, INSPIRAR CRIANÇAS E MANEJAR SALA DE AULA


ANTÔNIO GOIS
DO RIO

Quando, aos 21 anos, começou a dar aulas, Doug Lemov, 42, conta que ouviu conselhos como "espere o máximo dos seus alunos todo dia" ou "tenha altas expectativas sobre seu desempenho". No momento em que ficava em frente aos estudantes em sala de aula, porém, isso lhe parecia pouco útil.
No meio de tantas frases de efeito, um professor mais experiente lhe falou algo bastante concreto: "Quando precisar dar instruções aos alunos, não faça isso caminhando pela sala enquanto distribui papéis. Eles precisam entender que o que você fala é mais importante do que qualquer outra tarefa".
Foi a partir de dicas práticas como essa que Lemov, hoje diretor de uma rede de escolas nos EUA, passou a prestar atenção nas técnicas dos melhores professores.
Sua obsessão em descobrir o que faz o docente top quando fecha a porta de sua classe o levou a filmar por seis anos aulas de profissionais que conseguiam, mesmo em situações adversas, que seus alunos aprendessem.
Este trabalho virou livro de repercussão nos EUA, com 150 mil cópias vendidas, e que será lançado em outubro no Brasil, com o nome "Aula Nota 10" (Fundação Lemann e editora Da Boa Prosa).
Nele, Lemov descreve em termos bem práticos 49 técnicas de bons professores. Podem não ser frases glamourosas, mas funcionam. Em entrevista à Folha, o autor diz que seu livro não menospreza o conhecimento teórico. Apenas argumenta que, em vez de aprender apenas a partir de teorias, professores precisam olhar para o que fazem seus colegas com melhor desempenho. Folha - Seu livro pode ser entendido também como crítica ao modo como se formam professores hoje nos EUA, com currículos que enfatizam demasiadamente teorias pedagógicas e deixam pouco espaço para o ensino de questões práticas de sala de aula. Como foi a repercussão?
Doug Lemov
- Pela resposta que tive, percebi que o problema na formação de professores nos EUA é mais profundo do que imaginava.
Alguns me disseram que as ideias do livro eram muito intuitivas. Outros, que não havia nenhuma grande revelação e que o livro era até óbvio. Sinceramente, considerei elogio, pois isso revela que há mais pessoas que pensam da mesma maneira.
Eu tinha também algum receio de o livro não ser bem recebido por professores de escolas públicas, já que trabalho numa organização que mantém escolas "charters" [geridas pela iniciativa privada, mas financiadas pelo poder público para atender gratuitamente alunos pobres] e, nos EUA, tem havido muita disputa em torno deste tema.
Mas acho que os professores entenderam que o livro pode ser útil para seu trabalho, não importa em que tipo de escola eles ensinam.
Só não tive resposta nenhuma das autoridades educacionais, responsáveis pela política de formação de professores. Deles, percebi um silêncio retumbante.
O que explicaria isso?
Talvez achem que eles estejam certos e eu, equivocado. Talvez porque estejam numa postura defensiva, se sentindo ameaçados com os que criticam a política atual de formação. Não estou certo de que as pessoas responsáveis pela formação de professores tenham em mente que o aprendizado das crianças tem que ser a prioridade.
Ao enfatizar a importância de aprender técnicas de manejo de turma em sala de aula, você não estaria menosprezando a formação teórica?
Em nenhum momento digo que o conhecimento teórico não é importante. Pelo contrário, é dramaticamente importante. Se você vai ensinar matemática, você tem que ter uma boa formação em matemática. Mas meu ponto é que só isso não faz de alguém um bom professor.
Acho que as técnicas que descrevo são úteis inclusive para docentes que têm amplo conhecimento da disciplina que lecionam.
Imagine uma escola pública em área pobre que esteja precisando de um professor de física. Hoje em dia, já é difícil achar alguém que conheça bem a disciplina e esteja disposto a dar aulas.
Mas, se as pessoas com boa formação em física souberem também técnicas para fazer boas perguntas, inspirar crianças e manejar uma sala de aula, triplicaríamos o número de pessoas capazes de dar boas aulas.
Meu livro trata muito mais de como transmitir o conhecimento para os alunos. Quando você é especialista em algo, seu conhecimento sobre o tema é quase intuitivo. Isso pode significar que não seja natural para você pensar em formas de transmitir isso para estudantes.
No Brasil, há muitas críticas aos formatos tradicionais da sala de aula, pouco atrativos para jovens do século 21. No entanto, muitos professores reagem argumentando que a sala de aula não é um circo, e que aprender nem sempre é divertido. Qual sua opinião?
Não acho que tenha que se escolher entre um modelo ou outro. É certo que você deve inspirar os alunos e atrair sua atenção, mas é preciso também fazê-los trabalhar duro.
Só não entendo como algumas pessoas resistem tanto em melhorar. Se você me disser que há coisas que possa fazer para ser um pai melhor, eu vou querer aprender, mesmo que eu já me considere o melhor pai do mundo.
Se em sua escola há uma maioria de professores desmotivados ou desinteressados em melhorar, é difícil ser o que dará o primeiro passo. Mas, se você dá esse passo, outros o seguirão, e isso se tornará uma bola de neve.
Mas, no Brasil, professores muitas vezes dão aulas em situações precárias. Como cobrar entusiasmo de um profissional nessa situação?
É certamente mais fácil ser um ótimo professor numa escola maravilhosa. Mas, mesmo nas piores escolas dos Estados Unidos, há sempre um, dois ou três que se destacam, e, no meu livro, eu destaco principalmente o trabalho de professores que dão aulas para alunos mais pobres.
Mesmo não conhecendo bem o Brasil, tenho certeza de que há bons profissionais mesmo em escolas de pior desempenho. Meu ponto é que, em vez de aprender só com teorias, também deveríamos aprender com exemplo dos ótimos professores.
Há, porém, escolas que facilitam o trabalho desses bons professores e outras que dificultam. Quais características você identifica nas que apresentem bons resultados?
Em primeiro lugar, são escolas preocupadas, acima de tudo, no aprendizado do aluno. Parece bobo dizer isso, mas, na prática, nem sempre é o que acontece. Em segundo, há também uma constante análise de resultados, para identificar os pontos fracos e corrigi-los. Por último, são locais onde o professor se sente valorizado e respeitado.
E o que um diretor precisa fazer para motivar a equipe?
Sei que é comum o ceticismo de professores em relação a aperfeiçoamento. Em parte, eles têm razão, pois muitos conselhos ou treinamentos dão em nada. Mas fazer os professores confiarem no seu trabalho é um resultado, e não uma pré-condição. É preciso mostrar que você é capaz de ajudá-los a serem melhores. Se você consegue fazer isso ao menos com uma minoria, é natural que outros vejam o resultado e passem a acreditar em você.

Como melhorar a educação brasileira - Parte 2

FONTE: Veja, 22/12/2010

 

Gustavo Ioschpe*

Conforme falamos aqui no mês passado, há muito que nossos professores podem fazer, em sala de aula, para melhorar a qualidade do ensino. Mas não nos iludamos: enquanto eles continuarem recebendo a formação que hoje obtêm na universidade, seus alunos terão fraco desempenho. Atualmente, temos poucos dos chamados professores leigos - 93% dos nossos mestres do ensino básico nas grandes capitais têm diploma universitário. Mas a formação costuma errar na ênfase, no conteúdo e na prática.

A pesquisa mostra que os alunos se beneficiam quando o professor estudou a área que ensina. No Brasil, porém, há maior ênfase nos aspectos genéricos do ensino do que na formação em áreas específicas. Isso acaba provocando uma falta de professores qualificados em algumas áreas. O último censo escolar revelou que só um em cada quatro professores de física é formado na área. Em química, pouco mais de um terço.

Mesmo dentro dos cursos de matérias específicas, a situação é desalentadora. Estudo de equipe liderada por Bernardete Gatti analisou os cursos de formação de professores de centenas de faculdades. Cinco problemas chamam atenção. Em primeiro lugar, o caráter excessivamente teórico dos cursos. Nossa universidade, criada para ser formadora de pensadores de elite e pesquisadores, não está focada na capacitação de professores para encarar a realidade de uma sala de aula. Segundo, há uma desconexão entre os ensinamentos pedagógicos e os conteúdos específicos da matéria. Assim, quem cursa a área de matemática aprende bastante matemática e também pedagogia, mas não aprende a fazer a ponte entre ambas: como unir o conhecimento das duas áreas em uma técnica que resulte em ministrar aulas competentes. Outro problema importante é o viés ideológico de muitos desses cursos, que estão mais preocupados em formar os batalhadores de vanguarda da criação da nova sociedade, e não "reles" ensinadores de matéria. Esse não é apenas um fenômeno espontâneo - é também incentivado por nosso governo. Nas diretrizes do Enade de 2008, na área de formação em ciências, o futuro educador é incentivado a entender seu papel como "agente transformador da realidade, compreendendo a ciência como uma atividade social".

O quarto problema de nossos cursos é o desdém com que é tratada uma parte absolutamente crucial da formação do professorado: o estágio. Esse é um período em que, por lei, o futuro professor deveria passar em escolas, aperfeiçoando sua prática junto a professores experientes. Não é o que acontece. Segundo Gatti e equipe, praticamente não há planos de estágio nem indicações claras de como seria sua supervisão. Parece ser tratado mais como algo destinado a "cumprir tabela" do que a aprimorar o ensino. Finalmente, a academia brasileira vê a área de formação de professores como algo de baixo prestígio e valor. Nossas grandes mentes não estão engajadas no desafio de como criar cursos eficazes de formação de professores.

O resultado de tudo isso é que os professores saem da faculdade sem os instrumentos necessários para dar uma aula eficaz. Por isso é que deparamos com dados como estes, expostos na pesquisa que deu origem ao livro A Escola Vista por Dentro: mais de 80% dos professores alfabetizadores afirmam ter aprendido o ofício "na prática" ou "com a experiência". Mas alfabetizar é algo que exige saberes que não se aprendem na prática, conforme demonstra o alunado: o mesmo estudo mostrou que só um em cada cinco matriculados na 1ª série teria condições efetivas de passar de ano.

O que fazer para alterar esse quadro? Basicamente, o oposto do que fazemos hoje. Precisamos direcionar nossos cursos de formação de professores para a realidade prática de sala de aula, dando menos ênfase à teoria. Devemos não apenas aprofundar o ensino de conteúdos de cada disciplina, como também melhorar a ligação entre o conteúdo e a didática, transformando o conhecimento em práticas de sala de aula. Temos de encarar o estágio como o elemento fundamental desse processo, em que esse ensino aplicado é testado, com supervisão rigorosa. Precisamos de uma campanha para elevar a importância dos cursos de formação de professores dentro das universidades brasileiras, dando status e reconhecimento aos que se dedicam a essa área. Devemos abolir o viés ideológico e ter certeza de que, antes de formar futuros revolucionários, nossos professores consigam ao menos formar gente que saiba ler, escrever e fazer as operações matemáticas básicas. Precisamos tornar os cursos de formação de professores mais exigentes, mais difíceis. Outra ferramenta importante, que vem sendo continuamente referendada pela literatura empírica, é a certificação de professores: exigir que todos os futuros professores passem por um teste que meça seus conhecimentos e preparos para a decência, garantindo que não teremos mais em sala de aula gente totalmente despreparada. Além de assegurar padrões mínimos de qualidade, a criação de um processo de certificação tem servido, em alguns países europeus, para permitir de modo mais simples a entrada na docência de profissionais formados em outras áreas. Alguns países vêm também aliando a certificação teórica com estágios probatórios: o futuro professor precisa demonstrar suas aptidões no estágio em sala de aula para receber seu diploma.

Por que ainda não se faz nada disso no Brasil? Por que permitimos que os responsáveis por nossos filhos tenham formação pior do que médicos, advogados e engenheiros? Os coordenadores desses cursos vão lhe dizer que o problema está com os próprios alunos: que só escolhem o magistério por falta de alternativa e que, portanto, não têm dedicação ou interesse por aquilo que estudam. É mentira. Pesquisa do Instituto Paulo Montenegro mostra que apenas 8% dos professores das grandes capitais brasileiras entraram por acaso na profissão. Só 2% dizem ter ido dar aula por não encontrar outro emprego: 78% dizem ter orgulho de ser professor; e 72% se dizem apaixonados pela profissão.

O verdadeiro problema somos nós, a sociedade civil. Para haver uma mudança real na formação de professores. É necessário que a sociedade respalde as lideranças políticas empenhadas na reforma, porque essa reforma significa que os governantes precisarão intervir forçosa e radicalmente nesses cursos nas universidades públicas, alterando-os de cima a baixo. É curioso: nossos governantes criaram coragem para invadir o Morro do Alemão, mas as universidades públicas continuam sendo consideradas território perigoso demais para a ação saneadora do estado. Esculachar bandido armado de metralhadora é mais fácil do que penar os doutores da academia, que permanecem livres para perpetrar seus delitos intelectuais. Enquanto não houver demanda social por mudanças efetivas, as reformas serão cosméticas. É possível criar uma certificação de professores e posar de moderno e preocupado, mas colocando a exigência em patamar tão baixo que não estimulará ninguém. Nossas elites continuam desconsiderando o problema da educação, achando que ele se restringe à escola pública. É a mesma ilusão do morador de Ipanema que acreditava que a violência do Alemão não o afetaria. Afinal, onde você acha que o professor que dá aula em escola particular se formou? Na Suíça?

* Gustavo Ioschpe é economista

 

Como melhorar a educação brasileira - Parte 1

Como melhorar a educação brasileira - Parte 1
 

FONTE: Veja, 10/11/2010

Gustavo Ioschpe*

Bismarck dizia que nunca se mente tanto como em véspera de eleição, durante a guerra e depois da caça.

No que tange às eleições, espero que esteja certo, porque naquela que me parece a área mais nevrálgica para o desenvolvimento futuro do Brasil – a educação – é melhor que aquilo que foi prometido durante essa campanha presidencial seja apenas retórica eleitoreira. Pois todos os candidatos se aferraram a um discurso quantitativo já superado (mais escolas, mais vagas, mais dinheiro etc.) e evitaram a discussão que importa: como melhorar significativamente a qualidade da educação de nossas escolas.

O que fazer para que o Brasil evolua com a magnitude e a rapidez necessárias? Para este colunista, o caminho está na junção de três fatores: práticas de sala de aula, formação dos professores e administração escolar. Neste artigo, falo da primeira ponta do tripé.

Mesmo com o baixo nível de formação de nossos professores e diretores escolares, há uma série de medidas que podem ser aplicadas hoje mesmo, em qualquer sala de aula, que tendem a melhorar significativamente o desempenho do alunado.

Antes, uma nota conceitual. Quando se fala aqui de melhorar o desempenho do aluno, o que se está procurando é o aprendizado, medido por meio de testes como Saeb, Prova Brasil, Pisa, TIMSS e outros, do Brasil e do exterior. A base para as recomendações que vão a seguir é a literatura empírica sobre o tema, publicada em revistas acadêmicas, em que os dados são tratados com rigor estatístico. Ou seja, não são teorias nem as opiniões e hipóteses deste colunista, mas sim fruto de medição.

Se tivesse de resumir toda essa literatura – centenas de estudos, de vários países e anos – em uma regra de ouro, diria: o tempo de contato entre o aluno e o professor é muito valioso e escasso, e deve ser usado apenas para atividades educacionais. Tudo aquilo que pode ser feito fora da sala de aula deve ser feito fora da sala de aula.

A primeira prática de um professor efetivo é, portanto, o uso eficiente do tempo de aula. Muitos professores chegam atrasados a suas salas. Perdem tempo fazendo chamada, dando recados e advertências. É um desperdício. O mais grave ocorre depois. Para muitos dos nossos professores, “aula” significa encher o quadro-negro de matéria e pedir aos alunos que a copiem, depois passar exercícios e pedir-lhes que os resolvam, e finalmente, se sobrar tempo, tirar uma dúvida ou outra. É um erro. Copiar texto é algo que pode ser feito em casa, então deve ser feito em casa. Exercícios, se são feitos pelo aluno individualmente, também. O tempo de sala de aula deveria servir para que professores e alunos conversassem sobre o texto que foi lido em casa e os exercícios feitos em casa.

A segunda prática virtuosa, portanto, é o dever de casa. As pesquisas mostram que alunos que têm de fazer dever de casa mais frequentemente aprendem mais, especialmente a partir da quarta série. Um estudo feito em Minas Gerais mostrou que alunos de professores que prescrevem e corrigem o dever de casa aprendem mais do que aqueles cujos professores simplesmente o prescrevem. E alunos de professores que, ao corrigir o dever, comentam e explicam os erros e acertos aprendem mais do que aqueles cujos professores apenas marcam o “certo” ou “errado”.

Relacionado ao dever de casa também está o tema dos exercícios em sala de aula: são contraproducentes. Subtraem tempo de aula para algo que o aluno pode fazer em casa.

Também na mesma lógica está a questão das provas: alunos que são testados com maior frequência aprendem mais. Faz sentido: quanto mais provas, mais o aluno tem de estudar. Quanto mais estuda, mais aprende.

Outro dado importante da pesquisa: bom material didático ajuda. Um bom livro didático, por exemplo, organiza e estrutura a prática de sala de aula. Uma das demandas do professorado brasileiro é por autonomia. Cada professor se sente no direito de reinventar a roda e criar seu próprio currículo e método de ensino. Na maioria dos casos, e especialmente quando a qualificação do profissional é baixa, é receita para o insucesso.

Um aspecto importante para determinar aquilo que o professor faz em sala de aula é quanto ele sabe sobre o que está fazendo/falando. No Brasil, há uma ênfase muito forte na diplomação universitária dos professores de ensino básico. É uma percepção acertada, já que a pesquisa sugere que professores com ensino superior obtêm melhores resultados (o mesmo não se verifica, curiosamente, com os níveis pós-superiores, como mestrado e doutorado, que se mostram irrelevantes para o aprendizado no ensino básico). Porém, o diabo está nos detalhes: mais importante do que obter o canudo é ter se formado na área em que vai ensinar. A pesquisa mostra que o salto do aprendizado se dá quando o professor cursou faculdade da disciplina que ele ensina. Um professor formado em matemática dará uma aula de matemática melhor do que outro formado em pedagogia ou história.

A maioria das pessoas acredita também que o tempo de atenção dado a cada aluno é fator importante para o aprendizado, por isso tende a querer salas de aula menores ou mais de um professor por sala. A pesquisa não sugere que essas medidas tragam resultados. É melhor ter um professor ótimo dando aula para 35 alunos do que dois medianos ensinando em turmas de 18.

Outro erro comum que cometemos é acreditar que a tecnologia e a infraestrutura são fatores determinantes para o aprendizado. Costumo ouvir, depois de palestras, as reclamações dos nossos professores de que são forçados ainda a conviver com “cuspe e giz” na era da internet. Felizmente para eles, cuspe e giz não estão obsoletos, porque são apenas mecanismos de expressão de uma tecnologia ainda sem par: o cérebro humano. A pesquisa indica que dar a infraestrutura básica – quadro-negro, cadeira e carteira para todo aluno, prédio protegido das intempéries do clima e com energia elétrica – melhora muito o desempenho do aluno. Mas, depois disso, as adições físicas não têm efeito. Inclusive a presença de computadores na escola, o que é deveras surpreendente. Depois do básico, o resto é por conta do professor.

Se você é daqueles que gostariam de melhorar a qualidade da nossa educação, mas não sabe como, um bom começo é instar a escola de seus filhos ou do seu bairro a seguir essas práticas simples e eficazes. Não nos transformarão, em um piscar de olhos, numa Finlândia ou Coreia do Sul. Mas são um bom começo.

* Gustavo Ioschpe é economista

 

Elsa Giugliani fala sobre orientações de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência

Elsa Giugliani fala sobre orientações de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência: "Em entrevista ao VIA blog, respondida por e-mail, a coordenadora da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Elsa Regina Justo Giugliani, fala sobre a importância da publicação Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violência."

Ministério lança cartilha sobre cuidados para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência

Ministério lança cartilha sobre cuidados para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência: "O Ministério da Saúde lançou cartilha que orienta os profissionais da saúde a identificar as alterações comportamentais que podem auxiliar no reconhecimento de situações de violência sofrida por crianças, adolescentes e seus familiares. A publicação ensina também a traçar o diagnóstico da violência da comunidade em que o profissional atua."

Por favor, não mexam!

Por favor, não mexam!: "

O Governo Federal encaminhou ontem ao Congresso o novo Plano Nacional de Educação (PNE). Trata-se do ambicioso projeto que deverá nortear as políticas educacionais brasileiras nos próximos dez anos.


Ao contrário do PNE 2001-2010, extenso e bem pouco objetivo, o novo PNE é conciso e estabelece apenas 20 metas concretas e mensuráveis – contra as 295 metas vagas que o PNE anterior trazia. O novo plano também faz questão de apontar prazos e estratégias para atingi-las, além de definir os indicadores para garantir seu monitoramento. É um primeiro passo positivo para que cheguemos ao final do período tendo, de fato, cumprido a lei, algo que não aconteceu com o plano que venceu este ano (leia aqui reportagem com o um balanço do PNE 2001-2010).


Além de mais factível, o texto que chegou ao Congresso tem o mérito de abarcar algumas das principais necessidades do país na área educacional (veja abaixo as 20 metas): universalização do ensino, melhoria do desempenho dos alunos, valorização dos professores, profissionalização dos gestores e aumento do investimento.


Nos próximos posts, comentaremos aspectos específicos das metas e suas estratégias. (Para ouvir entrevista de Paula Louzano na rádio CBN, clique aqui).


O problema é que, por enquanto, o texto é apenas um projeto de lei. Antes de ser aprovado na Câmara e no Senado, poderá receber penduricalhos mil por parte de deputados e senadores, defensores de interesses os mais diversos – raramente os da população brasileira mais pobre e vulnerável. As 20 metas podem mais uma vez virar centenas. E o PNE pode mais uma vez já nascer condenado ao fracasso. O pedido, então, é: Srs. Deputados e Senadores, por favor, não mexam! A sociedade agradece.


Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos.


Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda população de 6 a 14 anos.


Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, nesta faixa etária.


Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.


Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade.


Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica.


Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB



Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos de modo a alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.


Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional


Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.


Meta 11: Duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta.


Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.


Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores.


Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.


Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.


Meta 16: Formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos formação continuada em sua área de atuação.


Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.


Meta 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.


Meta 19: Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar.


Meta 20: Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do produto interno bruto do país.

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A Relevância dos Indicadores Educacionais para a Educação Básica

 Em tempo de Planejamento vamos postar alguns vídeos para informação e reflexão.


LINA KÁTIA OLIVEIRA







Educação: perspectivas e desafios

Educação: perspectivas e desafios: "

A revista Época deste fim de semana traz uma série de artigos com análises para 2011. O texto que discutiu as perspectivas para a área de educação foi escrito pela diretora-executiva da Fundação Lemann, Ilona Becskeházy.


No artigo O grande desafio é valorizar os professores, Ilona ressalta que “para recuperar o século de atraso educacional, é preciso aumentar a velocidade das conquistas que obtivemos na última década”. E para mostrar como o Brasil pode fazer isso, Ilona detalha cinco políticas públicas que podem ajudar o país a avançar. Essas medidas já alcançaram consenso internacional e são os temas estratégicos adotados pela Fundação Lemann como norteadores do nosso trabalho.


Abaixo, o texto completo publicado na revista.


O grande desafio é valorizar os professores

Para recuperar o século de atraso educacional, é preciso aumentar a velocidade das conquistas que obtivemos na última década


Ilona Becskeházy


O Brasil termina otimista a primeira década do século XXI. Temos a sensação de que estamos nos preparando para finalmente alcançar o futuro brilhante com que sonhamos há tanto tempo. Um futuro parecido com o presente das nações mais desenvolvidas. Nações que colocaram o bem comum à frente dos interesses individuais e a construção do futuro à frente do desfrute do presente. Sociedades que fizeram escolhas que se refletiram no seu desenvolvimento, podendo oferecer a seu povo um padrão de vida confortável, baseado não em consumismo, mas em serviços públicos de qualidade que permitem aos cidadãos viver em paz com seus negócios, empregos e famílias.


Parece que as sementes plantadas nos últimos anos começaram a brotar. Seremos capazes de nutri-las para podermos aproveitar seus frutos?


A resposta a essa pergunta depende, sem dúvida, da capacidade de acelerarmos o desenvolvimento da educação formal de nosso povo. Começamos com um atraso gigantesco em relação aos países desenvolvidos, que, de uma maneira geral, começaram a colocar suas crianças em massa na escola desde o século XIX, enquanto nós ainda escravizávamos muitas das nossas.


A boa notícia é que podemos trilhar pelo menos parte do caminho desses países. Cinco linhas de políticas públicas em educação, que são consenso internacional, foram adotadas pela Fundação Lemann como seus temas estratégicos desde 2006. Essas políticas têm sido exaustivamente estudadas pelo Programa de Promoção da Reforma Educacional na América Latina e Caribe (Preal) e foram recentemente validadas pelos achados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês).


A primeira delas é a existência de um currículo nacional ambicioso sobre o qual possam ser estruturados os cursos de formação de professores, as suas avaliações de desempenho, as aferições de proficiência dos alunos e o acompanhamento da instrução pelas famílias. Interessa ao Brasil, tanto do ponto de vista social quanto econômico, que subgrupos tão diversos quanto os índios da Amazônia, os quilombolas da Bahia e os filhos da classe média alta do Rio de Janeiro saibam resolver uma equação de segundo grau no fim da 7a série ou compreender as complexidades dos personagens de Machado de Assis no início do ensino médio. Currículo desafiante é a base para desenvolver a capacidade de raciocínio matemático, de argumentação verbal e outras habilidades essenciais para viver bem no século XXI.


A segunda, que complementa a primeira, é a adoção de sistemas de avaliações em todos os níveis, que cheguem até a sala de aula e possam incutir nos professores a capacidade de aferir diariamente se o conteúdo apresentado realmente está sendo dominado por todos os alunos. Avaliar com competência é essencial para aferir se o direito de aprender dos alunos está sendo atendido.


A terceira é dotar as escolas de todo o apoio operacional e técnico necessário para cumprir sua missão de educar as futuras gerações. A contrapartida desse apoio é que as escolas sejam responsáveis por seus resultados e cobradas pelo aprendizado de todos os seus alunos. Apenas uma ínfima parte dos secretários municipais brasileiros tem controle sobre suas despesas e agora é comum que as escolas sejam responsabilizadas pelas contas de água e luz, mas ainda sem poder escolher seu quadro de professores. O poder discricionário da ordenação de despesas e de pessoal deve estar nas mesmas mãos do poder pedagógico, seja ele concentrado nas secretarias ou nas escolas. A combinação atual de poder político com o de controle dos recursos da educação claramente não funciona.


A quarta é a mais fácil de explicar e a mais difícil de implementar: a valorização dos profissionais da educação. Não se pode falar em valorizar nenhum profissional sem falar em aumento do nível de exigência para entrar e permanecer em uma carreira. Os professores não são exceção. Aumento de salário, extensão da idade para se aposentar, aprofundamento do treinamento e da supervisão, rigidez das avaliações de desempenho são características de uma profissão valorizada. O simples aumento de salário e do tempo fora da sala de aula apenas aumenta os custos de um processo de melhoria da qualidade que mal começou.


Por fim, temos a necessidade de aumentar os investimentos nas atividades de instrução. Investimento nos professores, claro, mas também nos materiais didáticos, nos acompanhamentos pedagógicos, nas aulas de reforço e de enriquecimento curricular, nos serviços de apoio à educação. Quanto mais gastamos longe da sala de aula, mais perdemos tempo e dinheiro, sem melhorar o capital humano de que precisamos para ser uma grande nação.


É alentador ver que o novo Plano Nacional de Educação, recentemente enviado ao Congresso pelo governo federal – se não modificado em sua essência –, aponta na mesma direção dessas políticas e contempla de formas variadas o que está proposto acima. Além disso, não podemos desprezar as contribuições que o setor privado e a tecnologia podem dar para a implementação dessas políticas. Assim, parece que podemos sonhar com um país mais educado e desenvolvido na próxima década.


No entanto, para recuperarmos este século de atraso educacional, é preciso aumentar a velocidade das conquistas que obtivemos na última década. Nosso futuro promissor depende de materializarmos essas intenções com coragem para quebrar paradigmas, com humildade para fazermos arranjos políticos em torno do aprendizado, com audácia para sonharmos alto e com pragmatismo para não perdermos mais tempo.

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Mostra de Fim de ano do Núcleo de Arte Grande Otelo

Mostra de Fim de ano do Núcleo de Arte Grande Otelo: "















Fim de ano é mesmo uma correria... Mas não deixe de arrumar um tempo para ir à Mostra de Fim de ano do Núcleo de Arte Grande Otelo que se iniciou dia 29 de novembro e vai até o dia 17 deste. A partir do tema gerador - RIODIVERSIDADE - todo o espaço do Núcleo foi adequado para receber a exposição Jardim Botânico, da Oficina de Pintura do Prof. Jabim Nunes, os desenhos artísticos do nosso patrono Grande Otelo, além de desenhor gráficos, fotomontagens e arte interativa da Oficina de Arte e tecnologia da Profª. Luciana Guimarães.
Confiram, também o Primeiro livro de Flauta doce, com composições dos alunos da Profª. Elen Franco, e os vídeos cinematográficos de nossos promissores cineastas da Oficina de Vídeo do Prof. Bruno Bentolila.
Quem já passou por lá. pode se deliciar com apresentações de das Oficinas de Dança e Música também. A Arte está no ar... que delícia! Confira:







Enfim, arrume um tempinho e vá lá: a exposição vai até 17 de dezembro!!!
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Mostra de fim de ano do Núcleo de Arte Grande Otelo

Mostra de fim de ano do Núcleo de Arte Grande Otelo: "Mais uma semana se inicia, e a Mostra de fim de
ano do Núcleo de Arte Grande Otelo continua
bombando!!!
Se eu fosse você, dava um pulinho lá:



















































































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NÚCLEO DE ARTES GRANDE OTELO - MEIO AMBIENTE

PENSANDO NO PLANETA


O ônibus nos apanhou às 14 horas, no portão do jardim, que fica na Rua Pacheco Leão. O Sr. Raimundo nos conduziu com agilidade e segurança. Foi um passeio inesquecivel, que esperamos poder repetir um dia! Para finalizar, reafirmamos
que nós, do Núcleo de Arte Grande Otelo, estamos conscientes de que é possível preservar e melhorar as condições ambientais do nosso planeta e da nossa Cidade Maravilhosa! Basta, para tanto, apenas muita coragem e iniciativa, pois acreditamos que estamos fazendo a diferença: somos sonhadores e idealistas, como o Menino do Dedo Verde, transformaremos o mundo.
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JARDIM BOTÂNICO

JARDIM BOTÂNICO: "

O Projeto RIODIVERSIDADE, do Núcleo de Arte Grande Otelo, teve como ponto alto - e muito esperado! - a ida dos nossos alunos ao Jardim Botânico. Para a realização da aula-passeio, nosso projeto convidou a escritora Renata de Faria Pereira com seu projeto Caminhos do Rio, que desenvolve junto a muitas escolas. Seguindo a proposta da escritora, antes da aula-passeio, os alunos participaram de um 'workshop', com a ajuda dos professores, em classe, onde receberam um caderno de apoio com atividades para prepará-los e sensibilizá-los sobre os conteúdos propostos para caminhada. Ali, em sala, eles realizaram algumas atividades do caderno e assistiram também a uma pequena projeção, com imagens de lindas espécies vegetais. Nossa! Tudo era uma grande novidade! A beleza das imagens motivava todo o grupo às descobertas que iriam vivenciar.

Nossa visita ao Jardim Botânico privilegiou a DIVERSIDADE - que encontramos, aos milhares, nas formas, texturas, tamanhos e cores das plantas - nas raízes, caules, folhas e copas, e até na incidência da luz através das altas folhagens da floresta.


Para aquisição do 'passaporte' dos nossos estudantes ao Jardim Botânico, com gratuidade, a professora Mônica Coropos participou de um encontro com a Divisão Educativa do Jardim, recebendo orientações de biólogos, professores e pesquisadores - ação educativa que visa mostrar a importância do Jardim Botânico e seu papel no desempenho de múltiplas funções,dentre elas, a de enriquecer projetos culturais de comunidades escolares de nossa cidade. A ação educativa do mais belo jardim do Rio, ao demonstrar seu caráter dinâmico e inovador, voltado à educação das crianças e jovens cariocas, congrega inevitavelmente todos nós na busca por uma vida melhor.
Não há dúvidas que foi tudo preparado com muito carinho. Tivemos a ventura de contar com a valorosa participação de muitos voluntários, dentre eles, a escritora Renata, a mãe de família, Maria Isabel Figueira de Melo (Belinha), e o 'empresário-oculto', que resolvermos chamar de 'beija-flor'. Eles nos receberem de braços abertos, deram a cada estudante um bolinho de chocolate e uma bolsinha de lanche, contendo ovos cozidos, maçãs, todinhos, sanduíches e biscoitos!

Nossa querida 6ª Coordenadoria Regional de Educação, também nos proporcionou outro rico lanche, juntamente com o translado de nossos alunos em um magnífico ônibus, com banheiro e ar-refrigerado. Os professores Jabim Nunes e Mônica Coropos, sendo ela Chefe do Núcleo de Arte, acompanharam o grupo do início ao fim.
“Foi uma experiência excelente para nossa equipe, constatar que, ao final de um ano de trabalho e dedicação, temos alunos prontos para produzir e criar, com olhar sensível, aguçado e crítico, para as diversas possibilidades de se fazer Arte”. Olhá-los a manusear o caderno de atividades Caminhos do Rio, durante o passeio, foi muito compensador.
Afinal, não foi uma visita de pura diversão e lazer, apenas. Tínhamos o compromisso com o conhecimento, com a arte e a ciência, e com o desenvolvimento de suas múltiplas linguagens, habilidades e competências.Durante a caminhada, com o caderno de atividades em mãos, a escritora ia ajudando a turma a verificar, ao vivo e a cores, as espécies vegetais. Era surpreendente como os estudantes ficavam maravilhados com as descobertas.


A capuchinha, então, foi um sucesso! Vimos um pouquinho de tudo. Antes de entrar no parque, conhecemos a árvore 'rosa da montanha', a folha que parece um lírio, a 'enforcadeira' e o lago das tartarugas. Visitamos o 'Jardim sensorial', onde sentimos muitas espécies com perfumes e conhecemos formas e texturas diferentes, como a hortelã, a erva-doce, o coração magoado e a cebolinha. Depois, vimos o 'Mogno' e o 'Pau-Brasil', o lago com a cachoeira e o cactário, que foi incrível.
Dali, em diante, subimos uma rampa e ingressamos na Mata Atlântica, uma floresta com árvores muito grandes, onde avistamos inclusive a 'Parkia', uma árvore gigante da Amazônia.

Caminhamos, depois, para o lago, da 'Vitória Régia' e da 'casinha' do Frei Leandro e, dali, por um bambuzal, chegamos na alameda das 'Palmeiras imperiais', super altas, e junto à imensa 'Sumauma', com raízes gigantescas, onde tinha muito algodão voando.

Seguimos até a 'Árvore de papel' e, depois, para o 'Pau-ferro', que é na cor ferrugem, com um amarelo ocre, bem forte.

Passamos pelo 'Abricó de macaco', de sua triste história, e chegamos, enfim, no parquinho para o lanche! Descansamos e nos alimentamos.

Barriguinha cheinha, pé no caminho! No final do passeio, conhecemos o 'Bromeliário', onde a cientista Dra. Suzana deu-nos preciosas explicações sobre a importância das espécies encontradas na Mata Atlântica.

Visitamos também, com Suzana, o 'Orquidário', onde conhecemos orquídeas lindas - brancas, amarelas e cor-de-rosa, grandes e pequenas.
FOTO: Jabim Nunes
Texto: Jabim Nunes,Mônica Coropos e Renata Faria.

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