sexta-feira, 11 de março de 2011

Casos de dengue têm aumento de 857% em 2011

 FONTE:  O GLOBOMaria Elisa Alves 
 
RIO - O mosquito da dengue, que parecia ter dado um sossego aos moradores do Rio em 2010, voltou a atacar com força total em 2011. No estado, foram registrados 13.144 casos da doença, do dia 2 de janeiro a 26 de fevereiro, um aumento de 689% em relação ao mesmo período de 2010, quando houve 1.664 vítimas. Na capital, a situação é ainda mais assustadora: desde o início do ano até quinta-feira foram 5.064 casos, 857% a mais do que o número de vítimas do mesmo período de 2010 - 529 pessoas. Nove bairros da cidade enfrentam um surto - neles, a taxa de incidência da dengue é acima de 300 casos por cem mil habitantes.
Para secretaria, aumento de casos já era esperado
A localidade que tem a mais alta taxa de incidência da cidade é Pedra de Guaratiba, com 941,2 casos para cada cem mil habitantes. Perto dali, em Barra de Guaratiba, a taxa é de 531,8 por cem mil habitantes. Embora os números assustem e haja muito mais doentes do que no ano passado, as autoridades ainda não consideram que haja uma epidemia no Rio, com exceção domunicípio de Bom Jesus de Itabapoana , que tem 33.655 habitantes e 1.095 casos, até o último dia 1. Segundo Rosanna Iozzi, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria municipal de Saúde, a taxa média do município do Rio é de 80,5 casos por cem mil - número que configura estado de alerta. Segundo ela, o aumento do número de casos em 2011 já era esperado:
O grupo abaixo de 25 anos nunca teve contato com esse sorotipo; estão todos vulneráveis
- Estamos bastante preocupados. Várias áreas estão sendo monitoradas, como o Centro, Madureira, Acari. Mas o aumento de vítimas já era esperado. O vírus da dengue do tipo 1 voltou a circular em meados de 2010. Ele não circulava com força no Rio desde 1986. Em 1990, voltou, mas muito leve. Agora, está atuando fortemente, e temos uma boa parte da população suscetível. O grupo abaixo de 25 anos nunca teve contato com esse sorotipo; estão todos vulneráveis - diz Rosanna.
Os pais de crianças, adolescentes, e os jovens até 25 anos devem, portanto, redobrar os cuidados. Dos casos de internações por dengue no município, mais de 50% dos casos são de pessoas até 15 anos. Já os dados do Estado diferem: nos últimos quatro anos, a faixa etária mais atingida pelo mosquito da dengue é a de 20 a 49 anos.
Neste ano, já foram confirmadas três mortes por dengue na cidade, contra oito de 2010. Embora o ideal é que não morra ninguém, há uma boa notícia: a taxa de letalidade atual é de 1%, contra 1,7% do ano passado. Isso significa que, embora mais gente tenha contraído dengue, proporcionalmente houve menos óbitos. Isso pode ser explicado pelos esforços para identificar rapidamente as pessoas com sintomas:
- Hoje temos 300 equipes de Saúde em Família, o que significa 1.800 agentes comunitários. Eles foram treinados para encaminhar aos postos os casos suspeitos da doença e até mesmo para acabar com os focos mecanicamente - diz Rosanna.
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) também têm tido um papel importante na redução da letalidade, já que identificam com maior rapidez os doentes.
Por outro lado, as ações de combate aos focos têm sofrido baixas. Em 2010, havia 1.100 agentes de endemia e 1.300 bombeiros, que auxiliavam no combate aos focos, percorrendo casas atrás de criadouros e aplicando inseticidas. O total, de 2.400 profissionais, estava perto do ideal para o Rio, de 2.500 agentes. No fim do ano passado, no entanto, os bombeiros foram convocados de volta pelo Estado, que realocou os profissionais em outras cidades, principalmente na Baixada Fluminense. O município do Rio, portanto, ficou apenas com os 1.100 agentes de endemia que já tinha, e começou a convocar aprovados em concurso. Até agora, cerca de 700 já passaram a trabalhar, totalizando 1.800 agentes - 700 a menos do que o ideal.
- A saída dos bombeiros foi gradativa, isso não justifica o aumento do número de casos. É claro que este déficit causa um impacto, mas está sendo feita a chamada e vamos repor todos os agentes - diz Rosanna.
Segundo Alexandre Chieppe, superintendente de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde, os bombeiros estão em cidades da Baixada e das regiões dos Lagos e Serrana.
- Foi acordado que o município do Rio os substituiria.

2 comentários:

  1. A participação dos profissionais de saúde é fundamental no combate à dengue. Oriente os pacientes e notifique os casos da doença às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde.

    Divulgue dicas sobre mobilização, prevenção e sintomas da doença: http://bit.ly/bT2nsJ. Obrigado por fazer parte desta luta.

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    Para mais informações: comunicacao@saude.gov.br ou www.formspring.me/minsaude

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    1. Temos no nosso território uma ótima articulação com os PSFs locais, via PSE - Programa Saúde na Escola. As escolas, as famílias e os alunos estão orientados e participam das mobilizações locias.
      Já seguimos o MS no Twitter.

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