05/11/2010
O Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto (HMNSL), na Ilha do Governador, é referência no estado do Rio de Janeiro em atendimento clínico-cirúrgico de crianças portadoras de fendas lábio-palatais, mais conhecidas como lábio leporino. As crianças que dão entrada na unidade com este problema são atendidos no Centro de Fissura Lábio-Palatal (CEFIL), que foi criado há 25 anos e recebe 20 novos pacientes por mês, de segunda a sexta-feira pela manhã.
O HMNSL conta com ambulatório multidisciplinar, com as especialidades de pediatria, cirurgia pediátrica, plástica e otorrinolaringológica, hematologia, dermatologia, fisioterapia, nutrição, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, odontologia/ortodontia e cirurgia buco-maxilo-facial. Oferece ainda serviço de apoio à criança e ao adolescente vítimas de maus tratos e vacinação. O hospital, considerado de alta complexidade, realiza por ano 900 cirurgias, sendo 400 para correção de fissuras. Pacientes vindos de outras cidades representam 50% dos atendimentos.
A fissura labiopalatal é uma abertura na região do lábio ou palato, ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas, que ocorre entre a quarta e a décima semana de gestação. Atualmente, através do aperfeiçoamento do ultrassom o defeito pode ser diagnosticado na 21ª semana de gravidez, permitindo que a gestante seja acolhida no CEFIL e receba orientações sobre o tratamento antes do nascimento do bebê. A primeira cirurgia é realizada ao final do primeiro semestre de vida do bebê, que deve estar em bom estado de saúde. As famílias dos pacientes recebem orientações de como amamentar os bebês com fissuras, além de atendimento psicológico e social.
A unidade promove ainda, o Projeto Bonecos Terapêuticos que oferece, de maneira bem humorada e em linguagem compreensível, informações sobre a doença que elas têm e de que maneira serão tratadas. No Brasil, estima-se que a cada 600 nascimentos, uma criança nasce com fissura labiopalatal. O risco aumenta quando há uma predisposição genética da mãe associada a fatores ambientais como o uso de álcool ou cigarros, ingestão de alguns tipos de medicamentos, deficiências nutricionais e infecções, durante o primeiro trimestre gestacional, o que tem sido relacionado a 70% dos casos. E a hereditariedade está relacionada aos 30% restantes. A única forma de correção é através de cirurgia.
No segundo semestre deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil proporcionou a capacitação da equipe do CEFIL no 43º Curso de Anomalias Craniofaciais, promovido pelo Centrinho de Baurú, em São Paulo, que é centro de referência no tratamento para toda a América Latina.
O HMNSL fica na Estrada do Caricó, 26, na Ilha do Governador.
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