domingo, 30 de janeiro de 2011

Minha Casa, Minha Vida: moradores encontram dificuldades de adaptação à vida em condomínios

RIO - Deixar as áreas de risco e entrar na cidade formal é um ganho. No entanto, o trajeto entre os barracos amontoados em favelas e os apartamentos distribuídos pelo programa Minha Casa, Minha Vida pode ser mais tortuoso que o esperado. Pouco acostumadas aos deveres da vida em condomínio, algumas famílias reassentadas demoram a se adaptar à nova condição de proprietárias. E, sem traquejo para resolver problemas cotidianos, cobram soluções da prefeitura. - Essa é a tarefa mais difícil com a qual nós nos deparamos. Muitas dessas famílias, que moravam em áreas muito precárias e sem qualquer obrigação, de uma hora para outra se viram obrigadas a viver em condomínio. Muitas vezes, há problemas de uso. Outro dia, barramos a entrada de mil tijolos num dos condomínios - conta o secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar. O problema pode ser visto no condomínio Vivendas Ipê Amarelo, em Realengo, mais conhecido como Urubulengo. Em abril de 2010, o lugar recebeu 299 famílias de casas que foram interditadas por estarem em áreas de risco na Favela do Urubu, em Pilares. Ali, pessoas como Regina de Jesus, de 37 anos, tentam reconstituir num apartamento de dois quartos a vida que deixaram para trás. Ela, assim como outros moradores, elogia a infraestrutura, mas reclama do comportamento de vizinhos que não respeitam as regras de convivência. Há ainda quem reclame dos custos do condomínio, do preço dos serviços de luz e gás. Além, é claro, da distância de cerca de 16 quilômetros que separa o condomínio de Pilares. Jorge Bittar afirmou que a prefeitura tem procurado intermediar a relação entre os moradores e a Caixa Econômica Federal, responsável pelos empreendimentos. Mas diz também que o município identificou a necessidade de um acompanhamento mais efetivo das famílias. - Nós já temos na secretaria uma área social que acompanha essas famílias. Mas, por orientação do prefeito, nos reunimos esta semana com o secretário de Ação Social, Rodrigo Bethlem, para traçar uma estratégia para entrar em todos os condomínios com ações sociais, de educação e de geração de emprego. Assim como eles, também estamos aprendendo a fazer esse trabalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário