1ª) PORQUE, POR QUE, PORQUÊ ou POR QUÊ?
1) PORQUE é conjunção causal ou explicativa:
“Ele viajou porque foi chamado para assinar o contrato.”
“Ele não foi porque estava doente.”
“Abra a janela porque o calor está insuportável.”
“Ele deve estar em casa porque a luz está acesa.”
2) PORQUÊ é a forma substantivada (=antecedida de artigo “o” ou “um”):
“Quero saber o porquê da sua decisão.”
“A professora quer um porquê para isso tudo.”
3) POR QUÊ = no fim da frase (antes de pausa):
“Ele não viajou por quê?”
“Se ele mentiu, eu queria saber por quê.”
“Quero saber por quê, onde e quando.”
4) POR QUE
a) em frases interrogativas diretas ou indiretas:
“Por que você não foi?” (=pergunta direta)
“Gostaria de saber por que você não foi.” (=pergunta indireta)
b) quando for substituível por por qual, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:
“Só eu sei as esquinas por que passei.” (=pelas quais)
“É um drama por que muitos estão passando.” (=pelo qual)
c) quando houver a palavra motivo antes, depois ou subentendida:
“Desconheço os motivos por que a viagem foi adiada.” (=pelos quais)
“Não sei por que motivo ele não veio.” (=por qual)
“Não sei por que ele não veio.” (=por que motivo, por qual motivo)
2ª) CONFISCO ou DESAPROPRIAÇÃO?
A frase “O governo estadual pretende começar no mês que vem o confisco de imóveis para terminar a linha verde” está errada. Na verdade, haverá “desapropriação de imóveis”.
No caso de uma desapropriação existe alguma forma de indenização, o que não ocorre no confisco.
O que acontece às vezes é uma “indenização tão vagabunda”, que mais parece um “confisco”.
Observe o uso correto da palavra confisco:
“Raoul Wallenberg salvou judeus, mas seu Banco, na Suíça, guardou riquezas confiscadas.”
3ª) A frase “O transatlântico chegou no cais…” está correta?
Quem chega deve chegar “a” algum lugar, e não “em” algum lugar.
Embora alguns autores registrem e alguns professores defendam o “chegar em algum lugar”, nós preferimos a regência tradicional do verbo chegar:
“O transatlântico chegou ao cais…”
4ª) Onde está o erro na frase: “O trabalho é de segunda à sexta-feira, de 12h às 20h”?
São dois erros:
1o) Não há crase: “…de segunda a sexta-feira…”
Só existe a preposição “a “. Não há artigo definido, porque a frase se refere a qualquer segunda-feira e a qualquer sexta-feira. Haveria crase, se houvesse “definição” dos dias: “O congresso será da próxima segunda à sexta-feira.”
2o) Faltou o artigo para definir a hora de início: “…das 12h às 20h”.
Sempre que determinamos a hora, devemos usar o artigo definido. Não haverá a necessidade do artigo definido, se nos referirmos ao tempo de duração: “A reunião será de duas a quatro horas.”
A frase correta, portanto, é: “O trabalho é de segunda a sexta-feira, das 12h às 20h” .
5ª) A concordância na frase: “Não existe idade certa para esse conjunto de sintomas passarem a afligir mulheres adultas” está correta?
O sujeito do verbo PASSAR é “esse conjunto de sintomas”. O sujeito é simples e o núcleo é “conjunto”.
Em razão disso, o verbo passar deveria estar no singular para concordar com o núcleo do sujeito (=conjunto): “Não existe idade certa para esse conjunto de sintomas passar a afligir mulheres adultas”.
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