Missão Aluno (25 de abril) – Cúpula Internacional sobre Profissão Docente: "
Em março, Nova Iorque sediou a Cúpula Internacional sobre Profissão Docente , organizada pela OCDE e a Educação Internacional, que é a federação mundial dos sindicatos dos professores. Participaram 16 países, todos eles com excelentes resultados no PISA, que enviaram tanto representantes governamentais como sindicais. O Brasil, pelo avanço obtido no PISA, foi um dos convidados. Pelo país participaram o Secretário Executivo do MEC e o Presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadosres em Educação). O objetivo do evento era aprender dos países com excelentes resultados como eles conseguiram melhorar a qualidade do seu ensino e de seus professores.
No programa Missão Aluno desta semana na CBN, discutimos a relevância deste encontro. (clique aqui para ouvir o programa)
Por que uma cúpula como essa é importante para o Brasil?
Todas as pesquisas mostram que “a qualidade de um sistema educacional equivale a qualidade de seus professores” portanto não dá para pensar em melhorar a qualidade do nosso sistema de educação sem pensar em melhorar a qualidade dos nossos professores. Além disso, o Brasil precisa aprender com países que tem conseguido bons resultados acadêmicos PARA TODOS. Portanto, países que unem excelência e equidade na educação, como muitos dos primeiros colocados do PISA, podem nos servir de inspiração.
Uma premissa da Cúpula é a de que governos e sindicatos podem e devem aprender juntos. A participação de um sindicato brasileiro em um evento organizado pela OCDE, cuja agenda contava com o tema de avaliação docente, deve ser comemorada.
O que a Cúpula concluiu?
A agenda da Cúpula incluiu os seguintes temas: seleção e formação inicial de professores, condições de trabalho e formação em serviço, salário e avaliação docente, participação dos professores nas reformas educacionais.
Tão importante quanto a atratividade de uma carreira são os cursos de formação inicial, que devem ser pensados a partir do perfil dos jovens que queremos formar no nosso sistema de educação. Por exemplo, se queremos jovens capazes de pensar cientificamente chegando a conclusões por meio de evidências, os cursos de formação docente devem preparar os professores para desenvolver estas habilidades em seus alunos.
A formação em serviço deve ser parte da carreira e enfatizar práticas eficazes. Os melhores programas são aqueles integrados ao trabalho cotidiano do professor e que são feitos em colaboração com outros professores (por exemplo observação de sala de aula e feedback).
A avaliação dos professores é essencial para gerar melhoria nos professores e no sistema. A definição dos critérios de avaliação e o usos dos resultados são fatores chave e devem ser transparentes. O envolvimento dos professores é essencial para que as reformas educacionais deêm certo. A consulta aos profissionais e seu envolvimento na implementação das reformas aumentam a chance de sucesso.
O efeito das políticas descritas acima é sistêmico, ou seja elas precisam ocorrer de maneira simultânea e alinhada. As experiências dos países que conseguem altos níveis de desempenho para a maioria de seus alunos mostram que as mudanças na educação não são mágicas, fáceis ou rápidas. De qualquer forma, encontros como este onde países compartilham suas experiências mostram que mudanças são possíveis. Resta saber se estamos dispostos a fazer a lição de casa.
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