quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dúvidas dos leitores

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Dúvidas dos leitores: "

1ª) Estou a disposição ou à disposição?


O certo é: “Estou à disposição”.


Para provar que há crase (preposição “a” + artigo definido feminino “a”), basta substituir a palavra feminina (=disposição) por uma masculina (=dispor): “Estou ao dispor” (ao = à).


É interessante lembrar que o uso do acento indicativo da crase é facultativo antes dos pronomes possessivos femininos: “Estou à sua disposição ou a sua disposição” (= ao seu dispor ou a seu dispor).



2ª) PARALIZAR ou PARALISAR?



Leitor quer saber se está correta a frase “…com medo do escuro que cega pra trás, medo do clarão que cega pra frente. Paralizo.”


O medo era tanto que a cegueira foi inevitável. Deve ser por isso que muita gente “paraliza” com “z”.


Por maior que seja o medo, toda PARALISAÇÃO se escreve com “s”.


Se você quiser PARALISAR, tudo bem. Mas, pelo amor de Deus, PARALISE sempre com “s”.



3ª) PERGUNTADO ou QUESTIONADO?


1o) QUESTIONAR não é PERGUNTAR.


Se você quer saber alguma coisa, PERGUNTE. Quando nós QUESTIONAMOS alguma coisa, estamos “pondo em dúvida”. Nós podemos, por exemplo, “QUESTIONAR o valor de um projeto, uma prestação de contas, a contratação de um jogador de futebol…”


É interessante observar que a diferença só existe entre os verbos. Um conjunto de PERGUNTAS forma um QUESTIONÁRIO. É que ainda não inventamos o “perguntário”.


2o) Só a coisa pode ser PERGUNTADA.


Quem PERGUNTA PERGUNTA alguma coisa (=objeto direto) a alguém (=objeto indireto). Isso significa que, na voz passiva, só a coisa poderia ser perguntada.


Com muita frequência, encontramos nos nossos bons jornais frases do tipo: “PERGUNTADO a respeito do projeto, o deputado…” ou “O delegado foi PERGUNTADO a respeito do crime”. Aqui temos duas frases em que o uso do verbo PERGUNTAR, Segundo a tradição, é inapropriado: nem o deputado nem o delegado poderiam ser “perguntados”. A realidade linguistica, porém, nos prova o contrário. São formas consagradas, e eu as consider caitáveis na lingual padrão.


Em resumo:


1o) “A validade do contrato foi QUESTIONADA” (=posta em dúvida);


2o) “Foi PERGUNTADO ao deputado se ele seria o candidato a prefeito” (=a coisa foi PERGUNTADA ao deputado).



4ª) COMUNICADO ou INFORMADO?


Alguns leitores querem saber se é correto dizer: “A polícia já foi COMUNICADA…” ou “O presidente não foi COMUNICADO…”


O verbo COMUNICAR apresenta um problema igual ao do verbo PERGUNTAR: só a coisa deveria ser COMUNICADA.


É outro caso em que o uso consagrado vai contra a tradição. Na minha opinião, são formas perfeitamente aceitáveis, mas que, em concursos, são consideradas “erradas”.


Quem COMUNICA COMUNICA alguma coisa (=objeto direto) a alguém (=objeto indireto). Isso significa que “ninguém deveria ser comunicado”.


O mais adequado, portanto, é: “O crime FOI COMUNICADO à polícia” e “O incidente não FOI COMUNICADO ao presidente”.


Outra solução é substituir o verbo COMUNICAR pelo INFORMAR. Quem INFORMA INFORMA alguma coisa (=objeto direto) a alguém (=objeto indireto) ou INFORMA alguém (=objeto direto) de alguma coisa (=objeto indireto). Isso significa que temos duas opções:


“A polícia FOI INFORMADA do crime”;


“O presidente não FOI INFORMADO do incidente”.



5ª) INVEROSSÍMEL ou INVEROSSÍMIL?



O certo é INVEROSSÍMIL.


Para o leitor que desconhece o significado, INVEROSSÍMIL é o que NÃO tem VEROSSIMILHANÇA (=semelhança com a verdade): IN (=não) + VERO (=verdade) + SÍMIL (=similar, semelhante).



6ª) Leitor quer saber se a concordância está correta na frase:”O preço dos pacotes acima FORAM BASEADOS por pessoa com uma estada mínima de 7 noites.”


A crítica do nosso leitor é perfeita. A concordância está errada. O certo é: “O PREÇO dos pacotes FOI BASEADO…”



7ª) E a frase “E vamos também cancelar várias das permissões já concedidas para publicidade nas ruas DE MODO A QUE o trabalho de despoluir a cidade seja realmente eficaz” está correta?


Nem pensar. O certo é: DE MODO QUE.

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