quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Estudar Vale a Pena. Simples assim.

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Estudar Vale a Pena. Simples assim.: "


Faculdade é importante. Sim, muito. Mas antes dela existe um grande caminho a ser percorrido. Um caminho de esforço e recompensa.


Meus pais não tem faculdade, na verdade minha mãe só estudou até a quarta serie, hoje quinta do ensino fundamental, e meu pai não conseguiu terminar o colegial, hoje chamado ensino médio. Apesar do pouco estudo deles foi com eles que aprendi o quanto estudar era importante. Meu pai, que sempre valorizou o trabalho como a melhor forma de realizar sonhos, me trouxe o gosto pela leitura, a minha mãe a admiração pelas pessoas que sabiam explicar o que ela não conhecia.


Estudei em escola pública, estadual, num tempo em que ela era a melhor da cidade. Meus pais batalhavam para que eu e meu irmão pudéssemos apenas estudar, com dedicação.


Naquela época eu não sabia o que sei hoje, achava que o ensino médio era apenas mais um passo em direção à faculdade, até que um dia meu pai sentou comigo e conversamos sobre o futuro. Um futuro aonde eu teria de escolher uma faculdade, mas que dificilmente eu conseguiria entrar em uma faculdade gratuita, cuja disputa por vagas é mais difícil que final de campeonato, e ele me explicou o quanto o ensino médio era importante, na época um diferencial mesmo e como, ao fazê-lo direito, eu poderia garantir uma renda que me permitiria fazer a faculdade que eu quisesse. Mal sabia eu que, naquela conversa um novo mundo se abria.


Optei então por tentar o ensino técnico. Prestei muitos “vestibulinhos” nas mais diversas áreas, uma loucura até, já que na Federal eu tentava telecomunicações, no Liceu edificações e no SENAI tecnologia têxtil. A variedade era motivada pelo desejo de aprender algo novo, que me ajudasse no futuro, pouco importava o que fosse.


Entrei no SENAI e, confesso, não fazia ideia do que ia aprender.


Hoje olho para trás e vejo que aprendi muito mais do que a torção do fio, o desenho da trama e urdume, como funciona uma máquina de meias, como se tinge um tecido sintético, aprendi sobre a vida. Eu olhava em volta e via colegas simples de tudo – tinha um que chegava a levar sopa na marmita porque era só o que ele tinha – via colegas que estavam lá aprendendo para trabalhar em alguma fábrica e que, além do estudo, ganhavam um meio salário que ajudava em casa. Via pessoas saindo ainda da infância acordando cedo e passando o dia aprendendo, buscando algo melhor, para muitos deles não existia o sonho da faculdade, sabe? Para muito deles aquele era o diploma que faltava para conquistarem já muito mais do que seus pais tinham conseguido.


Nós entrávamos as 07h30 e saímos as 17h30. A maior parte de nós seguia depois por várias conduções até voltar para casa. Eu lembro que chegava quando já eram quase oito da noite e pouco tempo restava para todo resto. De algum forma já parecia que trabalhávamos.


Mais que tudo, eu via pessoas realmente interessadas em aprender e via professores apaixonados pelo que ensinavam, dedicados àquelas jovens mentes loucas por conhecimento.


Acho que esse meu sentimento não é simplesmente pelo fato de ser um ensino técnico, mas pela certeza de que ali me tornei adulta. Pela certeza de que ali eu fazia as escolhas que determinariam as escolhas que viriam em seguida.


Meu tempo de SENAI foi o melhor tempo da minha vida de estudante. Nenhuma de minhas duas faculdades podem ser comparadas a ele em termos de aprendizado ou amizades. Aqueles amigos que, mesmo distantes, na lembrança, te acompanham por toda a vida.


E foi uma prazer ver que, daquela turma que havia começado no primeiro dia de aula, cinco anos antes, apenas quatro não pegaram o diploma em nossa coleção de grau. A turma seguiu por cinco anos entre tropeços, provas e trabalhos, batalhando a cada bimestre. Depois de lá cada um traçou um caminho, alguns amigos se espalharam pelo país, outros para fora dele. Quando pegamos o diploma o mundo parecia menor do que era cinco anos antes. E ele foi menor. Eu sei, quando vejo meu pai, que ele se orgulha porque eu fui mais longe que ele e torço para que a minha filha vá ainda mais longe que eu.


Dezesseis anos se passaram e o diploma do ensino médio já não é mais um diferencial, mas necessário para praticamente qualquer emprego que se busque. O diploma do ensino médio pode ser aquela pequena diferença entre conseguir ou não realizar um sonho, mesmo que nele não esteja incluída uma faculdade. Até porque, algumas vezes, as pessoas esquecem que não existem só os empregos para quem tem faculdade, existe aí fora um mercado de trabalho borbulhante a procura de pessoas que tenham habilidades totalmente compatíveis com o ensino médio.


E a tendência é que existam ainda mais: a oportunidade para o crescimento do Brasil é agora. A beira de receber uma Olimpíada e uma Copa do Mundo é obrigação de todos garantir que essa geração jovem não perca o bonde, não fique para trás. Garantir que eles não troquem um futuro de conquistas pela recompensa imediata, às vezes financeira, sem garantia de futuro.


Quem parou de estudar reconhece a dificuldade de retomar depois, de voltar e tentar novamente. Melhor é não parar. Perseverar. Olhar e ver a nossa volta que VALE A PENA ESTUDAR. Que o estudo abre portas, traz novos caminhos, aumenta possibilidades. Muitos são os exemplos de pessoas que chegaram aonde estão porque estudaram.


A batalha por vezes é inglória, eu sei. Enfrentar as dificuldades do dia a dia ao invés de largar tudo. Por vezes encontrar uma sala quase abandonada, colegas desmotivados. A vida é feita de batalhas, algumas maiores que outras, mas o destino é a gente que escreve. É a gente que conquista o futuro fazendo a escolha agora.


Se nós, eu, você e todo mundo, não temos o poder ou o dinheiro para mudar a estrutura de ensino, resta muito a fazer: ser o exemplo para o filho, o vizinho, o amigo, de que VALE A PENA ESTUDAR, de que sonhos podem ser sim realidade. Garantir que as crianças enxerguem um futuro melhor é o melhor caminho para que elas continuem tentando.


Fui convidada pela querida Samantha para contar aqui a minha história como parte de uma blogagem coletiva no Dia do Estudante por conta da ação do Instituto Unibanco contra a evasão escolar e quem sabe ser um pequeno exemplo de como o estudo muda a vida da gente e estou aqui, dividindo isso com vocês, na esperança de que a mensagem replique por todo lado.


Se você também acredita dá uma olhadinha no site do ESTUDAR VALE A PENA e veja o quanto essa ação já fez em 2010. Mas, para entender mesmo o efeito de uma ação como essa tem nos alunos o legal mesmo é ver os vídeos disponíveis no You Tube feitos pelos alunos das escolas aonde voluntários trabalharam com a equipe do instituto. Eu fiquei emocionada de ver, de imaginar como o futuro dessas crianças já foi modificado.



Você também pode fazer com que a hashtag #estudarvaleapena chegue aos trending topics do Twitter replicando os diversos posts que estão sendo produzidos pelo pessoal envolvido na causa. Siga o @inst_Unibanco e acompanhe o que todos estão contando.


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