sábado, 24 de setembro de 2011

O Retorno da Coqueluche

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O Retorno da Coqueluche:

Não sei se muitos de vocês perceberam, mas a Coqueluche foi bastante noticiada pelos jornais brasileiros nos últimos dias. Foram publicadas matérias no Globo, no Dia e no Terra, todas falando sobre o mesmo assunto, o aumento do número de casos da doença no Brasil e em vários países do mundo. As matérias podem ser conferidas no Clipping CIEVS RIO neste mesmo Blog.


Dados oficiais disponíveis na internet mostram que na América Latina, o número de casos da infecção pela bactéria Bordetella pertussis cresceu quase cinco vezes entre 2003 e 2008, e em todo o mundo são 50 milhões de casos por ano, com 300 mil mortes (OPAS e OMS respectivamente). Especialistas estão surpresos com surtos da doença registrados nos últimos anos. Em 2010, ocorreram 9.774 casos em um surto na Califórnia, o pior em 50 anos, onde 72% das vítimas eram bebês com menos de seis meses. Na Austrália a coqueluche atacou 35 mil pessoas, de julho de 2010 ao mesmo período deste ano, e 40% foram internadas.


Para relembrar, o Guia de Vigilância Epidemiológica traz informações úteis nesse momento de alerta, como vemos a seguir. A coqueluche é uma doença infecciosa aguda transmissível que compromete o aparelho respiratório, causada pela bactéria Bordetella pertussis. O homem é o único reservatório natural e a transmissão se dá pelo contato de suscetíveis com doentes, por gotículas de secreção.


De distribuição universal, ocorre sob as formas endêmica e epidêmica. Em populações aglomeradas, condição que facilita a transmissão, a incidência pode ser maior na primavera e no verão. Contudo em populações dispersas tal sazonalidade nem sempre é observada. A suscetibilidade é geral, não existe uma distribuição geográfica preferencial, nem características individuais que predisponham à doença, a não ser a presença ou ausência de imunidade específica. Inclusive, a vacinação dos suscetíveis é a medida de controle mais indicada. O indivíduo adquire imunidade duradoura, mas não permanente, após contato com a doença ou vacinação adequada. A proteção pode declinar, em média, de 5 a 10 anos, após a última dose da vacina.


No Brasil, a morbidade já foi muito elevada até o início da década de 80, quando eram notificados mais de 40 mil casos por ano. A partir de 1983, a incidência foi caindo graças à elevação da cobertura vacinal, principalmente a partir de 1998. Entretanto, nos últimos anos, surtos vem sendo registrados, principalmente em populações indígenas. Em 2010, o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) registrou 427 casos, sendo 80% deles em bebês menores de um ano. No Rio, o número de casos notificados saltou de 13, em 2010, para 27 neste ano, até agora.


Recentemente, as Prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro, emitiram alerta solicitando atenção dos serviços de saúde para a detecção de casos suspeitos, tratamento e realização de coleta oportuna de amostras para a pesquisa específica de Bordetella pertussis.


O agravo é de notificação compulsória e o grande objetivo da vigilância epidemiológica é acompanhar a tendência temporal da doença para detectar precocemente surtos e epidemias.


Até sexta-feira que vem,


Equipe CIEVS RIO



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