segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Entrevista sobre Tablets em Educação

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Entrevista sobre Tablets em Educação:


Segue abaixo a íntegra da entrevista sobre Tablets em Educação que concedi ao Jornal Mais Educação, de Ribeirão Pires, realizada pela jornalista Vanessa de Oliveira Silva. 


1- Como o senhor vê essa nova maneira de lecionar, com a implantação de tablets nas salas de aula? O que é necessário primar para que esse método seja 100% eficiente?


JL - Qualquer tecnologia que seja inserida no contexto escolar é bem-vinda, mas para que seja plenamente aproveitada é preciso muito planejamento e preparo. No tocante a preparo, por exemplo, antes dos alunos terem acesso a qualquer equipamento é preciso que os professores conheçam o equipamento, se familiarizem com ele e que percebam suas potencialidades técnicas e pedagógicas. Qualquer recurso tecnológico implica a compreensão de que os demais meios e possibilidades pedagógicos continuam vivos e sendo utilizados nas aulas. O Ipad ou qualquer outro tablet é tecnologia de ponta, sensível e, portanto, também deve ser pensado quanto as faixas etárias as quais poderia ser aplicado. Há muitas questões, mas creio que as principais passam pela familiarização e compreensão destes recursos tecnológicos pelos professores e por um planejamento de ações que integre o recursos as metodologias e a filosofia das escolas.


2- Em junho, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que encontraria os ministros da Educação, Fernando Haddad, da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para discutir o uso dos tablets para a educação. Segundo ele, à presidente Dilma Rousseff, ele já havia colocado a experiência da Coreia do Sul, que em 2014 não vão mais oferecer livro didático impresso. O senhor acha que o uso dos tablets pode substituir os livros?


JL - Há diferentes formas de se pensar a questão, entre as quais, por exemplo, o impacto que isso causaria para o meio-ambiente, ou seja, a migração da produção de livros didáticos ou qualquer outro tipo de mídia impressa para recursos eletrônicos, plataformas virtuais. Sem sombra de dúvidas isso seria muito positivo. Mas, por outro lado, há a relação dos homens com os livros e as possibilidades que ela nos concede. Com os livros podemos nos deter por mais tempo em pensamentos, reflexões, linhas... Conseguimos dar tempo para que seja possível fazer diferentes conexões, diferentemente do mundo virtual, onde tudo é rápido e não nos concede a possibilidade de respirar, de fundamentar, de refletir de forma mais detida, profunda. Talvez conciliar os recursos, usando tecnologia em determinados momentos e livros, dentro de bibliotecas escolares bem equipadas, seja uma boa opção.


3- O ministro Paulo Bernardo disse ainda que “com certeza haverá estudantes que terão seu primeiro contato com o livro didático em meio digital”. Na sua opinião, isso é prejudicial? Por quê?


JL - Se esta prática se restringir aos livros didáticos, que muitas vezes são descartáveis, sendo aproveitados por tempo reduzido, com vencimento de validade bastante curto, creio que não seria tão ruim, tendo em vista a repercussão que pode ter para o meio-ambiente. Não se pode generalizar e nem tampouco estender esta prática para outros títulos e materiais publicados, como por exemplo para publicações de caráter científico ou literário, que exigem do leitor maior tempo para degustar, apreciar, entender, aprofundar.



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