Pais têm que estipular limites:
Ainda que seja difícil, os pais têm que estipular limites para seus filhos na infância e na adolescência.
É patente que nos dias de hoje muitos progenitores trabalham incansavelmente pelo bem-estar de seus filhos com o objetivo de lhes proporcionar mais conforto e comodidade. Isso acaba acarretando a circunstância de terem menos tempo disponível para estar com a família. Uma das alternativas encontradas para suprir as demandas reprimidas de atenção e participação que seus filhos apresentam é a de que seus desejos materiais sejam atendidos. Outra forma de compensar a ausência é que exista uma permissividade maior, uma liberdade além da conta.
Não são poucos os casos de crianças e adolescentes que, por conta do que acontece em suas casas quanto as liberdades de que desfrutam, passam a pensar e agir no sentido de que isso possa e deva acontecer em todos os demais locais por onde circulam, inclusive na escola.
Para conseguir criar um elo mais amigável com seus filhos se estabelece o reino das permissividades excessivas. É preciso reverter esta liberalidade demasiada e buscar uma fórmula de maior equilíbrio. Neste sentido, são sugeridas ações prementes pelos especialistas como as que menciono a seguir:
- Acompanhamento pelos pais das atividades escolares diárias: Muitas escolas disponibilizam pela internet dados sobre tarefas e trabalhos em andamento. Além disso é preciso checar regularmente os cadernos para observar as anotações de compromissos, a organização dos materiais escolares, o calendário de avaliações e até mesmo eventuais recados ou bilhetes enviados pelos professores. As escolas costumam realizar de forma regular a notificação de eventos e mesmo de rendimento ou comportamento e é importante também ficar atento a isso.
- Durante a semana as atividades sociais devem ser limitadas: Crianças e adolescentes têm uma necessidade muito grande de participar de eventos e brincadeiras com seus colegas. Ir para a casa dos amigos ou para festas é uma tentação que deve ser controlada para não haver excessos e prejuízos. Se para os adultos conciliar compromissos pessoais e profissionais é uma necessidade, também entre as crianças e adolescentes faz-se necessário este controle. Como eles ainda não têm maturidade suficiente para isso, compete aos pais regular tais compromissos e evitar os excessos que podem ocasionar cansaço, sono, tarefas não realizadas para a escola...
- A internet precisa ter horários estipulados: Durante a semana, por exemplo, dizem os especialistas que as crianças e adolescentes não devem utilizar a web por mais de uma hora diária. Nos finais de semana é possível conceder mais tempo, de acordo com cada família, mas nunca excedendo períodos de tempo superiores a 3 ou 4 horas que não devem ser corridas, ou seja, que precisam ser alternadas com outras atividades.
- As redes sociais precisam ser acompanhadas pelos pais: Quais são os amigos de seu filho na rede? O que eles tem falado no Twitter ou no Facebook? Você já observou que o vocabulário de seu filho incorporou palavras diferentes daquelas que se utilizam em sua casa e que podem ter surgido na internet? O tempo gasto em redes sociais está acarretando prejuízos no relacionamento familiar? O quanto de atividades extra-internet, ou seja, fora das redes sociais, o seu filho tem desenvolvido? É preciso acompanhar para saber e, conforme reforçado anteriormente, limitar o uso da internet, em especial durante os dias de aula.
- Os telefones celulares de crianças e adolescentes precisam de orientação de uso: As escolas não permitem o uso de celulares durante as aulas. Não apenas como celulares, mas como rádios, máquinas fotográficas, videogames e tantas outras possibilidades que estes aparelhos trazem. O mesmo ocorre em outros locais públicos, como teatros e cinemas, por exemplo. Respeitar o coletivo, o grupo nos quais circula, quanto ao uso de celulares é uma necessidade para adultos, adolescentes e crianças. Só que as crianças e os adolescentes precisam de orientação e, neste caso específico, também do bom exemplo dos adultos com os quais convive, em especial de seus pais.
Estipular limites pode causar aborrecimentos, cara feia, indisposição, reclamações e até o silêncio inicial dos filhos, mas faz parte da rotina de tantas famílias que tem como objetivo dar foco para seus filhos e proporcionar para eles uma melhor vida futura.
É fato que eles não irão receber bem tais ações e nem, tampouco, concordar com elas. Ainda assim, crianças e adolescentes sabem da necessidade dos limites e muitas vezes, por conta dos pais não os estipularem, acabam até mesmo pedindo por meio de suas ações e por palavras que algum adulto assim proceda.
O papel dos pais, no entanto, não é apenas contemplar os filhos com toda a felicidade do mundo, até mesmo porque a vida é feita de vitórias e derrotas, de alegrias e frustrações e, para uma boa preparação de crianças e adolescentes para o mundo em que vivem é preciso que eles também desde cedo saibam tanto a respeito dos ventos favoráveis quanto das tormentas. Se isso não acontecer não os estaremos preparando para a vida como ela é...
Obs. É importante ressaltar que os limites devem ser definidos e explicados pelos pais para seus filhos no que se refere aos motivos, objetivos e consequências que terão. Além disso, é preciso que isso sempre se estabeleça através do diálogo, ainda que por vezes essas conversas tenham que ser mais pontuais e rígidas.
Por João Luís de Almeida Machado
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