domingo, 13 de novembro de 2011

TRÂNSITO SEGURO, VIDA SAUDÁVEL

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TRÂNSITO SEGURO, VIDA SAUDÁVEL:



O motorista que dirigir alcoolizado está cometendo crime, mesmo se não causar danos a outras pessoas. A conclusão, definida como unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, é um avanço para as ações de promoção da segurança no trânsito e integra o esforço nacional para o enfrentamento do problema.


“A decisão certamente vai contribuir para a redução das tristes estatísticas no trânsito, principalmente em um momento que o país vive esta epidemia de lesões e mortes por acidentes. A decisão do Supremo fortalece a posição do Ministério da Saúde em apoiar uma fiscalização mais rigorosa no trânsito”, reforça o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.


O Brasil ocupa o quinto lugar do ranking da Organização Mundial da Saúde (OMS) para lesões e mortes no trânsito. Em nove anos, de 2002 a 2010, a quantidade de óbitos ocasionados por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando de 3.744 para 10.143 mortes. Segundo o Ministério da Saúde, em 2010, mais de 40 mil pessoas foram vítimas fatais do trânsito, em todo o país – 25% eram motociclistas.


Para responder a este desafio, o Sistema Único de Saúde (SUS) desenvolve um conjunto de ações de promoção da saúde, prevenção e vigilância de acidentes, violências e seus fatores de risco, sintetizado pela adesão do país ao Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020, recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), com a coordenação da OMS. Neste em contexto, os ministérios da Saúde e das Cidades assinaram, em maio, o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida. A meta é estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos dez anos.




Rio de Janeiro –
Integrando os esforços para a prevenção de acidentes e a promoção do trânsito seguro, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDC-RJ) desenvolve, em parceria com a Universidade Cândido Mendes, uma pesquisa para conhecer as múltiplas percepções dos habitantes da cidade a respeito dos problemas ligados à mobilidade, ao transporte e à convivência no trânsito, com foco no sentimento de segurança e na noção de civilidade.


Intitulado Trânsito, Violência, Sociabilidade e Cultura, o estudo vem realizando entrevistas e grupos focais com especialistas, membros do governo e de ONGs e representantes dos motociclistas, dos motoristas e das empresas de ônibus.


“Os resultados da pesquisa vão subsidiar ações educativas para a promoção do trânsito seguro e a constituição do Fórum Permanente de Paz no Trânsito, que será implantado em breve”, adianta a coordenadora de Ações e Políticas Intersetoriais da Superintendência de Promoção da Saúde da SMSDC-RJ, Viviane Manso Castello Branco.


A cientista social Barbara Soares, uma das coordenadoras do estudo, ressalta que a violência no trânsito se distingue da violência urbana – intencional, criminal.  “A violência no trânsito tem a sutileza e a complicação de ser acionada por cidadãos de bem e que muitas vezes imaginam que a culpa é apenas do outro: do governo que não faz cumprir as leis, das empresas de ônibus, dos motociclistas, das multas, das ruas esburacadas e assim por diante.  Um dos nossos objetivos é entender quais são esses mecanismos, como eles são acionados e como é possível desmobilizá-los” aponta a pesquisadora.


Em outubro, o I Seminário Caminhos da Educação e Segurança no Trânsito promoveu o debate sobre trânsito seguro e mobilidade urbana e foi oportunidade para a troca de experiências entre profissionais de diferentes setores e a comunidade em geral. As questões envolvendo crianças e adolescentes tiveram destaque, com a realização dos painéis A criança e o adolescente no trânsito e A caminho da escola: perspectivas da educação e segurança para o trânsito nas escolas do município do Rio de Janeiro.


Para Viviane, o seminário foi importante para fortalecer e integrar os esforços para a promoção do trânsito seguro. “O público elogiou a contribuição trazida pelas diferentes pesquisas e reforçou a importância das iniciativas para pautar  políticas públicas que reduzam  os acidentes e melhorem a mobilidade na cidade”, avalia.


>> Saiba mais sobre a Década de Ações para Segurança no Trânsito


>> Leia a Política Nacional de Trânsito


>> Conheça o Projeto de Redução da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito


>> Acesse a área temática da BVS sobre Acidentes, Violências e Saúde



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