sábado, 19 de maio de 2012

Investimento de 7,5% do PIB em educação vai gerar expansão sem qualidade, afirma Daniel Cara

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Investimento de 7,5% do PIB em educação vai gerar expansão sem qualidade, afirma Daniel Cara:
5º Fórum Nacional Extraordinário da Undime / Créditos: Divulgação
Presidenta da Undime Região Sudeste, Célia Vilela Tavares; deputado Izalci Lucas (PR-DF); Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, defende a a aprovação da meta do Plano Nacional de Educação (PNE) que prevê destinar 10% do PIB (Produto Interno Bruto) ao setor de educação. Segundo ele, esse valor representa expansão da educação com padrão de qualidade para as matrículas novas e atuais.
“Esta é a única forma de recuperar uma dívida histórica com a educação e, em termos econômicos e de desenvolvimento do país, oferecer recursos para formar uma geração altamente produtiva”, afirmou.
Daniel Cara conversou com o Portal Aprendiz depois de participar da mesa-redonda sobre o PNE e as deliberações da Conferência Nacional da Educação (Conae), ocorrida na tarde de quinta-feira (17/5), durante o 5º Fórum Nacional Extraordinário da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação), em São Bernardo do Campo (SP).
Durante o encontro, ele apresentou estudos que justificam porque é preciso investir, no mínimo, 10% do PIB na área – porcentagem defendida pelas organizações sociais. Para ele, a proposta de 7,5% de investimento direto do PIB, encabeçada pelo deputado e relator do projeto, Angelo Vanhoni (PT-PR), geraria a expansão de vagas sem uma educação de qualidade, “como tem sido feito até agora no Brasil”. O projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados deve nortear os rumos da educação para os próximos dez anos.
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O deputado Izalci Lucas (PR-DF), integrante da Comissão Especial que analisa o projeto na Câmara, ressaltou a importância de uma mobilização em Brasília durante os próximos dias de votação (22, 23, 28 e 29 de maio) para pressionar os deputados. “A base do governo quer aprovar apenas 7,5% do PIB para educação. Se não for aprovado os 10% na Comissão, vou levar uma lista com mais de 300 assinaturas para o PL 8035/10 ser votado no plenário”, prometeu.
“Aprovar os 10% do PIB agora significa evitar greves futuras”, justifica. Izalci Lucas propôs a aplicação gradativa dessa meta, com aumento de 1% a cada dois anos, e que a União se responsabilize por grande parte desse valor. Daniel Cara sugere que o governo federal se responsabilize por ao menos 1% dos 2,5% que faltam para complementar a meta defendida pelos movimentos sociais e que o restante seja dividido entre estados e municípios.
Rebatendo o argumento de que o problema da educação é a má gestão e não a falta de investimento, Daniel Cara afirmou que é preciso sim melhorar a gestão, porém, mesmo que isso ocorresse, em pouco tempo, se esgotariam as possibilidades e a necessidade de mais recursos ficaria latente. “Por melhor que você faça a gestão de uma política, se não há um pessoal motivado, se não se pagam bons salários, não é possível fazer com que esses resultados perdurem”, explicou.

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