quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Análise: como feito hoje, Enem não pode avaliar todo o sistema

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Análise: como feito hoje, Enem não pode avaliar todo o sistema:
RIO - O Enem, tal como é feito hoje, não pode ser utilizado como avaliação de todo o sistema, já que nenhum estudante é obrigado a participar dele. Um estudo feito pelo economista Ernesto Martins Faria com base no último exame mostra, por exemplo, que em escolas com altas taxas de repetência a média de participação dos estudantes ao final do ensino médio é inferior a 20%. Isso significa que oito entre dez alunos dessas escolas com piores índices não são avaliados. Se fossem incluídos na avaliação, o esperado é que as médias finais do país caíssem significativamente.
Mesmo nas escolas com melhores indicadores, a taxa de participação dos estudantes fica muito longe do total, chegando a no máximo 61% no grupo de colégios com melhores resultados. O Enem, portanto, é uma exame que é feito por iniciativa própria do estudante, e é de se esperar que só o faça quem tem alguma esperança de ingressar na universidade.
Para resolver este problema da baixa participação dos alunos mais pobres, o MEC teria duas opções. A primeira é tornar o Enem obrigatório para todos, o que faria do exame ainda mais problemático em termos de logística do que já é hoje, pois cresceria ainda mais. A segunda seria garantir que, dentro do exame, uma amostra de alunos representativa do total (o que significa garantir que até uma parcela dos mais pobres façam o exame) seja obrigada a participar do teste.
Mesmo neste caso, no entanto, não há garantia de que, utilizando o Enem, será possível garantir a comparação com anos anteriores.

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