segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

É preciso atenção redobrada quando as crianças estão brincando em praias, rios e piscinas

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Foto: Harry Vorsteher/Corbis
Início de ano é um período de festas e as pessoas evitam falar de tristezas e tragédias. Porém elas ocorrem, principalmente as relacionadas ao lazer e viagens, como os casos de afogamentos. Segundo dados do Sistema Nacional de Mortalidade, mais de 5,4 mil pessoas morrem afogadas por ano no país, sendo que cerca de 2 mil óbitos ocorrem nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, época em que os brasileiros estão de férias.
As estatísticas são de 2010, mas servem de parâmetros para ações preventivas de saúde. A boa notícia é que este tipo de tragédia está em queda entre as crianças de até 10 anos de idade: na última década, os afogamentos caíram de 1.052 para 732 (2000-2010). Mesmo assim, todo cuidado é pouco. “O risco é maior em áreas onde se pratica atividades recreativas na água, mas até a piscina doméstica e a banheira podem trazer risco”, afirma Marta Silva, coordenadora da Área Técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde.
Marta alerta que o acidente pode tornar-se fatal ao resultar em problemas respiratórios devidos à aspiração de líquido ou a infecções adquiridas. Quem engole água pode apresentar queda da temperatura do corpo, distensão do abdome, tremores, dores musculares, náuseas e vômitos. Casos mais graves podem acarretar em parada cardíaca e morte.
Para prevenir afogamentos, os adultos devem estar sempre próximos das crianças enquanto elas estiverem na água, mesmo que elas saibam nadar. “Nem mesmo por poucos segundos as crianças pequenas devem ser deixados sozinhos no banho”, aconselha a médica. Ela lembra que para os adultos o alerta é para o consumo de álcool e de certos medicamentos, pois provoca a diminuição da concentração, piora dos reflexos e perda de equilíbrio, aumentando assim as possibilidades de afogamento. “Para bebês e crianças pequenas, até baldes, banheiras e vasos sanitários podem oferecer riscos. Um adulto deve sempre supervisionar as crianças e adolescentes onde houver água, mesmo que saibam nadar ou que os locais sejam considerados rasos; devem-se cercar piscinas”, ensina Marta.
Atendimento de emergência - O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) presta serviço também em caso de afogamento. O serviço faz parte da estratégia Saúde Toda Hora e ajuda a organizar o atendimento na rede pública prestando socorro à população em casos de emergência. O SAMU realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas, contando com as Centrais de Regulação, profissionais e veículos de salvamento.
A ligação feita para o número 192 é atendida por técnicos que identificam a emergência e, imediatamente, transferem o telefonema para o médico regulador. Esse profissional faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações.
Prevenção - Desde 2001, o Ministério da Saúde investe na Política Nacional de Redução da Mortalidade por Acidentes e Violências. Ao longo da última década, diversas estratégias foram desenvolvidas para a implantação dessa política. Dentre elas, está a estruturação da Rede Nacional de Prevenção da Violência e de Promoção da Saúde. Atualmente, a rede conta com mais de 800 municípios, que desenvolvem ações de promoção da saúde e de vigilância e prevenção às crianças e adolescentes. Através da Portaria 2802, de dezembro de 2012, o Ministério da Saúde estabeleceu ainda repasse de R$ 31,4 milhões para ações de vigilância e prevenção de violências e acidentes.
Foi implantado também o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), com o objetivo de obter informações sobre o comportamento desses agravos, subsidiar ações de enfrentamento dos determinantes e condicionantes das causas externas. O Viva aponta 15.098 atendimentos por acidentes domésticos realizados em serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde. Deste total, 32% eram menores de 9 anos de idade, ou seja, 4.740 crianças. A pesquisa VIVA, realizada entre setembro e novembro de 2009, mostra que 57% dos atendimentos foram de meninos. Em 58% dos casos, o tipo de ocorrência eram quedas e 31% das lesões eram cortes ou lacerações.
Fonte: Maria Vitória e Fabiane Schmidt / Agência Saúde

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