por Newton Lemos, do via blog Saúde com Dilma
Muitos
setores do Brasil ainda se perdem numa discussão sobre o valor e as
potencialidades da Estratégia de Saúde da Família, procuram separar o
PSF do conceito de Atenção Primária, enfim, resistem a uma visão mais
abrangente do modelo substitutivo de APS adotado pelo Brasil.
Como
santo de casa não faz milagre mesmo, a opinião técnica externa passa a
ter um valor de maior relevância e isenção. E quando esta opinião é
publicada como EDITORIAL no British Medical Journal (BMJ), um dos mais
respeitados e rigorosos periódicos científicos de saúde no mundo, cujo
berço é o Reino Unido (onde nasceu a primeiro grande modelo de saúde
pública do pós-guerra – o NHS), não tem como considerarmos o assunto
como coisa pouca (clique aqui para ver o editorial).
Publico
aqui a tradução deste editorial em Português, para que todos possam
conhecer o seu conteúdo, e chamo a atenção para duas partes muito
especiais do texto escrito pelo autor, que diz assim:
”
O Programa de Saúde da Família do Brasil é provavelmente o exemplo
mundial mais impressionante de um sistema de atenção primária integral
de rápida expansão e bom custo-efetividade. Mas seus êxitos não têm
recebido o merecido reconhecimento internacional. O potencial das
reformas em saúde no Brasil e, especificamente, do Programa de Saúde da
Família, em prover atenção em saúde a um custo acessível foi mencionado
há 15 ou mais anos atrás no British Medical Journal (BMJ). Em muitos
aspectos aquela promessa foi mais do que cumprida, mas a história de
sucesso da atenção primária em saúde do Brasil continua pouco
compreendida e ainda fracamente difundida ou interpretada para outros
contextos.”
“A
ascensão política e econômica do Brasil no mundo deve englobar seu
papel de liderança na atenção primária em saúde (APS). Todos temos muito
a aprender – façam o sistema funcionar corretamente e os resultados
virão, mesmo com recursos limitados. Os formuladores de políticas em
saúde no Reino Unido têm um histórico em observar os Estados Unidos da
América na busca de exemplos de inovação no provimento de atenção à
saúde, apesar de seus resultados relativamente fracos e altos custos.
Eles poderiam aprender muito voltando seus olhares ao Brasil.”
Obrigado
ao BMJ por este arroubo de lucidez e pelos elogios ao Brasil. O PSF
precisa mesmo ter o seu “merecido reconhecimento internacional”; mas
isso é muito verdadeiro e necessário também aqui dentro do Brasil.
PS: Quem puder, faça este artigo chegar às mãos do Ministro Padilha, por favor.
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