quarta-feira, 30 de março de 2011

DERRUBANDO MITOS 1

DERRUBANDO MITOS 1: " Matéria de capa da revista Nova Escola de março trata de 15 mitos da educação brasileira que 'jogam contra o ensino'. Alguns deles merecem uma análise mais detida, por conta do impacto negativo que têm sobre o desempenho dos estudantes, principalmente os da rede pública. São ideias sem comprovação em estudos, que servem para justificar práticas equivocadas e que revelam a contaminação ideológica do debate sobre educação no país.

O mito nº 2 apontado pela revista, e que felizmente começa a ser discutido, é o que diz que 'a função mais importante da escola é formar cidadãos'. Essa é uma das ideias mais estúpidas que circulam nos meios educacionais brasileiros e também uma das mais danosas.

Para começar, estudantes são cidadãos por direito. E não se trata de uma questão semântica. O problema é a visão ideológica, dita de esquerda, segundo a qual alguém mais esclarecido precisa conduzir o chamado povo à cidania.

Alguém perguntou às famílias dos alunos se elas acham mais importante a discussão de conceitos subjetivos de cidadania do que o ensino de língua portuguesa e matemática? Será que professores e gestores aceitam que seus filhos estudem numa escola que deixa de lado os conteúdos em nome do que é extracurricular? Provalvelmente, não.

Além disso, há que se ter em mente, o tempo todo, o que diz António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, citado na matéria: 'As aprendizagens escolares são condição fundamental da cidadania. Ninguém é cidadão, de corpo inteiro, se não conhecer a língua e a história, a matemática e as ciências, a filosofia e as artes'.

Os resultados desse engano em escala nacional estão na Prova Brasil e no desempenho dos alunos brasileiros no Pisa (programa internacional de avaliação): estudantes que chegam ao final do ensino médio sem domimar essencial dos números. Vão à escola para adquirir conhecimentos que lhes permitirão, entre outras coisas, participar do mercado de trabalho e são enganados.

Também é mito que 'cabe à escola apenas ensinar conteúdos'. Essa é uma visão antiga e limitada. A escola tem seu papel na assimilação das regras de convívio social, por exemplo. É possível fazer isso sem abandonar os conteúdos essenciais. Basta competência e vontade.
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