segunda-feira, 2 de maio de 2011

PARADIGMA

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PARADIGMA: "

Alguns termos costumam fazer história quando o assunto é gestão de negócios. Paradigma é um deles. O “efeito-paradigma”, que impede pessoas e empresas de aproveitarem oportunidades ou as impulsiona a repetirem velhos modelos para solucionar novos problemas, é cada vez mais discutido entre gestores e empreendedores.
Thomas Kuhn, um físico norte-americano, em 1962 já falava sobre o assunto. Ele argumentava que paradigmas científicos reuniam informações que limitavam o território de pesquisa procurando as mesmas soluções para problemas enfrentados pela ciência. E pior: se essa solução repetida surtisse efeito, ela reforçava a crença neste paradigma estabelecido.


Mas então, qual é o problema com relação ao “efeito-paradigma”, se a solução repetida traz resultado positivo?
Quando um paradigma é exigido até o seu limite, a incapacidade de resolver os problemas mais atuais começa a acumular. Não há resposta que dure para sempre.
Paradigmas filtram novas experiências e levam as pessoas a ver o mundo, o tempo todo, sob a mesma perspectiva. São eles que influenciam sensivelmente suas decisões e podem bloquear a criatividade e inovação em seu negócio.
Por tratar-se de um conjunto de regras, regulamentos ou padrões nem sempre reconhecíveis racionalmente é comum que ao se deparar com uma nova situação, o cérebro faça um filtro sobre o que melhor se adapta às suas regras e padrões e ignore o resto. Tal efeito pode cegar empresários com relação a novas oportunidades, fazer com que vendedores não percebam novos mercados ou gerentes não considerem formas mais eficazes de administrar negócios e pessoas.
Se você tem mais de 40 anos, certamente lembra-se de Gabriela, Cravo e Canela. Os versos cantados por Maria Bethânia traziam em um tom brejeiro a crença de que só pode haver um modo de viver e de ver o mundo, afinal dizia assim: eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim... Gabriela... sempre Gabriela”
Tenho certeza que você já se deparou com empresários que falam, pensam e agem exatamente dessa forma. Quantas vezes você mesmo repetiu o discurso: “em time que está ganhando, não se mexe”?
Pois, eu lhes digo: para uma empresa continuar a crescer é necessário passar por mudanças. Para um profissional ascender em sua carreira também. Com tantas mudanças ocorrendo no mundo afora, insistir em querer fazer tudo igual, sem chance de abrir uma possibilidade para o novo pode ser um perigo muito grande.
Nos anos 40, um professor americano, Chester Carlson, apresentou à IBM e General Electric sua nova invenção: uma “geringonça” que tirava cópias de documentos. Em plena ascensão, IBM e GE rejeitaram sua idéia, que foi aceita pela Xerox. Resultado: criou-se um mercado bilionário de copiadoras e boas empresas perderam boas oportunidades. Isto sem contar casos como da Apple, 3M ou do cinto de segurança “three-point” da Volvo. Experiências que transformaram as trajetórias destas empresas e mostram como uma nova visão ou uma nova explicação para velhos problemas podem revolucionar a compreensão do próprio negócio.
Portanto, se um paradigma pode aumentar sua confiança e conforto na tomada de uma decisão; o medo de dar errado, arriscar ou não ser aceito pode impedi-lo de conquistar novos desafios. Se você deseja conhecer novos mundos, precisará abandonar velhos mapas.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diario de Mogi
28 de abril de 2011
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