sexta-feira, 23 de março de 2012

Arte na creche?


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Arte na creche?:

"Colocando a mão na massa" 
Expressividades artísticas na creche

Claudia Lopes
Professora de Educação Infantil



As práticas na educação infantil carregam consigo muitas concepções: de criança, da aprendizagem, das áreas do conhecimento, entre outras.
Nesse sentido entendemos a criança como um ser humano em desenvolvimento, um ser produtor de cultura, portador de uma história, possuidor de sua própria identidade, um sujeito social ativo e participativo, com direitos, vez e voz.
Ao ingressar numa unidade escolar a criança traz suas experiências pessoais, no qual às vezes é vista com insignificância pelo adulto. Nas diversas produções a criança conta sua historia, seus pensamentos, suas fantasias, seus sentimentos, ela só incluem em seus desenhos a parte que conhece e é importante para ela; a criança não se preocupa em agradar aos pais, nem aos professores, mas em eliminar suas ansiedades e adquirir confiança em seu próprio meio de expressão.
Desenhando a criança BRINCA e é isto que de fato lhe interessa; ela esta envolvida com a descoberta pelo prazer motor e sensorial despertados pela atividade proposta.
Dessa forma, a preocupação ou o foco não deve estar na produção em si, mas no processo, pois nesta idade ela não esta interessada em criar formas definidas, nem com um “produto final”, também é difícil definir quando considerar uma atividade concluída, pois ela esta vivenciando, assim, mesmo a preparação do ambiente com o adulto, tal como a organização do espaço ao guardar os materiais faz parte desta vivência podendo ser tão significativo quanto o manuseio de instrumentos e texturas no que consideramos “atividade”.
 Segundo as “Orientações Curriculares” devem ser oferecidas condições à criança de “desenvolver-se integralmente com oportunidades apropriadas a sua faixa etária”, portanto cabe ao adulto cuidar e educar, acolhendo, garantindo segurança e saúde, deixando-a confortável em relação ao sono, a fome, sede, higiene e dor, alimentando a curiosidade e promovendo ações para sua expressividade.
Entretanto, tratando-se especificamente das expressividades artísticas no eixo da educação infantil, é papel do educador propiciar um ambiente que favoreça esta expressividade estimulando a criatividade e o desenvolvimento motor, oferecendo material adequado, de qualidade e em quantidade suficiente para todas as crianças.
A preparação do ambiente também deve ser foco de planejamento de modo a proporcionar desafios motores, de noção espacial e raciocínio lógico, mudando posições, alterando a altura e inserindo interferências.
O uso de materiais diversificados, em diferentes espaços, o uso dos elementos da natureza e o corpo como fonte do fazer artístico enriquece e oferece subsídios para a imaginação – o brincar na expressividade.
É importante ressaltar que as diferentes linguagens se relacionam, pois, numa atividade com tinta, por exemplo, a criança mistura combinando cores, estabelecem quantidade, abaixa, levanta, movimenta o corpo o tempo todo, fantasia desenhando formas e dando vida a elas de forma oral, recontando uma historia ou criando novas, experimenta utilizando recursos da natureza como areia misturada à tinta explora o espaço e interage com o adulto e com as outras crianças.
A valorização das produções também ganha importância na aprendizagem, incentivando a apreciação e o cuidado, nesse sentido a exposição das produções deve ser planejada, cuidando em deixá-las na altura das crianças, propiciando momentos para que o grupo possa observar suas produções e falar sobre esta experiência em roda de conversa.


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