É fundamental para que uma pessoa possa desempenhar perfeitamente suas funções durante o dia que tenha tido uma satisfatória noite de sono. Distúrbios durante o período que deveria ser dedicado ao descanso podem atrapalhar a rotina do dia seguinte. Um deles é o sonambulismo.
“A característica principal é a perambulação, que é a pessoa levantar da cama e andar; às vezes com os olhos abertos e com dificuldades em ser acordada. O andar pode ser desengonçado e o indivíduo parecer confuso, com atitudes que geralmente realiza, mas impróprias para o horário noturno. Também é comum a amnésia em relação ao que ocorreu”, explica a otorrinolaringologista e especialista em Medicina do Sono, Luciane Mello, responsável pelo setor de Polisonografia e pelo Ambulatório de Ronco e Apneia do Hospital Federal da Lagoa, vinculado ao Ministério da Saúde.
Luciene informa que o distúrbio é mais comum durante a infância e pode acontecer no início ou durante o sono e próximo ao despertar. Alguns fatores, são responsáveis por desencadear os casos. “Existe uma questão genética importante. Por exemplo, se o pai e a mãe tiverem, há 60% de chances do filho também ter. Outros fatores que podem ser responsáveis são o estresse, a ansiedade, uma febre alta, a privação do sono e o uso de remédios e do álcool”, enumera.
Outro fator desencadeador pode estar relacionado à respiração. “É necessária uma investigação pois é possível que o distúrbio esteja associado a distúrbios respiratórios durante o sono, como a apneia. Nesses casos, tratamos a apneia e o sonambulismo melhora”, afirma Luciane Mello.
Cuidado com o ambiente - Alguns cuidados básicos precisam ser tomados antes da noite de sono para os casos de sonambulismo não representem riscos. “É preciso cuidar do ambiente para que ele não seja perigoso, mantendo portas e janelas fechadas. Também evitar objetos pontiagudos no quarto. E o uso do álcool, principalmente à noite, que aumenta os riscos. Em alguns casos, é recomendado o uso de remédios para auxiliar no tratamento”, diz.
Sonambulismo X epilepsia - Algumas pessoas também associam, equivocadamente, o sonambulismo a casos mais graves, como crises de epilepsia. Ficou famoso, por exemplo, o caso envolvendo o jogador Ronaldo, pouco antes da decisão da Copa do Mundo de 1998, na França. As informações desencontradas produziram muitas versões, partindo de que ele havia tido um distúrbio de sono banal, causado pelo estresse excessivo; indo até um ataque epilético.
“Vários estudos já foram realizados para saber se há uma associação entre sonambulismo e doenças do sistema nervoso central. Nenhum mostrou uma associação clara que explique uma predisposição. De toda forma, na hora da avaliação do caso investigamos o princípio do problema, as características principais, a frequência em que ocorre e também pedimos um exame neurológico para sabermos se há outra doença associada”, finaliza.
Fonte: Marcos Moura/ Comunicação Interna do Ministério da Saúde
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