Febre, dor de cabeça, dor nos olhos, dores nas costas, manchas no corpo e, em alguns casos, pequenas hemorragias na boca, urina ou no nariz, são sintomas de dengue. A doença pode se manifestar de formas diferentes, mas o tratamento para ela tem um item básico: a hidratação. A dengue remove parte do líquido dos vasos sanguíneos e compromete a circulação do sangue. Por isso, a água é fundamental no tratamento, repondo o líquido que foi perdido.
A infectologista do Hospital Federal dos Servidores do Estado, Márcia Galdino, fala sobre a necessidade de tomar muito líquido nesse período: “O pilar básico do tratamento da dengue é a hidratação. O doente de dengue geralmente tem o quadro agravado porque fica desidratado. Porque o líquido que está no vaso sanguíneo se perde e se não colocar líquido para dentro desse vaso o doente pode evoluir com maior gravidade, entrar em choque e até morrer. Mas se isso for identificado pelo médico, se for bem acompanhado e bem conduzido não acontecerão maiores complicações”.
A ingestão de líquidos como água, sucos naturais, chá e até soro caseiro deve ser iniciada aos primeiros sintomas, antes mesmo da primeira consulta médica. O tatuador Gustavo Albuquerque, 36 anos, já teve dengue mais de uma vez e conta que aprendeu a lição da hidratação. “A primeira vez que tive dengue foi a pior de todas, não conseguia nem levantar da cama. Minha cabeça doía muito, o corpo também e eu não tinha vontade de comer. Mas como o médico recomendou, passei mais de uma semana de repouso e ingeri bastante líquido. E das outras vezes, quando começava a sentir algum sinal de dengue já começava a ingerir muito líquido para os sintomas não serem piores”.
Fazendo o tratamento corretamente, o doente de dengue começa a sentir a melhorar cerca de quatro dias após o início dos sintomas, que podem permanecer por até 10 dias. Apesar de o tratamento poder ser realizado em casa, assim que alguns dos sintomas forem identificados, o médico deve ser procurado. Devemos ficar atentos também às pessoas que são mais vulneráveis e fazem parte do grupo de risco como doentes crônicos, idosos, gestantes e crianças.
Outros sintomas – Além dos sintomas mais comuns, a dengue pode se manifestar com dores abdominais fortes e contínuas, vômitos, tonturas, alterações na pressão arterial, fígado e baço dolorosos, vômitos hemorrágicos ou presença de sangue nas fezes, pulso rápido, diminuição súbita da temperatura, agitação, fraqueza e desconforto respiratório.
Dengue hemorrágica – Existe uma forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica. A ocorrência da forma mais grave acontece, na maioria das vezes, quando a pessoa já foi infectada anteriormente por um tipo diferente do vírus. Existem quatro tipos de dengue no Brasil e no mundo. O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A dengue pode se apresentar, clinicamente, como infecção inaparente, dengue clássica, febre hemorrágica da dengue e síndrome de choque da dengue.
Prevenção – Guga mora em Brasília, mas conta que adquiriu a doença enquanto visitava a mãe em Pernambuco. “Lá onde minha mãe mora tem muito foco de dengue, nos comércios próximos que não cuidam da limpeza do local e deixam água parada. E como minha mãe mora no primeiro andar, aparece muito mosquito”, comenta.
O mosquito se reproduz em ambientes que contêm água parada e limpa. Seus ovos podem sobreviver até um ano em ambiente seco e esperam a estação seguinte de chuvas para formar novas larvas e multiplicar os mosquitos. A melhor forma de prevenir é combater o Aedes aegypti transmissor retirando possíveis criadores como pneus em áreas abertas, que podem reter água da chuva; colocando areia ao invés de água nos pratinhos de plantas; limpando sempre vasos sanitários pouco usados, vasilhames de água de animais domésticos, caixas de água e piscinas. Não existe vacina para a prevenção da dengue.
Camilla Terra / Blog da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário