Ao que parece, os adolescentes estão deixando de lado a prevenção contínua – o uso de pílulas anticoncepcionais e do preservativo – para usarem a pílula do dia seguinte (ou pílula de emergência ou pílula pós-coital). A opinião é da coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente, Albertina Duarte, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo dados da Casa da Adolescente, unidade da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, 23% das garotas – entre 10 e 15 anos – já usaram pílula do dia seguinte. De acordo com a pesquisa, que ouviu 600 pessoas nessa faixa etária, 75% das meninas e 60% dos garotos já conheciam o medicamento para impedir a gestação.
“Para eles (adolescentes), a pílula de emergência é como uma varinha mágica. Virou a pílula do fim de semana, está sendo usada como se fosse anticoncepcional, porque algumas meninas chegam a tomar seis, sete vezes em um mês”, declara Albertina à agência.
Uso correto / Indicação
A pílula de emergência é indicada em casos de estupro, quando o preservativo estoura, sai do lugar ou fica preso no corpo da mulher, ou até mesmo quando a mulher esqueceu de tomar o anticoncepcional rotineiramente.
São casos que justificam o uso desse tipo de pílula, que deve ser administrada em até 72 horas após a relação sexual.
Recomenda-se: em qualquer uma dessas situações de risco, a mulher deve procurar obrigatoriamente um médico antes de completar as 72 horas para que ele possa prescrever-lhe a pílula.
“Há adolescentes que acham mais fácil, mas não têm conhecimento e não sabem que há 15% de chance de falha, além dos riscos de doenças sexualmente transmissíveis. De cada 20 que tomam, três engravidam”, comenta.
Riscos da pílula do dia seguinte
Entre os riscos de abusar desse método, além da possibilidade de gravidez, é o desequilíbrio hormonal, pois uma pílula do dia seguinte equivale a meia cartela do anticoncepcional comum.
“É um bombardeio porque uma dose que tomaria em 15 dias, ela toma de uma vez. Pode ter hemorragia e não reconhecer mais seu organismo, podendo achar que está menstruada e que não tem risco de engravidar”, alerta.
Com informações da Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário