quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma escola de cara nova

A Escola Estadual Canuto do Val, localizada na Barra Funda, ficou com sua imagem prejudicada devido a problemas disciplinares e vandalismos que não refletiam o comportamento da maioria dos seus estudantes. Porém, nos últimos anos, diversos projetos sociais envolvendo organizações como Cidade Escola Aprendiz e Responsabilidade Social da Porto Seguro começaram a mudar essa realidade. Mas foi de dentro da própria escola, por iniciativa do professor Zeca e da diretora Márcia, que surgiu a iniciativa que mobilizou os alunos, o projeto A Nossa Cara.

O projeto A Nossa Cara parte do pressuposto que “o aluno raramente destrói o que ele construiu”. O projeto é uma proposta de intervenção do aluno no espaço físico da escola. Tenta relacionar as habilidades individuais dos alunos com a intenção de remodelar o espaço físico e cultural sob o olhar e a supervisão do próprio aluno. Com intervenção direta naquilo que eles acreditam que podem aprimorar ou adaptar.

O projeto tem a intenção de confiar a preservação do espaço físico escolar aos próprios alunos dando a eles a oportunidade de manifestar seus desejos e valores culturais dialogando com o espaço que lhes pertence. O professor Zeca e a diretora Márcia levantaram alguns pontos que direcionaram o funcionamento do projeto e a iniciativa do trabalho em conjunto com os alunos. Foi detectado que os ambientes da escola eram pouco acolhedores, o que motivava a grande depredação e raiva do corpo discente.

Também foi identificado que os locais poupados pela depredação eram os grafites internos e o mosaico no muro externo feito pela Associação Cidade Escola Aprendiz - Projeto Nossa Barra, no ano de 2008. Assim, percebeu-se que, na maioria das vezes, o próprio aluno preserva aquilo que ele mesmo produziu; ou, que existe um código de conduta moral e respeito para com as produções comuns da comunidade escolar. Ou seja: o que aluno produz ele mesmo é capaz de supervisionar e criar estratégias de negociação e preservação.

Outro ponto vulnerável identificado foi que as depredações ocorriam no período de aulas vagas, que ocorrem por causa da falta de professores. E era exatamente no período das aulas vagas que a depredação ocorria com maior intensidade. Dessa forma, o projeto A Nossa Cara utiliza o espaço da aula vaga para impedir que o aluno fique ocioso e usa essa oportunidade para uma proposta de revitalização do espaço com atividades artísticas com viés terapêutico, que auxiliam na aprendizagem e, principalmente, cria um ambiente de relacionamento saudável dentro da comunidade escolar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário