O bom aluno é aquele que realiza, compõe, questiona, participa. O conhecimento e o estudo para estes bons alunos é sempre percebido como prazer, crescimento, valorização. Ser bom aluno significa ser parceiro, tanto dos demais colegas de sala quanto dos professores e outros colaboradores da escola. Bons alunos têm senso crítico aliado a capacidade de relacionar-se com os demais sabendo partilhar suas opiniões e ideias e ao mesmo tempo ouvir, entender, discordar ou concordar - tudo isso sem querer impor suas opiniões na marra, no grito.
Muitas vezes nas escolas parecemos prestar mais atenção as crianças, adolescentes, jovens e adultos que, como alunos, têm maior dificuldade ou nos causam problemas durante as aulas. Tantas são as vezes em que admiramos estes bons alunos, por sua atitude, postura, compromisso e solidariedade mas que, por conta de todas as suas qualidades, deixamos de lhes dar mais de nós mesmos, considerando que talvez não precisem tanto quanto os demais.
Valorizar os alunos que apresentam este perfil, não com o intuito de fazer dos mesmos modelos para quem quer que seja, mas para que suas ações, comprometimento e postura possam ter a valorização que merecem e, quem sabe, sejam capazes de inspirar outros a seguir boas e valorosas trilhas é um dever da escola, dos professores, dos pais e da comunidade.
Bons alunos são algumas vezes, infelizmente, incompreendidos e estigmatizados. Há, é certo, uma certa inveja e dor de cotovelo de quem faz isso com eles. Ao invés de buscarem seu lugar ao sol e trabalharem arduarmente para vencer, preferem atentar contra o sucesso alheio, as boas respostas e vitórias obtidas por outrem. Ouvir e partilhar, apoiar e se mostrar solidário para com estes bons alunos é e sempre deveria ser percebido como ação, meta, objetivo também dos educadores.
Durante minha vida escolar fui um aluno responsável, de bons resultados, mas não fui brilhante, daqueles que obtinham as melhores notas, pelo menos até o final do Ensino Médio. Na universidade, mestrado e doutorado, mais maduro e compreendendo o alcance desta formação específica e profissionalizante, busquei sempre fazer o melhor que podia e, modéstia a parte estive entre os bons alunos nestes níveis de formação!
Não tinha em relação aos bons alunos qualquer sentimento de desvantagem ou de inveja. Gostava de muitos deles, com os quais travei amizade e até hoje, quando nos encontramos, percebo que há um sentimento de respeito mútuo. Quando na formação universitária, sempre que possível compartilhei, dividi, troquei e ajudei aos colegas que tinham mais dificuldade, como vejo hoje alguns alunos fazendo, entre os grupos com os quais trabalho. Sinto que destas experiências estas pessoas saem tão fortalecidas que deixam de ser somente bons (ou ótimos) alunos e se tornam seres humanos dignos de nota, daqueles que queremos ter ao nosso lado.
Por João Luís de Almeida Machado
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