As crianças também comem longe de casa. Para evitar que a alimentação desande, o segredo é ensiná-las a escolher
FRANCINE LIMA
OPÇÃO
Ana Beatriz Medraño, de 2 anos (à dir.), janta com os colegas na escolinha Free World. Comer fora de casa pode ser muito saudável
Ana Beatriz Medraño, de 2 anos (à dir.), janta com os colegas na escolinha Free World. Comer fora de casa pode ser muito saudável
A decisão de assumir a educação alimentar dos alunos, adotada nos últimos anos por várias escolas, alivia a preocupação dos pais que não querem que os filhos comam besteiras fora de casa. Quando terminou sua licença-maternidade, a médica Regina Medraño matriculou a filha de 5 meses no berçário Free World, que tem refeitório, cardápio feito por nutricionista, horta e aulas sobre alimentação. Desde então a pequena Ana Beatriz Medraño, hoje com 2 anos, faz todas as refeições, de segunda a sexta-feira, na escolinha. Regina diz que a filha se acostumou a comer de tudo e, nos fins de semana, não recusa nada. “A presença dos colegas e os projetos educativos estimulam a criança a apreciar a variedade”, diz a diretora, Ana Lucia Fanganiello.
Quando a escola não é uma aliada da dieta, os pais precisam encontrar artifícios para driblar a comida ruim que atrai as crianças. E não só na escola. Uma pesquisa da consultoria GS&MD revelou que 30% dos gastos de uma família brasileira com alimentação referem-se a comida que não é preparada em casa. Assim como os adultos, as crianças comem muito fora de casa. Muitas vezes em turma, o que tende a reduzir a influência dos pais. Como garantir que, longe dos adultos, as crianças saberão o que escolher?
A nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional, sugere que os pais ensinem os filhos a privilegiar restaurantes com cardápios balanceados e combinem com eles, previamente, limites e compensações para as transgressões inevitáveis. “Impor limites do tipo ‘Se for comer hambúrguer, não peça batata frita e tome um suco natural’ faz muita diferença”, diz ela. Roseli chama isso de “autonomia supervisionada”. A criança que desobedece a perde.
As dicas da nutricionista fizeram a empresária Tania Zimerman mudar as regras dos passeios da família. Antes de saber que o colesterol de seus filhos menores, de 3 e 11 anos, estava alto, todos podiam abusar de pizzas e frituras. Agora, a família procura opções mais magras. “Continuamos comendo pizza. Mas já não precisa ser a mais gordurosa.”
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