terça-feira, 5 de julho de 2011

Bullying Escolar: perguntas e respostas

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Indicações de leituras sobre temas que nos afetam.
Bullying Escolar: perguntas e respostas: "

Mentes perigosas nas escolas, como identificar e combater o preconceito, a violência e a covardia entra alunos (livro de Ana Beatriz Barbosa Silva, editora Fontanar)


Faz tempo que não trago este assunto à tona no blog, mas ao saber que nesta terça um debate trataria do tema sob o ponto de vista escolar e virtual, considerei que valia a pena tratar dele e aproveitar para publicar meu review de um livro que li há alguns meses e me pareceu um bom começo para pais e professores pensarem sobre este fenômeno.


É ponto pacífico que o bullying, em especial o escolar, sempre existiu, mas ele tem uma nova arma que é o espaço virtual e, pior, o espaço das novas mídias. Criar comunidades de quem ama ou odeia um colega ou professor é uma brincadeira que começou no (finado) Orkut e que tem consequências complicadas quando transportada para outros espaços, como o Facebook.


Conversei há algum tempo com um colega jornalista que me contava que o sobrinho foi vítima de bullying num grupo do Facebook e que, por conta das regras do espaço, ninguém (nem mesmo a família, a escola, o próprio “criador” da comunidade) consegue apagar. O motivo? Os grupos são comunidades com vida própria e eles só podem ser apagados quando todos os participantes sairem. E o criador da comunidade tentou fazer a “brincadeira” com um perfil fake do qual ele não lembra mais a senha. Resultado: embora a escola e os pais dos alunos tenham se unido para resolver a situação, até que o menino consiga entrar no perfil fake e sair da comunidade, ela continua lá, viva, mostrando a todos sua intolerância à diferença, sua indelicadeza com o próximo, sua dificuldade de conviver com os colegas.


Pensamos que o bullying é uma brincadeira de criança, mas na verdade é o reflexo dos valores e dos comportamentos que nós todos, como sociedade (e a família é o primeiro núcleo social, lembram-se?), incutimos nestas crianças ao longo de suas vidas. Se somos intolerantes ou se não os ensinamos a serem tolerantes, o exemplo e a omissão são suficientes para que eles ajam sem pensar, por impulso, repelindo o diferente e atacando quem lhe incomoda. E neste caso, tanto o agredido quanto o agressor precisam de nossa atenção para que possam se desenvolver e se tornarem boas pessoas, íntegras, justas e capazes de construir colaborativamente um espaço social melhor.


Espero que esta visão seja a tônica da conversa que o público poderá ter com Cleo Fante, coautora do livro Bullying Escolar: perguntas e respostas, em evento que promete tratar dos riscos e ameaças na Web, realizado hoje às 19h na Saraiva MegaStore do Shopping Morumbi, com apoio da McAfee. O evento é gratuito e basta confirmar presença neste e-mail.


A pedagoga e pesquisadora Cleo Fante orientará os participantes sobre como se comportar perante o bullying escolar e o ciberbullying, abordando também o crescente número de crianças vítimas de propostas sexuais pela Web, de jovens que sofrem intimidação virtual, de pais que veem seus dados pessoais e confidenciais expostos na Internet e em redes sociais, de pedófilos que atuam por meio de sites de relacionamento, entre outros temas.


Pioneira nos estudos sobre bullying escolar e ciberbullying no Brasil, a pedagoga atua como consultora educacional, docente e coordenadora de cursos de capacitação e pós-graduação sobre o tema. É autora do programa antibullying Educar para a paz e autora também da obra Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz.


E o Manual Antibullying?


"Manual Antibullying para alunos, pais e professores, de Gustavo Teixeira - foto do flickr de @samegui

"Manual Antibullying para alunos, pais e professores, de Gustavo Teixeira - foto do flickr de @samegui"


Li o livro há alguns meses e gostei muito da publicação da Editora Best Seller que traz informações realmente práticas, objetivas e exemplos palpáveis de casos de bullying brasileiros (raro, pois a princípio os cases que víamos eram estrangeiros) e sem parecer uma colcha de retalhos nos dá, em capítulos separados, guias para nos colocarmos no lugar dos pais, dos educadores, dos agredidos e dos agressores. O livro enxuto me parece “caber melhor” no orçamento e na agenda do professor médio brasileiro, tanto quanto a forma prática como o autor coloca boxes com resumos dos capítulos facilita a fixação e o repasse das ideias. Não descarto a leitura de obras mais densas (como Bullying, Mentes perigosas nas escolas, da médica Ana Beatriz Barbosa da Silva, Editora Fontanar) para quem está vivendo a situação de forma extremada e que é fundamental para todos os diretores e orientadores de escolas do Brasil, mas me arriscaria a dizer que o Manual Antibullying poderia ser um bom começo para o professor se iniciar na teoria deste tema que ele já vive na prática.


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